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Lançamento: Unleash The Archers – “Abyss” (2020)

Gravadora: Napalm Records

   

O quinto full lenght de uma das mais proeminentes bandas de Power Metal da atualidade, intitulado “Abyss” se trata de uma obra conceitual, continuação direta de seu fantástico antecessor “Apex”, lançado em 2017. Dito isso, por se tratar de um álbum com um conteúdo lírico tão rico, é altamente recomendado que o leitor escute também o álbum anterior, para melhor absorção de todo o enredo por trás das composições. Quanto aos ouvintes mais tradicionais não temam, pois focaremos na “trilha sonora” do desenho aqui. A musicalidade dos canadenses vem, gradativamente, evoluindo de um registro para o outro, mesclando os mais notórios elementos do Power Metal puro com Heavy Tradicional e requintes de Death Metal Melódico. Liderados por Brittney Slayes, uma das mais lindas e potentes vozes dos últimos tempos, Unleash The Archers tem um verdadeiro arsenal de exímios músicos, buscando mostrar seu valor entre os medalhões do Metal.

“Waking Dream” inicia o despertar de “Immortal” (protagonista da história), após os eventos desastrosos e caóticos que antecederam seu sono profundo. Os primeiros dedilhados nas cordas vão dando espaço á uma voz angelical, cantando repetidamente um único verso, gradativamente, crescendo em intensidade, até explodir de uma vez. Estamos despertos. “Abyss”, faixa título e primeiríssimo single do álbum, é basicamente um hino, daqueles em que se escutava nos primeiros álbuns do Stratovarius, porém com os holofotes todos voltados para o desempenho vocal de Brittney, o qual eleva todas as faixas do registro com seu alcance impressionante, ao modo em que transita entre estilos e sons diferentes, os vocais da frontwoman se adaptam aos mesmos. Em “Through Stars”, se iniciam as primeiras mudanças de direção, com a banda se aventurando naquele inconfundível Hard Rock oitenta 80’s, eu diria até no Pop da mesma época, porém sem perder a essência da banda em momento algum, é experimentação muito bem vinda, seria um hit radiofônico com certeza.

“Legacy” é assustadoramente diversificada, logo de inicio após uma introdução agradável, somos atingidos por uma sequencia de Blast Beats e uma orquestração épica, logo em seguida somos novamente acalentados pela voz angelical de Brittney,enquanto o ritmo acelera novamente. É a faixa que mais flerta com uma sonoridade mais “Progressive”, adicionando diferentes camadas no processo. Em “Return To Me”, entramos um pouco no território do Death Metal, que sempre fez parte da sonoridade da banda, apesar de ser uma faixa muito melódica, com solos absurdamente lindos e cheios de feeling, temos rápidas linhas vocais mais guturais e agressivas, essas linhas vocais não são frívolas, caro leitor, aqui os vocais se intensificam com iminência, com o propósito de associação com a entidade antagonista da história, chamada de “Matriarch”. Sua presença na faixa é distinguida com eficiência. Grant Truesdell (guitarra e vocais) e Andrew Kingsley (guitarra e vocais) fazem um trabalho fantástico em todo o registro, porém preciso enfatizar o solo dessa faixa em especial, por ser tratar de um desempenho de solo/base de tirar o fôlego, os riffs revezados durante os solos são melhores que os riffs principais. “Soulbound” é o mais puro Heavy/Power, é direto e reto, porém cheio de sintetizadores, e aquela tradicional mixagem das vozes em tons diferentes, adicionam aquele dinamismo nas linhas vocais. “Faster Than Light” ou “The Chase” (A perseguição) como originalmente se chamaria, faz total justiça a ambos os títulos. É a mais rápida, e mais palpitante do registro, a fenomenal Front Woman B.Slayes tem um dos melhores momentos aqui, passando uma sensação de urgência e esperança durante a “perseguição” que acontece, criando cenários inevitáveis na mente. É Power Metal puro, sem tirar nem por, e o refrão mais cativante do álbum.

   

Chegando aos momentos conclusivos da jornada pelo Abismo, “The Wind That Shapes The Land”, além de sua duração beirando os 8m40s, é a mais épica e grandiosa da banda até o momento, apesar de ter uma grande concorrente no mesmo álbum. É um tanto complicado definir essa faixa, novamente nos deparamos com aquela amalgama interessante que tem sido feita com tanta maestria desde o inicio, temos uma intro mais emocional e introspectiva, que logo explode em peso e agressividade, temos os requintes de Death Metal presentes nos vocais, os quais seguem uma função interpretativa, temos a abordagem mais progressiva do instrumental, solos inspiradíssimos, e é claro, uma majestosa voz capitaneando toda essa Space Opera desde o inicio. Após toda a catarse descomunal, “Carry The Flame” desacelera o ritmo, numa Power Ballad marcada por um dueto entre Andrew Kingsley (guitarra e vocal) e Brittney Slayes, perfeitamente concebido. O terreno está criado para o derradeiro momento da jornada.


“Afterlife” é o encerramento perfeito para um álbum dessa magnitude, deixando o lado Symphonic Metal com Orquestras, arquitetando uma atmosfera perfeita de clímax e também conclusão. Mas não se engane caro leitor, aqueles elementos sortidos já supracitados acima continuam tão presentes quanto em qualquer outro momento do registro. É um verdadeiro festival de mudanças rítmicas, riffs magistrais um atrás do outro, e pela milésima vez irei louvar o desempenho notório e destacado de Brittney Slayes, o qual enriquece esse álbum de uma maneira única com sua versatilidade arrebatadora, a voz dessa moça é uma dádiva. Os segundos finais são conduzidos por uma orquestra aprazível, criando um desfecho perfeito. Chegando ao fim do Abismo, me questiono o que vem a seguir futuramente, se tratando de uma banda tão rica e criativa musicalmente, e que vem crescendo exponencialmente num cenário tão saturado como o do Power/Heavy Metal. Apesar de sua raiz profunda no Power Metal, Unleash The Archers tem muito mais a oferecer, o inegável ecletismo da banda criou uma identidade musical única, mesmo bebendo das mais diversas fontes. “Abyss” é a culminação do que se iniciou no conceitual “Apex” (2017), porém são álbuns distintos em sonoridade e isso talvez cause um leve estranhamento ao ouvinte que talvez não esteja familiarizado com a banda, então deixo uma reflexão ao caro leitor. Você talvez goste de Iron Maiden, então, digamos que se o álbum “Somewhere In Time” de 1986 te cativa mais que o “Piece Of Mind de 1983”, você tem uma noção ao que me refiro.

Nota: 8,6

  • Integrantes:
  • Brittney Slayes (vocal)
  •    
  • Andrew Kingsley (guitarra, Vocais)
  • Grant Truesdell (guitarra, vocais)
  • Scott Buchanan (bateria)
  • Faixas:
  •    
  • 1. Waking Dream
  • 2. Abyss
  • 3. Through Stars
  • 4. Legacy
  • 5. Return To Me
  •    
  • 6. Soulbound
  • 7. Faster Than Light
  • 8. The Wind That Shapes The Land
  • 9. Carry The Flame
  • 10. Afterlife
  •    
  • Redigido por Giovanne Vaz
   

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