“Entropic Reflections Continuum: Dimensional Unravel” é o debut da banda de Death Metal, VoidCeremony.
Após lançar três EPs seguidos, a banda de Progressive Death/Black Metal da cidade de Ramona/CA nos Estados Unidos, Voidceremony, lançou seu primeiro full-lenght, “Entropic Reflections Continuum: Dimensional Unravel”, no dia 26 de junho de 2020.
Já nos primeiros segundos de audição, já dá pra notar a qualidade técnica dos músicos, pois a faixa “Desiccated Whispers” revela quatro competentes instrumentistas. Tais músicos poderiam tocar Fuzzion, mas optam pelo Metal extremo.
Garrett Johnson e Jon Reider
Os riffs dos guitarristas Garrett Johnson e Jon Reider, que também são vocalistas, são, ao mesmo tempo, complexos, cheios de contratempos e variações rítmicas. Surpreendentemente, é o baixista I. Mann que sola nessa primeira canção, demonstrando uma impressionante intimidade com o seu instrumento.
“Sacrosanct Delusions”
A bateria de C. Koryn acompanha todos esses compassos insanos de forma precisa. “Sacrosanct Delusions” é a segunda lição dessa aula do que chamo Jazz Extreme Metal. Técnica não é tudo na música, mas confesso que há bandas que sabem fazer dela uma grande vantagem, e Voidceremony é uma entre essas.
I. Mann
O baixista I Mann também sola nessa canção, provando de vez que é diferenciado. No entanto, há solos de guitarra pela primeira vez no full-lenght. A faixa se encerra com um lindo solo de bateria.
A veia Progressiva surge em “Empty, Grand Majesty (Cyclical Descent Of Causality)”. Enquanto isso, os guturais, que aparecem nela periodicamente, me fazem lembrar que estou ouvindo Metal extremo e não uma banda Progressiva de alto gabarito.
C. Koryn
Os solos de guitarra consolidam o seu alto nível nessa música. C. Koryn executa seu número com altíssimo grau de dificuldade e o faz de forma, impecavelmente, sincronizada. O riff mais brutal do disco dispara “Binded To Unusual Existence”. Apesar do virtuosismo dos membros da banda, a sonoridade se mantém brutalmente pesada do início ao fim da obra fonográfica. Alguns podem torcer o nariz e achar que os músicos “fritam” demais em suas performances, porém em uma audição sem esse preconceito, percebe-se que tudo é feito embasado na mais alta beleza musical.
“Abandoned Reality”
A introdução puramente Death Metal da canção “Abandoned Reality”, logo depois se converte na fórmula Prog que já está sendo usada até o momento. A banda me impressiona, tecnicamente, tanto quanto Behemoth e Nile o fazem, mas claro que se trata apenas do debut, eu tenho que aguardar o que o quarteto de Ramona vai produzir futuramente.
“Solemn Reflections Of The Void“
A canção “Solemn Reflections Of The Void“ encerra o primeiro álbum do Voidceremony com as mesmas qualidades demonstradas em todo o seu tempo de duração. Em contraste com o que acontece com os Progressivos modernos, a prazerosa audição não dá aquela impressão de “álbum infinito”.
Embora o Prog esteja muito presente nesse trabalho de estreia do Voidceremony, eu entendo que a melhor definição para o álbum seja Blackned/Death Metal. Aprovo e indico essa produção para os amantes de Metal extremo e que não sejam preconceituosos em relação a virtuosismo.
Nota 9,1
Integrantes:
- Garrett Johnson (vocal e guitarra)
- Jon Reider (vocal e guitarra)
- C. Koryn (bateria)
- I. Mann (baixo)
Faixas:
- 1.Desiccated Whispers
- 2.Sacrosanct Delusions
- 3.Empty, Grand Majesty (Cyclical Descent Of Causality)
- 4.Binded To Unusual Existence
- 5.Abandoned Reality
- 6.Solemn Reflections Of The Void
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz