Quatro anos se passaram desde então, e a banda disponibilizou seu segundo full-lenght, “Pyramid Of Terror”, no dia 28 de junho de 2019, pelo selo Bad Omen Records.
Mirror
Mirror produz suas pesadas canções com claras influências nas décadas de 70 e 80. Imaginemos Scorpions, na fase a qual Uli Roth era o guitarrista, transformado em Heavy Metal, essa é melhor maneira de explicar a sonoridade da banda.
A canção título abre o álbum com uma introdução que passa de sombria e triste para rápida e empolgante em poucos segundos. Os riffs e solos de guitarra já mostram de cara a sua qualidade.
Jimmy Mavrommatis
O vocalista Jimmy Mavrommatis tem todos os recursos técnicos necessários para uma interpretação de alto nível, sem exagerar no uso de agudos, que é um equívoco comum de muitos cantores do gênero. “I Am The Freaky” vem logo em seguida. Essa faixa é perfeita, pois tem riffs certeiros, solos cativantes, estrofes e refrãos que, facilmente assimiláveis, convidam o ouvinte a cantar junto.
“Secrets Of Time”
Sem dúvida alguma, minha canção favorita. O clima Scorpions invade o álbum com força total em “Secrets Of Time”, ela parece uma canção inédita do álbum “Taken By Force”, mas não se deixe enganar, ela é mesmo do Mirror.
“Master Of The Deep”
“Master Of The Deep” é um Heavy/Doom a la “Black Sabbath” com Dio, que deixa, por alguns instantes, a atmosfera do “Pyramid Of Terror” mais lenta e ainda mais pesada. “Running From The Law” é uma boa canção, mas não trás nada diferente do que foi apresentado anteriormente.
“Apollo Rising” abre a segunda metade do álbum, e é uma música com um ar mais épico, se assemelhando com o US Power 80’s. O ritmo de cavalgada e um pequeno trecho no qual um vocal quase gutural é utilizado lhe torna peculiar dentro do contexto. Uma introdução “orquestrada” abre “Black Magic Tower”, mas ela quase que instantaneamente se converte na canção mais rápida do disco. Porém, faltou um toque a mais de produção em seu refrão. Vocais de apoio o deixariam muito mais interessante, e isso comprometeu discretamente o resultado final da faixa.
“Nitocris” se inicia com um arranjo pesado do baixista Tas. Mais uma vez a semelhança com Scorpions se faz presente. Mavrommatis não tem a voz parecida com a de Klaus Meine, mas sim a forma de cantar do vocalista alemão.
“The Last Step Down”
O álbum se encerra com a bela canção “The Last Step Down”, mantendo todos os ingredientes apresentados durante todo o conteúdo do full-lenght. Os guitarristas Nikolas “Sprits” Moutafis e Dino mantiveram o seu excelente trabalho também nessa canção, assim como o baterista Daniel Georgiou.
A cada dia fica mais evidente pra mim que quem afirma que o Heavy Metal acabou, ou acabando, está completamente equivocado, não possuindo a mente aberta para dar a chance às centenas de boas bandas surgidas nas últimas duas décadas.
Valeu à pena ter conhecido Mirror. Indico a todos os amantes de Metal que façam o mesmo.
Nota 8,7
Integrantes:
- Nikolas “Sprits” Moutafis (guitarra)
- Jimmy Mavrommatis (vocal)
- Dino (guitarra)
- Tas (baixo)
- Daniel Georgiou (bateria)
Faixas:
- 1.Pyramid Of Terror
- 2.I Am The Freak
- 3.Secrets Of Time
- 4.Master of the Deep
- 5.Running From The Law
- 6.Apollo Rising
- 7.Black Magic Tower
- 8.Nitocris
- 9.The Last Step Down
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz
