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Clássicos: Nazareth – “Hair Of The Dog” (1975)

“Hair Of The Dog” é o sexto full lenght da banda escocesa de Hard Rock, Nazareth, cujo lançamento aconteceu no dia 3 de abril de 1975, pelo selo Vertigo. Esse disco está entre os maiores clássicos dos escoceses, assim como “Razamanaz”, que saiu em 1973, sendo o sucessor do “Rampant”, lançamento do ano anterior. Essa resenha vem de dentro do coração, pois para mim é impossível escrever sobre Nazareth sem usar o meu lado emocional. Certamente, algumas afirmações vão causar polêmica. Dito isso, venham comigo em uma viagem por “Hair of the Dog”.

   

McCafferty, o rei do drive

O saudoso Dan McCafferty é o mais poderoso vocal drive de todos os tempos, sim, superando Axl Rose, que aliás, fez uma boa interpretação da canção “Hair Of The Dog”. Da mesma forma, ele superava Udo Dikrschneider, Bon Scott, Brian Johnson e qualquer outro que possa vir a sua cabeça nesse momento. Ele possuia a sua maravilhosa voz rasgada que soava com um sopro divino, ao mesmo tempo que transbordava feeling, peso e melodia. McCafferty faria a diferença em qualquer banda que ele tivesse sido membro, porém essa sorte foi do Nazareth. Lamentei bastante quando ele anunciou sua aposentadoria, logo após lançar “Rock ‘n’ Roll Telephone“ e mais ainda quanto o mundo o perdeu no ano de 2022. Tudo isso que acabo de afirmar, portanto, pude tirar a prova quando assisti a apresentação do Nazareth em Curitiba, no ano de 2011.

Crédito: Photo By Adrian Boot / Urban Image

Que tal mergulharmos no “Hair Of The Dog”?

“Hair Of The Dog” é uma expressão britânica que se refere à ressaca, que é mais ou menos essa: “I want the hair from the same dog that bit me yesterday”, passando para o português, “eu quero o pelo do cachorro que me mordeu ontem”. Ou seja, “Hair Of The Dog” é aquela dose que serve para curar a ressaca no dia seguinte. Quão surpreendente isso pode ser, vindo direto da Escócia?

Assim que a audição começa, vem a faixa título, apresentando um dos riffs que mais pegam na veia entre todos que já foram criados na história da humanidade. Exagero? De modo algum! Ainda tem duvida? Ouça-o repetidas vezes até concordar. Nem precisa me agradecer pela dica(rs). Além disso, trata-se de uma canção capaz de ressuscitar os mortos.

“Hair Of The Dog” ainda conta com o maravilhoso solo de talk box de McCafferty, que, de certa forma, dá a ela uma atmosfera para lá de escocesa. Há quem diga que seu riff lembra “Day Tripper” dos Beatles, juro que nem percebi (rs).

Tente não se apaixonar por isso:

“Now you’re messin’ with a
(A son of a bitch) Now you’re messin’ with a son of a bitch
Now you’re messin’ with a
(A son of a bitch) Now you’re messin’ with a son of a bitch”

Sequência matadora

Logo depois, “Miss Misery” é uma aula musical de como se criar Hard Rock, e melhor, com jeito de Heavy Metal. Temos então, desse modo, um verdadeiro tutorial do que é necessário fazer para deixar fãs felizes e plenos após uma audição.

Já “Guilty” exala perfume de pub, de alcóol e de Blues. ao passo que a interpretação de Dan explica o porquê que o considero o melhor dos melhores.

“Sim baby, eu tenho bebido / Não deveria passar mais por aqui / Mas, eu me encontrei em apuros, querida / E eu não tenho nenhum outro lugar para ir / Eu peguei um pouco de uísque, de uma garrafa / Peguei um pouco de cocaína de um amigo / E eu tive que continuar me movendo, querida / Até eu estar de volta em seus braços / E eu sou culpado, sou culpado E eu serei culpado pelo resto da minha vida.”

