Ícone do site Mundo Metal

Resenha: Mgła – Age Of Excuse (2019)

Mgla é uma banda polonesa de Black Metal, formada pelo vocalista e instrumentista M, assim como pelo baterista Darkside, que foi incluído a horda a partir de seu terceiro disco, “Exercises In Futility”, de 2015. M é responsável, ao mesmo tempo, pelo vocal, guitarra e baixo.

Em 2019, eles lançaram seu quarto full-lenght, “Age Of Excuse”, mantendo o formato conceitual de todos seus registros.

Divulgação / Facebook / MGLA / Black Metal

“Age Of Excuse” possui seis partes com um total de 42h24m de duração. O tema de abertura é sombrio, envolvente e relaxante, características essas que estão presentes em todo o conteúdo do álbum.

“Esperanças decrescentes chicoteiam o chão / Entre lamentos de milênios afundados / Não há caminhos a seguir / Mas um pesadelo de repetição sem fim.”

Esse é o conceito lírico da obra, presente na canção de abertura. “Age Of Excuse II” tem o andamento levemente mais acelerado, porém uma letra ainda mais infernal.

“Uma encarnação barata em uma carne desvalorizada / A alma congela-se em um nódulo encardido / Substância do mundo, sombria e pálida / Aos pés de um espírito descolado”.

Em “Age Of Excuse III”, a parte lírica continua a análise da alma humana com pitadas de niilismo.

“Para um novo mundo viria / De vez em quando / Mais puro, mais claro, mais transparente, melhor / E o último dos incrédulos será pisoteado na maior das marchas / Para o futuro radiante / Onde são prometidas presas para ovelhas”.

Um mergulho profundo nos sentidos sem sentidos da humanidade

“Marco zero da transgressão / Se a distância irônica é a verdadeira subversão / Como é esculpido no estruturado sistema que se opõe”.

Tanto as canções quanto suas temáticas se complementam, pois não fazem total sentido separadamente. Desenvolver álbuns conceituais é a especialidades do Mgla, já que eu não lembro de outro a artista ou banda que tenha se dedicado exclusivamente a eles.

Dessa forma termina a parte IV de “Age Of Excuse”:

“Reconheça confusão saudável / A sujeira por trás do devaneio / Desenterrar loucura e sondar o absurdo / Desconstrua sem promessa de um padrão de restauração e se tornará livre através da verdade dos profetas pré-sacerdotes”.

Em seguida, “Age Of Excuse V” segue recheada de niilismo:

“Ainda há entranhas a serem arrancadas e penduradas entre as árvores sagradas / Ossos a serem quebrados, olhos a serem arrancados para a diversão de um Deus babão”.

A sonoridade do MGLA intercala momentos com ritmo mais acelerado, mas é lenta na maior parte do tempo. A parte final “Age Of Excuse VI” é a conclusão do conceito do álbum.

“O que tem que ser feito, tem que ser feito / A natureza humana é o que é / Cobrimos nossos olhos em um chamado às armas / E virar uma ponta em nossa direção / De braços dados neste conflito fútil / Onde as cartas são marcadas e as probabilidades são pequenas ou inexistentes / De mãos dadas com o destino pior que a morte / Implacável em descontentamento”.

A existência humana é reduzida a menos que nada e os homens tidos como puras cobaias que são usadas para a diversão do acaso. O som do Mgla é extremamente depressivo, mas um Black Metal de nítida qualidade.

MGLA ; Photo By: Ice Photography / Fanny Larcher Collin

Assim como ocorrera nos demais subgêneros, 2019 também foi um ano bem gentil com os amantes do Black Metal. Muitos trabalhos de qualidade e com estilos bem variados.

Audição recomendável.

Nota 8,8

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Sair da versão mobile