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Indicação Hard: Don Dokken – “Up From The Ashes” (1990)

O ano era 1990 e Don Dokken, vocalista e líder do DOKKEN, lançava “Up From The Ashes”, primeiro álbum de sua carreira solo e um dos melhores discos do início dos anos 90.

   

O novo trabalho chegava às lojas três anos após o excelente “Back For The Attack”, quarto álbum do Dokken (banda), lançado em novembro de 1987 e um dos trabalhos mais aclamados do grupo, figurando inclusive na 13a posição da Billboard Americana.

Apesar do sucesso e do domínio das paradas em países como Suécia, Suíça e Estados Unidos, as coisas não estavam indo bem entre o guitarrista George Lynch e Don Dokken, que entraram naquela vibe de cão e gato.

Após os famigerados “quebra paus” e guerra de egos entre guitarrista e vocalista, Lynch aprontava as malas levando consigo o baterista Mick Brown, formando a seguir o Lynch Mob, grupo que estreou em 1990 com o excelente “Wicked Sensation”.

Por sua vez, Don Dokken juntava forças com o guitarrista John Norum (ex-Europe) e lançava, em outubro de 1990, o excepcional “Up From The Ashes”, debut de sua carreira solo, trazendo exatamente a mesma sonoridade de seus tempos de Dokken.

   

Para completar o time e fechar a equipe, Don e Norum adicionaram o baixista Peter Baltes (Accept), o guitarrista Billy White (Watchtower), o baterista Mikkey Dee, na época baterista do King Diamond, posteriormente do Motörhead e atualmente o substituto de James Kottak no Scorpions.

O disco apresenta 11 temas inéditos divididos em 54 minutos de duração e temos aqui um dos melhores registros de Hard Rock lançados na época, bem como o último grande trabalho envolvendo Don Dokken, já que anos mais tarde, após o retorno com sua banda principal (de 1995 a 2004), o que veio foram discos horrendos, desnecessários e em alguns casos, vergonhosos (Opinião pessoal).

Ok! Talvez eu tenha exagerado no comentário já que “Lightning Strikes Again” (2008) é um disco “mediano”, enquanto “Broken Bones” (2012) traz uma sonoridade broxante e maçante. Mas se sua intenção é tomar um bom laxante, então fica a dica e boa sorte com os resultados.

Porém, o foco aqui é “Up From The Ashes” e é exatamente sobre esta pérola que falaremos nas próximas linhas. Prepare-se para mergulhar em belas melodias, cantar alguns refrãos e tirar da gaveta aquela calça de oncinha com cheiro de naftalina, escondida a sete chaves, prova deque você já visitou a Farofolândia e curte um laquê no cabelo (caso ainda tenha cabelos).

O disco abre em alto estilo com “Crash ‘N Burn” e seus violões semi acústicos, causando a impressão de ser uma balada. Impressões finalmente apagadas, pois estamos diante de um Hard de primeiríssima qualidade, que flerta com o Heavy Metal em alguns momentos e isso talvez por conta de seu solo de guitarra bem como as linhas de contra baixo precisas e pesadas. Ao final, Don Dokken manda um agudo espetacular, daqueles que valem a pena usar o “Repeat” em uma música, igualmente, espetacular e muito bem escolhida para ser a faixa de abertura.

   

Seguindo a mesma linha de sua antecessora e causando a mesma impressão de que ouviremos uma balada, “1.000 Miles Away” apresenta linhas belíssimas de teclados, parecendo que ouviremos algo romântico. Ledo engano! Com sua pegada Hard, linhas pesadas de contra baixo e guitarras marcantes, temos aqui mais um momento excepcional em uma canção dona de refrão grudento e fácil de decorar. Destaque para o solo espetacular de guitarras de John Norum. O cara simplesmente chuta a porta em um dos momentos espetaculares do disco.

Já que falei em chutar portas, é exatamente isso que faz “When Some Nights”, música que diz ao que veio logo de cara. Sem tempo para respirar, somos envolvidos por suas melodias contagiantes, refrão pegajoso, guitarras precisas (que solo lindo), linhas de contra baixo absolutamente perfeitas e vocais dedicados mais à melodia. Em resumo, um dos momentos fantásticos do registro.

Continuando em alto estilo e mostrando-se um disco perfeito, é hora de mergulhar os incríveis acordes de “Forever”, música que apesar de trazer em suas guitarras bases a simplicidade do Hard Rock, traz também o casamento perfeito entre baixo e bateria, aliados aos vocais e backing vocals em mais um daqueles momentos primorosos. Ao final, uma certeza: A tecla Repeat deverá ser usada sem moderação.

Trazendo a mesmíssima fórmula do excelente “Under Lock and Key”, somos envolvidos por “Livin A Lie”, mais uma daquelas canções que logo de cara já mostra ao que veio. Com seus backing vocals bem encaixados e um trabalho monstruoso dos excepcionais Mikkey Dee (bateria) e Peter Baltes (baixo), estamos diante uma música absolutamente perfeita, grudenta e impactante. Destaque mais uma vez para Mr. John Norum em um dos solos mais belos do álbum.

