Bruno Sutter (Massacration) e o baterista Ricardo Confessori (ex-Angra), discutiram sobre o estado atual do rock no Brasil. O rock está morto? Segundo Confessori, sim, e quem matou o rock “foi o emo”. Bruno Sutter acrescentou:
“Existem várias mortes do rock. O Ronnie James Dio era muito revoltado com o movimento poser, o hair metal. Se você falasse de Poison para o Dio, ele ficava, ‘Esses caras mataram o rock.’
E aí morreu, e ficou esse rock. Depois esse rock foi morto pelo Kurt Cobain, pelo grunge. Depois morreu de novo… O rock é tipo um zumbi, ele é tipo o Jason, o pessoal mata ele, mas ele sempre volta.”
Ao discutirem sobre a geração envelhecida do público de rock, Bruno Sutter disse:
“O show do Iron Maiden nos EUA é só cabeça branca, e se não é cabeça branca é cabeça careca. Eu fui ver um show em Nova Iorque e fiquei chocado, porque ali eu primeiro alerta, ‘Cara, o Heavy Metal está velho.’ Aqui no Brasil ainda não, ainda tem uma molecada que frequenta, mas lá fora, nos EUA, principalmente, o Heavy metal tradicional, tipo o do Iron Maiden, só vão os coroas, não renovou o público.”
Ricardo Confessori acrescentou:
“O fã também mudou, porque antigamente era o cara festeiro, que gostava de balada e tal, e agora o cara virou um nerd, quietinho, com a namorada dele, isso no metal. Antigamente o cara ia lá para arranjar mulher, se meter em umas confusões… Agora o cara vai lá, já vai com a namorada, ele é quietinho, ele é nerd, ele não bebe, não quer saber de confusão, ele virou um cara certinho.”
Bruno Sutter lançou a questão: “o que é o metal hoje em dia?”
“Se você for ver pelo público e pelas atitudes de antigamente, o metal de hoje em dia, é o funk. O metal de hoje em dia nos termos de ‘Ah, vou ser muito louco, vou tacar o terror…’ E o metal em si, de uma certa forma, envelheceu, e atitude do jovens que gostam de metal, são atitudes de pessoas mais velhas, que são mais de boa.”
Ele acrescentou mais tarde:
“É muito estranho como as atitudes comportamentais envelheceram com o rock.”
Sobre a mudança de comportamento do público, Bruno Sutter disse:
“Eu acho que tem a ver com a indústria. A indústria dita o que vai ser a música da moda, e a música da moda vai influenciar a juventude. Na nossa época, a música da moda era o rock, então nós nascemos na época certa, porque crescemos ouvindo metal e era coisa de jovem, e de fazer merda, o que tem a ver com a idade. Hoje em dia a música da moda não é o rock, são os outros estilos. Tem tudo a ver com a modernidade.”