Ícone do site Mundo Metal

Clássicos: BLACK SABBATH – “VOL 4”

“VOL 4”, como o próprio título sugere, é o quarto full lenght da carreira do Black Sabbath.

Data de lançamento: 25 de Setembro 1972

Esse foi meu primeiro disco, o álbum que acabou com a inocência da minha infância e me jogou de vez para o mundo do Rock.

Diferentemente dos 3 primeiros clássicos da banda (“Black Sabbath”, “Paranoid” e “Master of Reality”) que foram produzidos por um cara chamado Rodger Bain, que arrancou aquele som clássico, arrastado e com afinações mais baixas, com o característico baixo “gordo” de Geezer Butler, esse petardo foi auto produzido, apesar de na ficha técnica constar o crédito a Patrick Meehan (que era o empresário da banda então).

Sonoridade única:

Esse é um álbum único, sonoramente falando, pois é um marco entre o som dos 3 primeiros lançamentos e aqueles que viriam depois dele. Embora considerado um dos mais pesados registros da banda, as músicas são uma massa sonora bem menos definida do que os trabalhos anteriores e posteriores, e também foi de grande influência para todas as bandas de Doom Metal e Stoner Rock da atualidade.

BLACK SABBATH /Acervo / Vol 4

Até hoje possuo a cópia do lançamento original, com capa e encarte duplos e o hipnótico selo Vertigo espiral, bem distinta das sofríveis versões tupiniquins que vieram posteriormente.

Esse disco foi composto numa mansão de 3 andares em Bel Air/CA, USA, ao passo que as composições aconteciam num cinema no subsolo.

A faixa de abertura é “Wheels Of Confusion”, um mini épico com pouco mais de 8 minutos e letras bem realistas, mostrando, desse modo, que a banda não estava nem aí para o sonho Hippie e flores no cabelo.

Logo depois, temos a forte e constante “Tomorrow’s Dream”, faixa que foi a abertura nos shows dessa tour. “Changes”, talvez um dos maiores hits da banda e certamente a mais famosa desse disco, é uma linda balada de piano e mellotron, onde Ozzy passeia sua voz melancólica.

“FX” é uma faixa curta de efeitos sonoros que foram arrancados quando Tony Iommi esbarrou acidentalmente seu pesado crucifixo num microfone, servindo de abertura para a colossal “Supernaut”, que vinha em seguida, com temas psicodélicos e que encerra o lado A da bolacha.

Vale lembrar que essa era a faixa favorita de John Bonham e a que ele sempre pedia pra tocar com eles no estúdio. Imaginem esse som nas mãos do homem do trovão…

Black Sabbath: Geezer Butler, Tony Iommi, Bill Ward and Ozzy Osbourne (Photo by Chris Walter/WireImage)

Vol 4, lado B

O lado B abre com a polêmica “Snowblind”, uma clara alusão ao uso constante de cocaína e que seria a faixa título do álbum, não fosse a pressão da gravadora. Nos créditos, há uma menção de agradecimento à Coke Company of Los Angeles, mas a Coca Cola nunca os patrocinou… “Cornucopia” é outra faixa curta e extremamente pesada, no estilo de “Tomorrow’s Dream”.

A belíssima e acústica instrumental “Laguna Sunrise” foi escrita por Tony Iommi enquanto amanhecia, à beira de um lago homônimo, depois uma noite bem “agitada’“.

“St. Vitus Dance” é, na minha opinião, a mais fraca do disco, mas ainda assim, pesada e constante.

BLACK SABBATH / Acervo

Então, o mastodonte Doom chamado “Under The Sun” encerra essa jamanta do Heavy Rock, com temas religiosos e diversas mudanças rítmicas, uma verdadeira pérola da música pesada.

Esse não é um álbum cheio de hits como “Paranoid” ou “Master of Reality”, mas com certeza, “Vol 4” marcou a vida de muita gente, inclusive a desse que vos escreve.

Keep It Heavy!

Integrantes:

Faixas:

Sair da versão mobile