Rebuscando a história do Rock, ainda impressiona a quantidade de rótulos aos quais as bandas e seus discos foram (e ainda são) submetidos.
Tudo seria muito mais simples se usássemos apenas a palavra “Rock”, para definir um grupo ou um disco o qual gostamos. A mesma banda que particularmente soa como Rock, ganhou sub-gênero, rótulo e vários apelidos: Acid, Rock, Soft Rock, Art Rock, Arena Rock, Southern Rock, Stoner Rock, Modern Rock, Prog Rock, Hard rock e tantos outros.
Porém, foi em meados dos anos 60 que surgiu o Classic Rock, definição dada a músicos de Rock ‘N ‘ Roll, surgidos naquela década, passando pelos anos 70 , indo até o começo dos anos 80. Embora, não seja especificamente um estilo, o rótulo foi dado a bandas como: Beatles, Kinks, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, Creedence Clearwater Revival, Yardbirds, Free, Cream, Bad Company e tantas outras.
Abrindo um espaço para o estilo, vamos falar de discos (e grupos) que merecem atenção e audição especial. Alguns destes, por trazerem em sua sonoridade, elementos simples e sonoridade que influenciou e continua influenciando inúmeras bandas. Algumas delas, chamadas de “Nova Geração do Rock”.
Preparem seus ouvidos afinal de contas, “Isto..É Clássico“.
Nossa máquina do tempo aporta em 1976 na cidade de Massachusetts, cidade de origem de uma das mais incríveis bandas de Hard/Classic Rock de todos os tempos. BOSTON.
A primeira formação do grupo trazia o guitarrista e fundador Tom Scholz, Brad Delp (vocais), Fran Sheehan (baixo), Barry Goudreau (guitarras) e Sib Hashian (bateria). O quinteto estreou em julho/agosto de 1976 com o excelente “Boston”, álbum auto intitulado que despontou na 3a posição da Billboard 200, graças a canção “More Than A feeling”, certamente a música mais conhecida da banda, que se transformou em hino do finalzinho dos ano 70, invadiu os anos 80 e se tornaria um clássico anos mais tarde.
“Boston” (o disco) conta com 08 excelente faixas, distribuídas em pouco mais de 35 minutos de duração e se transformaria em um dos álbuns mais vendidos da banda e também da década de setenta. Apesar do voo musical com “More Than A Feeling”, o disco apresentou outros singles que também foram responsáveis pelo sucesso do Debut. São eles: Peace Of Mind, Long Time, Rock & Roll Band e Smokin.
O sucesso avassalador dos singles, tomou de assalto os Charts e as paradas de sucesso mundiais fazendo com que o quinteto atingisse números astronômicos de vendas em países como Canadá (7a posição), Alemanha (4a posição), Holanda (11a posição), Nova Zelândia (16a posição), Suécia (26a posição), Reino Unido (4a posição) e Estados Unidos ( 3a posição). Individualmente, os singles também fizeram bonito ao atingirem posições impressionantes.
Estes números provavelmente tenha causado espanto até mesmo para os músicos que viram “More Than I Feeling”, “Long Gone” e “Piece Of Mind”, atingirem a 5a, 22a e 38a posição da US Billboard Hot 100 entre os anos de 1976 a 1977. E os números não param por aí: Boston, o disco, contemplou a banda com o primeiro Disco de Ouro pelas vendagens superiores a 500 mil cópias e Disco de Platina pelas vendagens superiores a um milhão de cópias e tudo isso em apenas três meses após seu lançamento.
Em 1986 a banda contabiliza nove milhões de cópias vendidas (mundialmente). Não bastasse o sucesso arrebatador, o disco integra a lista “Definitive 200 Albums of Rock Hall of Fame”, figurando na 43a posição ao lado de nomes como: Beatles, Led Zeppelin, Bob Dylan, Michael Jackson, Madonna, Santana Fleetwood Mac, Stevie Wonder, Jimi Hendrix, Van Halen, Aerosmith, Elvis Presley, entre outro.
Em sua primeira turnê para divulgar o álbum, o quinteto lotou pequenos clubes com capacidade para 500 e 1000 pessoas. Segundo os músicos, estas pessoas os impressionaram pois em todos os shows os fãs cantavam todas as músicas, já que as mesmas eram executadas frequentemente nas rádios. A turnê durou apenas 10 meses com a banda abrindo shows de nomes como Foghat e Black Sabbath. Em um show onde abriram para o Foghat que era o Headliner, o grupo foi apresentado por um DJ de Milwaukee como “A Melhor Banda de Rock ‘N Roll do Mundo”, o que causou um certo desconforto perante os “Donos” da noite. No caso, o Foghat.
