O guitarrista Kiko Loureiro, ex-Megadeth, refletiu sobre o impacto das mídias sociais na música nos dias de hoje. Segundo Loureiro, a internet exerce influência sobre o que os fãs buscam em um show ao vivo.
Na opinião do guitarrista, o mundinho cada vez mais “individualista” das redes sociais, pode ser a razão pela qual há menos bandas na atualidade. Não por menos, ele até levou o assunto para o seu novo disco solo, “Theory of Mind”, onde propõe a reflexão através da faixa “Lost in Seconds”.
Em uma nova entrevista a Loud TV, Kiko Loureiro discutiu a respeito do tema:
“Vício em tecnologia é uma coisa; é um ponto sem volta. Esse é o nome da música. É o vício em estar perdido em segundos — você começa a rolar a tela, então esquece o que está ao seu redor. Você é sugado para essa tecnologia. E então, você tem grandes problemas com vício — vício em mídia social, vício em tecnologia, vício em videogame, vício em pornografia. É tudo por causa da tecnologia.
E então, as famílias estão se desconectando. Você não fala com seus filhos, você não fala mais com seus amigos. Famílias na mesa — todo mundo está com seus telefones.”
Mas, de que forma isso se relaciona com a música? Ele explica:
“E então você tem o resultado disso, que é que as pessoas são mais individualistas. Você vê isso na música também. Agora, você tem menos bandas. As pessoas querem ter sua carreira no Instagram ou YouTube, compartilhando o que tocam, sem tocar com outras pessoas, sem ir para a sala de ensaio… É muito egoísta, de certa forma. Mas essa é a sociedade em que vivemos.”
Kiko acredita que as bandas que existem tendem a dar mais ênfase ao espetáculo:
“Quando você fala sobre os festivais, e todo mundo está com seus celulares, temos que entender que não se trata mais do astro do rock ou do herói ali. É sobre todo o ambiente… Nós, como artistas, temos que entender que não se trata tanto de nós no palco.”
É mais sobre a coisa toda; é sobre a pessoa que quer mostrar aos amigos que a pessoa está ali, naquele lugar, com aquela pessoa tocando ali. É por isso que temos muitas bandas agora com máscaras… Porque é a vibe toda.”
