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Deicide: “sou muito real e profundo para esse tipo de merda. Isso é para posers”, diz Benton sobre Meet & Greet

Muitos assuntos referentes a novos modelos de negócio na indústria da música tem causado discussões acaloradas entre músicos e fãs.

   

Desde o famigerado uso do playback e das fitas pré-gravadas, até a nova onda de shows com avatares e hologramas, além da forma como as plataformas de streaming tem substituído a forma convencional de se ouvir música.

Pois podemos incluir nesta lista de assuntos polêmicos, o Meet & Greet. Para quem não sabe, é uma prática utilizada geralmente por bandas maiores, onde o fã paga (muitas vezes quantias estratosféricas) para conhecer seus ídolos pessoalmente.

Reprodução/Facebook

Se existe um músico que tem rendido entrevistas muito boas e não se furta falar sobre qualquer coisa, este é Glen Benton, líder do Deicide. E ele não se esquivou a falar sobre o Meet & Greet, veja as opiniões dele em uma nova entrevista concedida ao Prescription Punk Rock:

“Eu estava tendo essa conversa com os caras da banda outro dia, porque estávamos falando sobre meet & greets e fazer esse tipo de coisa. E eu simplesmente não sou fã de cobrar fãs por um autógrafo. Eu dou um autógrafo a um fã por gentileza, do fundo do meu coração, não porque eu quero ganhar dinheiro com isso. O fato de eles serem fãs e ouvirem nosso material já é o bastante… Eu sei que as coisas são diferentes agora, a maioria das pessoas obtém música de graça, mas eu ainda não consigo aceitar isso, cobrar alguém pela minha assinatura, especialmente um fã… E isso me faz sentir meio esquisito.

O falecido baterista do Rush, Neil Peart, eu vi uma entrevista com ele, e ele se sentia desconfortável nessas situações, e eu me sinto da mesma forma, cara. Eu simplesmente não gosto de ser colocado nessas posições em que estou sentado em uma mesa e as pessoas ficam me olhando boquiabertas como se eu estivesse no Jim Rose Circus ou algo assim. Acho que sou muito real e profundo para esse tipo de merda. Para mim, acho que é, desculpe a expressão, acho que é uma coisa meio poser. Isso é para posers.

E Steve Asheim, baterista do Deicide, disse algo do tipo, ‘eu me sinto da mesma forma. Sinto que quero sair da minha pele quando estou nessas situações’. E como eu disse, eu simplesmente não curto esse tipo de coisa. Porque eu estou lá em cima, se eu for envolvido nessas coisas, eu fico pensando comigo mesmo enquanto estou lá em cima do palco e todo mundo está dizendo todos os elogios e tudo, e eu penso comigo mesmo, ‘cara, se eles pudessem me ver quando estou lá fora cortando minha grama, lavando o carro e limpando o banheiro. Se eles pudessem me ver agora’. Então é assim que me sinto desconfortável, porque eu não penso em mim como uma estrela do Rock ou algo assim. Eu simplesmente não me coloco nesse estado de espírito. Eu não posso. Eu realmente não posso e não consigo me relacionar com isso.

“Para algumas pessoas, simplesmente, não é sobre elas e eu não me sinto confortável fazendo isso. Quer dizer, eu não me importo, se você vier até mim, como se eu estivesse saindo pela porta dos fundos e entrando em veículos e as pessoas vierem até mim, eu aceito isso. Eu não sinto que estou sendo colocado em um pedestal. Eu não gosto de me sentir assim. É apenas uma sensação desconfortável e surreal para mim. Como eu disse, seria melhor… Me pegue no aeroporto, me pegue saindo pela porta dos fundos, me pegue na passagem de som. Do jeito que eu vejo, se eu estiver em turnê, em um dia eu trabalho por pouco mais de uma hora. Então, nesse período, você tem dez mil oportunidades de me fazer autografar algo, te dar uma palheta de guitarra, tirar uma selfie com você e tudo isso. Significa mais para alguém assim do que pagar 80 dólares para ficar ali. Eu simplesmente não me sinto confortável fazendo isso. Eu nunca vou fazer. Eu nunca tive esse tipo de ideia. Eu tive alguns momentos de ficar incrédulo por conta desse tipo de coisa. Mas, para mim, isso é para posers. Eu nem quero dizer os nomes deles… Eu tenho que ter cuidado. Você tem que ter cuidado. Tudo dá muita audiência no Blabbermouth. Você não pode mais brincar com as palavras. O mundo é um lugar diferente agora.”

   

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