“Vol.4” é sem dúvida um dos álbuns mais reverenciados do Black Sabbath. Entretanto, uma faixa em especial, pode resumir toda a loucura que seus integrantes viviam naquela época. No verão de 1972, eles viviam juntos em uma mansão em Los Angeles, e foi justamente onde as canções de “Vol.4” foram escritas e ensaiadas. A revista Rolling Stone descreve o disco da seguinte forma:
“Vol. 4 é um daqueles álbuns difíceis de ‘cocaína’ que as bandas gostavam de fazer naquela época. O Sabbath era rico, entediado, enorme na América, e eram os anos setenta — faça as contas.”
Em entrevista a Classic Rock, o guitarrista do Black Sabbath disse:
“Nós morávamos em uma casa linda em Bel Air. Ela tinha um salão de baile e um bar que dava para o jardim, e nós ensaiávamos na área do bar.
Era uma sala grande. Tínhamos o equipamento instalado lá, mas nunca pensamos por um minuto que todo o som estava indo para o vale! Estava um silêncio mortal lá fora. Você podia ouvir um alfinete cair à noite.
Costumávamos compor durante o dia e improvisar à noite. Era uma ótima atmosfera. Nós nos divertíamos muito.
Neste salão de baile havia um piano de cauda. Eu nunca tinha tocado piano antes. Mas foi lá que aprendi a tocar, e a primeira coisa que escrevi nele foi Changes.”
Iommi lembrou que a banda estava trabalhando no estúdio The Record Plant quando “FX” foi criada no local:
“Era uma época louca. Costumávamos ter essa coca transportada por via aérea, especialmente, em recipientes lacrados, lacrados com cera. Você tirava a cera e havia esses frascos de coca.
Nós ficávamos acordados a noite toda. Costumávamos fazer nosso próprio entretenimento.
E teve um dia em que estávamos no estúdio e eu tirei minha guitarra e a coloquei no suporte, e quando eu a coloquei no chão ela fez, Boing! E isso se tornou FX.
Não consigo entender por que acabamos tirando a roupa, mas foi assim que gravamos essa faixa, dançando por aí, nus, tocando violão.
Foi uma dessas coisas estúpidas que você faz. Estávamos chapados, é claro. Nós sempre estávamos brincando. Essa era a nossa libertação – brincar ou pregar peças um no outro.”