Tirando o pé do acelerador e mergulhando em águas mais calmas e brandas, “When Loves Find A Fool” é aquele momento onde isqueiros precisam ser acesos, os olhos devem permanecer fechados, os braços seguem um ritmo de coreografia e o pensamento faz um retrospecto, trazendo á sua memória bons momentos ao lado de sua ex-namorada. Ao final, aquele porta retrato vai de encontro ao peito e talvez role uma lágrima de saudade. Aqui, a ilustre presença de Glenn Hughes, responsável pelos backing vocals e também um dos co-escritores da música.

   

Após o momento “Arranhando azulejos”, é hora de voltar ao Hard propriamente dito e ele é bem representado através de “Give It Up”, faixa que coloca o trem nos trilhos em mais uma aula do estilo com destaques para o belíssimo solo com cara de George Lynch (impossível não comparar) e o baixo super pesado de Baltes (Peter).

Os riffs de “Mirror, Mirror” dão o tom em mais um momento grandioso e mais uma daquelas músicas que grudam de imediato, conquistam o ouvinte de cara e evidentemente nos remetem aos maravilhosos “Tooth And Nail” e “Back From The Attack”, lançados pelo Dokken, banda principal de Don. Destaque para a dupla Norum & White, responsável por uma dobradinha espetacular de guitarras.

Não se deixe enganar pelos violões breves e semiacústicos de “Stay”, faixa espetacular que traz a participação do baixista Tony Franklin (Whitesnake, Blue Murder, Jimmy Page, Lana Lane, etc) e mais uma figurando na lista de “melhores” do full lenght. Destaque para os backing vocals e para as linhas sutis de teclados.

Próxima da estação final, “Down In Flames” é a bola da vez e traz consigo uma pegada mais Heavy Metal (apesar de ser um hardão) e isso talvez seja consequências das guitarras que soam mais “sujas” em determinados momentos e pela bateria de Mikkey Dee, aqui soando veloz e pesada.

Fechando grandiosamente o disco, “The Hunger” é uma espécie de continuação de “Down In Flames”, já que ambas trazem uma pegada mais pesada de Mikkey Dee. Em suas harmonias (e melodias), um flerte com a sonoridade do Great White, principalmente, nas linhas vocais de Don Dokken, lembrando bastante os timbres excepcionais de Jack Russel. Indiscutivelmente, os destaques vão mais uma vez para Mikkey Dee, além dos solos geniais de Norum & White, lembrando mais uma vez o excelente “Back From The Attack”.

   

Musicalmente temos aqui um dos grandes trabalhos editados por Don Dokken pós “Back From The Atatck” e sim, tudo aqui é absolutamente muito parecido com os trabalhos de sua banda principal (fato).

Ainda sobre o disco:

A excelência musical de “Up From The Ashes” garantiu ao disco números expressivos de vendas, rendendo excelente colocação na Billboard 200, onde figurou na 50a posição.

Na parada da Mainstream Rock, o single de “Mirror, Mirror” atingiu a 26a posição e seu videoclipe foi exibido constantemente no Headbanger ‘s Ball da MTV, seguido de “Stay”, que também seguiu os mesmos passos.

Antes da entrada de Mikey Dee, o posto de baterista foi assumido por Ken Mary do Fiffht Angel, já que o baterista original Hempo Hildén foi demitido durante as gravações.

   

Anos mais tarde, Don selava as pazes com George Lynch e juntos anunciavam um novo trabalho de inéditas do Dokken (banda), que infelizmente perdeu a fórmula da boa música. Pra piorar a situação, Don teve sérios problemas com sua voz e ao vivo suas apresentações tornaram-se sofríveis, já que não consegue cantar suas próprias músicas.

Voltando a “Up From The Ashes”: Disco fabuloso com um line up de primeira grandeza e como dito anteriormente, um dos melhores discos lançados no início dos anos 90 e um álbum que deveria ter sido referência para os trabalhos seguintes do Dokken, já que nada relevante foi lançado desde então e/ou o que foi de fato lançado esteja bem aquém do que a banda fez nos idos dos anos 80 em sua época áurea.

Álbum altamente recomendado.

  • Faixas:
  • 1.Crash’n’Burn
  •    
  • 2.1000 Miles Away
  • 3.When Some Nights
  • 4.Forever
  • 5.Living a Lie
  • 6.When Love Find a Fool
  •    
  • 7.Give It Up
  • 8.Mirror Mirror
  • 9.Stay
  • 10.Down in Flames
  • 11.The Hunger
  •    
  • Integrantes:
  • Don Dokken (vocal)
  • John Norum (guitarra)
  • Billy White (guitarra)
  •    
  • Peter Baltes (baixo)
  • Mikkey Dee (bateria)
  • Redigido por: Geovani Vieira
   
   

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