Letra intensa? Só um pouquinho (rs).

Hard Rock para lá de intenso

“Changin’ Times” é mais um puro Hard Rock, quase do mesmo estilo de “Miss Misery”. Os riffs criados pelo espanhol Manny Charlton, falecido recentemente, são simples, lindos e viciantes. Em suma, seus solos são puro Rock’n’Roll e melodia.

“Beggars Day” (cover da banda 60’s, Crazy Horse) dá a nítida impressão que o saudoso McCafferty tinha um pedal de efeito overdrive plugado a sua voz, já que o nível da distorção que ele conseguia atingir é inacreditável até hoje.

   

Sabe aquele cover tão bem executado que fica com cara de composição autoral? Então, esse é apenas o primeiro exemplo contido nesse álbum. Destaque também para a linha de baixo do Pete Agnew.

Crédito: Photo by Página do Facebook

“Whiskey Drinkin’ Woman”

Mais um momento Blues/Rock/Boteco, dessa vez com “Whiskey Drinkin’ Woman”. Um trecho da letra pode descrever e explicar ainda melhor do que eu:

“Feche o bar / Você conhece os portões da cervejaria / Ela está lá fora todas as noite / E ela com certeza não está bebendo chá / Eu amo aquela mulher, ela é a melhor que eu já tive / Mas ela tem esse hábito agora e com certeza está ficando ruim / Aquela mulher que bebe uísque / Está me tornando um pobre homem / Ela tem garrafas na cozinha / Até as tenho em minha cama.”

Quase no final…

Antes do encerramento, mais uma magnífica música. “Please, Don’t Judas Me” é uma lindíssima balada, daquelas que fazem a mente e o corpo relaxarem, pois basta fechar os olhos e sua mente estará em paz. São quase dez minutos que beiram o psicodélico. O instrumental me remete a U.F.O e até Uriah Heep. Decerto, a sonoridade 70’s é a responsável por essas referências, visto que tudo está gravado na mente e qualquer acorde é capaz de acessar os mais ocultos arquivos na memória.

Crédito: Photo By Página do Facebook

Essa obra prima, enfim, se encerra com a canção “Love Hurts”, cover de outro artista 60’s, The Everly Brothers. Quem nunca ouviu a versão do Nazareth para essa música deve morar em alguma galáxia distante, pois, muitos acham que a música é mesmo do Nazareth. Como diria meu amigo Gigio Viera:

“Essa é pra dançar agarradinho com a patroa”.

Essa linda balada tem uma letra um tanto depressiva, que beira o niilismo, no entanto é uma das melhores criações do gênero romântico no Rock.

“Alguns tolos pensam em felicidade / Bem-aventurança, união / Alguns tolos se enganam, eu acho / Eles não me engarão / Eu sei que não é verdade / Eu sei que não é verdade / Amor é só uma mentira / Feita para te deixar triste / O amor machuca Ooh, ooh, o amor dói Ooh, ooh, o amor dói.”

Resumindo, não tenho palavras suficientes para definir esse disco.

Nota: 9,5

Integrantes:

  • Dan McCafferty (vocal, talk box)
  • Manny Charlton (guitarra)
  • Pete Agnew (baixo)
  • Darell Sweet (bateria)

Faixas:

  • 1.Hair Of The Dog
  • 2.Miss Misery
  • 3.Guilty
  • 4.Changin’ Times
  • 5.Beggars Day (Crazy Horse cover)
  • 6.Whiskey Drinkin’ Woman
  • 7.Please Don’t Judas Me
  • 8.Love Hurts Me (The Everly Brothers)

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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Comentários

  1. Belíssimas palavras , crítica no mais alto padrão de reconhecimento desta magnífica banda que amo de paixão. Quero aqui deixar meu amor a está banda que marcou seu amor a música. Quem conhece ama o Nazareth , porém , respeito que não concordar até o lançamento do Rock and roll telefhone. Amo o Nazareth.

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