Em 1977 o Boston planejava sua própria turnê e definitivamente não era mais uma banda de abertura. Ao contrário, Bob Seger and The Silver Bullet Band foram a banda de abertura em alguns shows realizados na Califórnia. No período de uma semana, aconteceram quatro shows e todos eles com ingressos esgotados. Ingressos esgotados também nos shows realizados no Philadelphia Spectrum, além de três shows realizados no Madison Square Garden, em Nova York, onde na ocasião a banda estava se apresentando pela primeira vez. Com o sucesso batendo a sua porta, o disco vendendo muito bem, as rádios AM e FM tocando seus singles em vários países e o disco recebendo elogios de público e crítica,, chegava a hora de pensar (e lançar) um novo trabalho e ele aconteceria no ano seguinte, em 1978.
Intitulado “Don’t Look Back”, o novo álbum de estúdio chegava às lojas em 02 de agosto de 1978. O quinteto tinha a missão de repetir o sucesso de seu antecessor e tentar elevar os números de vendas ou quem sabe, equiparar os números já que “Don’t Look Back”, seria o disco que consolidou o nome da banda na história do Rock/Classic Rock mundial. Teria Tom Scholz a capacidade de gravar um disco tão grandioso quanto seu antecessor? A resposta é Sim! Este álbum foi o segundo mais vendido pela banda, sendo superado apenas por seu álbum de estreia. O novo registro alcançou a marca de 7 milhões de discos vendidos apenas nos Estados Unidos, graças a “Don’t Look Back”, “A Man I’ll Never Be” e “Feelin Satified”, singles responsáveis por mais uma sequência de números positivos e sucesso em vários países.
Em mais um tiro certeiro do quinteto, o novo álbum contemplou a banda com dois Discos de Ouro, Um Disco de Prata, e inúmeros Discos de Platina. Individualmente os singles atingiram a 4a , 31a e 46a posição da Billboard Hot 100.
Pela primeira vez o Boston atingiu o 1o lugar das paradas de sucessos do Reino Unido e Canadá. Ainda em 1978, o disco figurou na 9a posição da UK The Official Charts Company, 9a posição da Norway VG List, 8a posição da Sweden Hung Medien, 13a posição da France InfoDisc e 17a posição na New Zeland Top 50 Albums.
* Algumas observações acerca da banda:
* Antes de gravarem o disco de estreia, a banda recebeu inúmeros “Nãos” de gravadoras que não demonstraram nenhum interesse em seu material.. Finalmente em 1975 uma das fitas demos, acabou caindo nas mãos de alguém da Epic Records, propriedade da CBS, que os contratou.
* conteúdo do álbum e estreia é uma regravação completa de fitas demos da banda, contendo canções escritas e compostas no finalzinho dos anos 60, início dos anos 70.
* Aclamado como um dos maiores e melhores discos da história do rock, “Boston” (álbum de estreia) serviu de referência e influências para inúmeras outras bandas proeminentes da época, que adotariam em seus trabalhos a sonoridade e as produções feitas por Tom Scholz & Cia. O disco também teve sua inclusão no livro “1001 Albums You Must Hear Before You Die” [ 1001 Álbuns que você deve ouvir antes de morrer].
* O álbum ultrapassou a marca dos 32 milhões de cópias vendidas mundialmente.
* “Boston” e “Don’t Look Back”, foram remasterizados e relançados em 13 de junho de 2006. As reedições foram remasterizadas digitalmente pessoalmente por Tom Scholz depois que ele ouviu que o processo de remasterização ficaria a cargo da Sony , o que segundo Tom, isso era inaceitável. Após negociações com a gravadora, Tom acabou assumiu o trabalho de remaster e segundo ele: “Eu sempre quis fazer esses álbuns soarem bem em CD e a chance finalmente chegou”.
* Em 09 de março de 2007, aos 55 anos de idade, Brad Delp foi encontrado morto em sua casa. Na ocasião, as causas de sua morte eram desconhecidas. Uma semana depois, no dia 15 de março a polícia norte americana de New Hampshire anunciou que Brad, cometeu suicídio por inalação de monóxido de carbono. Ele se trancou em um banheiro com dois grills queimando carvão.
* Em dezembro de 2013, o grupo lançou “Life, Love & Hope”, sexto álbum da carreira e desde então, o mais recente disco da banda. Ouça os dois álbuns:
Redigido por Geovani Vieira