“Razamanaz” é o terceiro full lenght da banda escocesa de Hard Rock, Nazareth.
A diretora da minha escola resolveu autorizar a colocar música no recreio a fim de deixar os alunos mais felizes, isso lá em 1976. Ou seja, rolava muita coisa nas caixas bem localizadas no pátio. Yes, Deep Purple, Led Zeppelin, entre outros. Desse modo, tudo estava na mais perfeita ordem.
A seleção era organizada pelos alunos que eram roqueiros. Certo dia, resolvi enlouquecer um pouco a audição do intervalo, já que saí de casa com o “Razamanaz” do Nazareth. Assim sendo, eu estava decidido em colocar o botão do volume do 4 para o 10 e explodir o pátio com a faixa-título, que é uma das maiores pauladas já realizadas no Hard Rock. Ela mistura, ao mesmo tempo, Hard bem alegre e Punk bem sujo. Aquilo já era Metal de primeira.

Bem, o aparelho ficava na diretoria, então tive que entrar e pedir licença à diretora, que era a fera conhecida em quase todas as escolas do Rio. Coloquei a bolacha e, em seguida, mudei rapidamente para o 10. Entrei no pátio rezando sem saber se a minha atitude era a mais correta.
Rock pesado e de primeira
Quando entrou a paulada, juro que não acreditei na altura do som das quatro grandes caixas. Como resultado, os roqueiros vibraram e a turma menos envolvida com a loucura do Rock estava apavorada. Nazareth estava mandando o seu recado. Rock pesado e de primeira.
Fui chamado diretamente na diretoria para levar um esporro, mas estava bem feliz. O disco foi lançado em 1973, porém no Brasil, saiu com uma capa de papelão bem vagabunda, apesar que isso não foi capaz de apagar o brilho da capa e do raio que traduz bem a energia da banda no disco.

Além da fantástica faixa-título, o disco ainda traz outras 8 matadoras faixas. Embora não seja justo destacar alguma na bela bolacha, escutem o Rock feijão com arroz mais temperado da história, “Woke Up This Morning”, a cheia de efeitos e molejo, “Night Woman”, a dançante, “Bad Bad Boy” e a última que fecha o registro com um dos maiores balanços roqueiros da história, a magnífica “Broken Down Angel”, que traz uma alegria capaz de colocar para pular o Iggy Pop e GG Allien. Em suma, pura festa!
Deixo este texto em homenagem aos amigos Cláudio Carvalho de Moura e Luciano Saraiva, dois grandes fãs da banda, e ao maior fã-clube do Nazareth no mundo, o do Paraná. Rock pode ser cabeça, mas é alegria acima de tudo. E, inegavelmente, o Nazareth sempre soube fazer isso.
“Razamanaz” é só mais um grande disco deles.
Nota: 10,0
Integrantes:
- Dan McCafferty (vocal)
- Darrell Sweet (bateria, vocal) (R.I.P)
- Pete Agnew (baixo, vocal)
- Manny Charlton (guitarra, banjo, vocal) (R.I.P)
Faixas:
- 1.Razamanaz
- 2.Alcatraz
- 3.Vigilante Man
- 4.Woke Up This Morning
- 5.Night Woman
- 6.Bad Bad Boy
- 7.Sold My Soul
- 8.Too Bad, Too Sad
- 9.Broken Down Angel