“Piece Of Mind” é o quarto full lenght da banda britânica de Heavy Metal, Iron Maiden.
Existem bandas que só de mencionar o nome já lembramos de suas obras destruidoras de outrora. Nomes de gigantes como Saxon, Judas Priest, Black Sabbath, Manowar e Iron Maiden nos levam até uma viagem no túnel do tempo onde éramos garotos que ainda estavam descobrindo a cena musical, e nos deparamos com os lançamentos animais desses brutamontes. “Strong Arm of The Law”, “Sad Wings of Destiny”, “Vol. 4”, “Hail to England” e “The Number of The Beast” foram lançamentos que, literalmente, moldaram toda uma geração de antes do bom e velho som pesado e visceral.
O debut de Nicko McBrain
E por falar de clássicos, mencionar os primeiros lançamentos do poderoso Iron Maiden é algo indispensável, foi por isso decidi falar sobre o ótimo disco “Piece of Mind”, um compacto que muitas vezes pode passar batido pelos fãs da banda, mas essencial em sua totalidade. O disco marca a entrada de Nicko McBrain nas baquetas, marcando dessa forma o conceito mais militar das letras e a introdução de uma técnica superior em sua composição.
Primeiras faixas
Começando pelas linhas de bateria de “Where Eagles Dare”, onde Nicko mostrou porque foi o escolhido para substituir o bruto Clive Burr. Notas simples, mas que tocam o fundo da alma. As guitarras riffadas trabalhadas ao lado de um baixo magnifico de Steve Harris. A música é inspirada no romance de mesmo nome do escocês Alistar MacLean que virou um filme de guerra em 1968.
Sequência clássica
Em segundo lugar, inspirada nas obras do escritor inglês Aleister Crowley, é a bela “Revelations”. Ela é uma das mais respeitadas da banda, já que possui classe e nuances maravilhosas, se colocando como um dos clássicos da banda.
A conhecidíssima e comercial “Flight of Icarus” é uma canção maravilhosa com guitarras inspiradas e vocais com qualidade, enquanto possui um refrão doce que faz você ecoar:
“Fly! On Your Way! Like an Eagle! Fly, Touch the Sun!”
“Die With Your Boots On” é uma expressão que refere-se a alguém que morreu durante a batalha. Assim como uma luta armada, a composição é rápida e vigorosa, e com os vocais explosivos, e riffs surpreendentes.
Ainda assim, o carro chefe do disco é o clássico absoluto “The Trooper”. A faixa é uma conhecida por todos, com suas cavalgadas absurdas lideradas pelo baixo potente de Harris, os vocais fortes de Bruce e a bateria firme de Nicko, e os solos, ao mesmo tempo, maravilhosos e rápidos de uma dupla magnifica de guitarristas que realmente estão entrosados.
Mais faixas incríveis
A genialidade não fica só em uma composição, pois “Still Life” apresenta a força do Maiden com músicas mais cadenciadas e trabalhadas, os solos técnicos são contagiantes e te prendem a cada toque das cordas.
Uma curiosidade do disco é a mensagem subliminar no inicio da faixa, mas que nada mais é que imitação do ditador Idi Amin feita por de Nicko, essa mensagem foi colocada lá para assustar as pessoas que diziam que a banda é satanista após o lançamento do disco anterior.
Seguindo uma veia mais trabalhada, com bases complexas e duplicadas, “Quest of Fire” é uma composição direta e cheia de vida, mais cadenciada, mas com nuances doces e maravilhosas que conquistam a quem ama músicas mais variadas e técnicas.
Em seguida, a canção “Sun and Steel” retorna com as cavalgadas clássicas, uma bateria trabalhada, e um baixo com estilo único.De tal forma que, vale lembrar que uma das coisas que da alma ao Maiden é o peso das 4 cordas de Harris que possui um estilo único e bruto de ser.
E com toda essa classe, inicia a clássica “To Tame a Land”, uma composição totalmente assinada por Harris com 7 minutos de duração, que trás em sua introdução o baixo pesado e que dá sustentação para as guitarras de Murray e Smith. Aliás, aqui a banda apresenta uma técnica maior que de seu disco anterior, trabalhando de forma excepcional com todas as boas qualidades de cada músico.
Conclusão
Em suma, um álbum maravilhoso, um clássico atemporal, e que mostra o quanto o Metal estava em seu ponto alto na década de 80. Não é o melhor disco do Maiden, longe disso, mas é um clássico que marcou sua época, e apresentou a evolução de técnica de uma das maiores bandas inglesas de todos os tempos.
Nota: 8,5
Integrantes:
- Bruce Dickinson (vocal)
- Dave Murray (guitarra)
- Adrian Smith (guitarra)
- Steve Harris (baixo)
- Nicko McBrain (bateria)
Faixas:
- 1.Where Eagles Dare
- 2.Revelations
- 3.Flight of Icarus
- 4.Die With Your Boots On
- 5.The Trooper
- 6.Still Life
- 7.Quest for Fire
- 8.Sun and Steel
- 9.To Tame a Land
Yurian “Dollynho” Paiva
Clássico dos Clássicos, bons tempos!!!! Nicko McBrain é o meu batera preferido…mesmo com a história dos pedais duplos em que ele já foi muito cobrado e não usa!!!! Ouvia muito esse clássico em uma fita cassete que eu tinha, Valeu!!!!
Piece of Mind é o segundo do meu top 5 de discos favoritos do Maiden oitentista, aliás, uma coincidência incrível é que este álbum foi lançado no chamado “mês das mães”, e sempre quando eu o escuto em casa sozinho penso muito na minha mãe. Pois eu ensinei ela a gostar da donzela de ferro com este álbum, já que antes ela sempre via a banda com maus olhos, por ser uma pessoa muito conservadora. Enfim, fizemos uma audição do Piece of Mind e acompanhamos as letras (mais a tradução delas também, o mais simples que pudemos fazer para decifrar do que realmente as faixas se tratam) e não deu outra: minha mãe passou a gostar do Maiden, mas não ao ponto de ser fã do trabalho deles. E isso já está de ótimo tamanho!