“The Oracle” é o terceiro disco do Brave.
No dia 27 de fevereiro de 2020, a banda de Heavy/Power Metal ituana, Brave, lançou, de forma independente, o seu terceiro full lenght, “The Oracle”, que é sucessor do álbum “Kill The Bastard”, lançado em 2016.
A sonoridade do Brave é influenciada, principalmente, no movimento norte americano oitentista chamado US Power, que tem nomes como Manowar, Omen, Manilla Road, Liege Lord, entre outros. O guitarrista Carlos Bertolazi é pesado nos riffs, porém melódico e recheado de feeling nos solos.
Carlos Alexgrave
O baterista Carlos Alexgrave (Queiron), que também realiza um trabalho competente no Death Metal, faz uma cozinha precisa com o baixista Ricardo Carbonero. O vocalista Sidney Milano é o que soa mais influenciado no US Power, impondo sua voz mais agressiva a maior parte do tempo e mais melódica em alguns momentos.
Um pequeno tema instrumental abre o disco. Bertolazi faz um belo solo de guitarra para iniciar esse belo trabalho. “Firestorm” apresenta belos riffs pesados, possuindo uma introdução instrumental de quase 1m30s até ser invadida pelo agressivo timbre vocal de Sidney Milano.
Os riffs matadores antecedem um belíssimo solo de guitarra. A faixa título segue a mesma fórmula do Heavy/Power que pega na veia, porém com uma introdução instrumental menor que a faixa anterior, ficando mais cadenciada na primeira parte do solo, destacando o belo trabalho de Bertolazi, mais uma vez.
“We Fight For Odin”
Não há possibilidade de ouvir “We Fight For Odin” e não ter a mente remetida ao Heavy americano dos anos 80, inclusive pela temática lírica, já que ela é, frequentemente, usada pelas bandas daquele período. O solo de guitarra dessa canção é o meu favorito do disco.
“Valhalla”
“Valhalla” remete exatamente a mesma época que a faixa anterior, porém com suas peculiaridades. O vocalista Milano mostra a face mais melódica de sua voz, toda a sua capacidade técnica de alcançar agudos altíssimos e mantê-los, precisamente, afinados. Essa canção lembra os primórdios do Manowar, antes que sua sonoridade se tornasse plastificada como é nos dias atuais.
Pois, ela também tem diversas mudanças rítmicas que lhe fomentam uma incrível atmosfera épica. Bom, acho que já deu pra perceber que “Valhalla” é a minha favorita do álbum.
Em contrapartida, “Wake The Fury” tem um riff mais, puramente, Heavy Metal, tendo ligeiramente uma veia NWOBHM.
“Fall To The Empire”
Logo após, “Fall To The Empire” tem os riffs mais pesados e brutais do disco. Mas, para a minha mente, essa canção é uma mescla da sonoridade das faixas mais rápidas do debut do Manowar com influências na banda mineira Grey Wolf.
Pode até ser pura loucura da minha mente insana, mas é exatamente o que me parece. O terceiro full lenght do Brave se encerra com a música “We Burn The Heart”, a qual inicia com uma levada mais acústica, lembrando uma balada. O vocal de Milano, porém, não se preocupa em ser melódico, inclusive fomentando um clima sombrio por essa escolha. O belo solo acústico de Bertolazi é um dos pontos fortes de “We Burn The Heart”.
Contudo, o encerramento do registro com essa faixa é inesperado para mim, porém posso dizer que ele funcionou muito bem dessa forma, que é diferenciada do restante da sonoridade do disco.
A razão principal pela qual escrevemos resenhas aqui é a de indicar bons, ótimos e excelentes discos, com exceção dos medalhões, que quando “pisam na bola”, nós fazemos questão de salientar suas “pisadas”.
Entratanto, temos o propósito de levar a vocês o que está rolando de melhor na cena Metal, independente de se tratarem de bandas nacionais ou não.
Porém, é inegável que o gosto é especial quando temos a oportunidade de indicar bons trabalhos que tenham nascido em nossa terra e, felizmente, eu, particularmente, pude fazer isso por várias e várias vezes desde que comecei no Mundo Metal, aprovando e indicando trabalhos de bandas nacionais.
Hoje é a vez do Brave, natural da cidade de Itu/SP, passar a fazer parte desse meu seleto time dos bons lançamentos brazucas.
Nota 8,7
Integrantes:
- Carlos Alexgrave (bateria)
- Carlos Bertolazi (guitarra)
- Sidney Milano (vocal)
- Ricardo Carbonero (baixo, vocal)
Faixas:
- Intro
- Firestorm
- The Oracle
- We Fight For Odin
- Valhalla
- Wake The Fury
- Fall To The Empire
- We Burn The Heart
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz