O festival Bangers Open Air aconteceu durante os dias 3 e 4 de maio de 2025, no Memorial da América Latina, em São Paulo, com um dia bônus que recebeu o nome de Warm Up Party antecedendo o evento no dia 2 do mesmo mês. O Bangers é sucessor do antigo Summer Breeze Brasil, que teve duas edições em 2023 e 2024. O nome acabou sendo abandonado devido a divergências com a organização do festival alemão detentora do nome, mas o modelo permaneceu.
O Mundo Metal esteve presente nos 3 dias e trás para você, amigo leitor, todas as impressões sobre o evento.
Organização e Estrutura do Bangers Open Air
O nome Summer Breeze ganhou muito peso através da sua proposta de trazer um festival europeu para o Brasil. E precisamos ser justos, ele cumpriu de maneira eficiente e até trouxe melhoras em seu segundo ano. Provavelmente, esse era o ponto de maior preocupação do público que compareceu nos anos anteriores. Afinal de contas, havia padrões altos para alcançar e se equiparar, tudo precisava funcionar e até que se saíram bem.
A parte de estrutura foi semelhante aos anos anteriores com os 4 palcos já característicos, sendo o Waves voltando a ser num auditório interno. No primeiro ano de evento ele era um palco exclusivo para as pessoas que adquiriram o Lounge Pass e era nesse mesmo auditório. No segundo ano ele era livre para o público geral e ficava localizado perto de uma das entradas do evento.
Apesar de ter a vantagem das poltronas e climatização no ambiente, particularmente preferia o palco externo, pois parecia mais conectado com o evento. Os shows do auditório acabaram isolados, sem chance de alguém estar passando por ali e ter a atenção chamada por uma banda que estivesse tocando. E sim, isso seria importante pois esse é o menor palco do Bangers Open Air, destinado geralmente a bandas menores. Certamente, as mesmas se beneficiariam da exposição e infelizmente isto não aconteceu.

Comidas e bebidas super-inflacionadas
Onde ficava localizado o Waves de 2024, neste ano virou um espaço com mesas e cadeiras, food trucks e banheiros. As mesas foram uma boa adição, embora poucas, era relativamente fácil conseguir um lugarzinho para sentar e comer. Os food trucks ofereciam uma boa variedade de comidas, mas o preço estava super inflacionado.
Em anos anteriores era possível achar comida mais em conta, enquanto neste ano parece que todas estavam no mesmo patamar de preço. O destaque negativo foi o alto custo das cervejas, extremamente abusivo e desproporcional. É compreensível cobrar mais pela exclusividade e pela experiência em si, mas um aumento tão expressivo soou descabido. Particularmente, não me inspirou vontade de consumir lá dentro.
Mesmo com esse valor alto, era possível ver gente caindo pelas tabelas no Memorial da América Latina. Isto me levou a crer que embora a precificação estivesse exorbitante, quem foi ao Bangers Open Air resolveu esvaziar os bolsos. Bem, agir sem pensar muito no que está fazendo é algo meio natural por aqui.
Outro ponto é que foi possível notar alguns atrasos nos shows, nada muito contundente, geralmente beirando os 5 minutos, dessa forma, não comprometendo a experiência. Vale notar que nos anos anteriores os horários foram seguidos à risca e praticamente não tivemos atrasos.
Dia 1 (Warm Up Party) – Bangers Open Air – 2 de maio
No primeiro dia de evento tivemos shows de 6 bandas, com apenas os palcos Ice Stage e Hot Stage funcionando. Para quem não conhece, esses palcos são os maiores do festival, ficando um ao lado do outro, permitindo que enquanto uma banda se apresenta, o palco ao lado onde outra irá tocar é montado simultaneamente, diminuindo o tempo de intervalo entre um show e outro para apenas 10 minutos.
Kissin’ Dynamite
Os alemães do Kissing’ Dynamite abriram o primeiro dia do Bangers Open Air tocando seu Hard Rock de influências modernas, que agitou bastante o público. A plateia pulou e cantou junto em diversos momentos e o show foi bastante intenso. A banda tem uma sonoridade bastante agitada e empolgante, mostrou bom entrosamento e interagiu com o público, me levando a acreditar que foi uma boa escolha para abrir o evento.

Dogma
O show das freiras mascaradas me pareceu morno, com algumas pessoas comprando a ideia da banda e achando o máximo enquanto outras tentavam entender do que se tratava essa mistura estranha. O show foi bastante reto e pouco orgânico, como se as musicistas não fossem muito próximas umas das outras e nem da audiência.
Quanto ao som, parece uma música Pop sendo tocada em ritmo de Rock, com o show tendo direito até a um cover da Madonna.

Armored Saint
John Bush e sua tropa sofreram com alguns problemas técnicos durante a apresentação, o que tornou as coisas um pouco confusas para quem não conhecia a banda. Como eu já conhecia, pude aproveitar o show apesar dos problemas, mas minha namorada que não tinha um conhecimento prévio ou aprofundado ficou perdida e achou a performance pouco memorável.
Vale destacar que em certo momento do show o carismático John Bush simplesmente pulou a grade e invadiu o front row, indo cantar no
meio do público. Isso que eu chamo de ter atitude!

Pretty Maids
O show do Pretty Maids era o que eu mais aguardava neste dia de evento. Valeu a espera, o show foi bastante intenso, cheio de energia e a banda pareceu bastante entrosada, como um encontro de velhos amigos. É sempre bom ver nosso querido Ronnie Atkins superando seus problemas de saúde e entregando uma excelente apresentação.

Doro
A Metal Queen mostrou que tem uma fanbase forte em terras brasileiras, sendo o show que o público mais agitou nesse primeiro dia de Bangers Open Air. O pessoal pulou, cantou junto e saudou a cantora que retribuiu interagindo bastante e até usando uma bandeira do Brasil ao final do show.
O guitarrista brasileiro Bill Hudson teve seu momento para conversar um pouco com a plateia e pareceu bastante feliz com o momento.

Glenn Hughes
Com um set focado nos seus anos de Deep Purple, Glenn Hughes jogou seguro e apostou em canções conhecidas do público. Sendo assim, vale destacar que a banda de apoio era muito boa e conseguiu trazer o tipo de sinergia que é necessário para emular aquele Deep Purple das antigas, com direito a músicas esticadas, solos de cada instrumento e aquela atmosfera psicodélica/progressiva.

Dia 2 – Bangers Open Air – 3 de maio
O primeiro dia oficial de evento estava bastante cheio desde cedo e contou com headliners de peso do Power Metal europeu, como Sabaton e Powerwolf. O Hard Rock também brilhou com as apresentações do H.E.A.T. e do Dynazty. Mas tivemos ainda algumas outras surpresas.
Burning Witches
As meninas do Burning Witches certamente abriram o dia com o pé direito trazendo um Heavy/Power de qualidade. A banda está afiada e possui muita energia, do mesmo modo que o público que estava chegando foi rapidamente sugado para o Hot Stage e presenteado com uma performance memorável. Se compararmos com o Dogma, que se apresentou no primeiro dia, a diferença é gritante: o Burning Witches é dotado de muito mais alma e carisma, assim como tudo soa mais orgânico e assertivo.

H.E.A.T.
H.E.A.T. era um dos shows mais aguardados, com o fã clube brasileiro se fazendo presente em peso no evento. Os suecos fazem um Hard Rock conhecido pela qualidade e executaram um set com uma boa quantidade de músicas do novo álbum, “Welcome To The Future”. Isso foi um acerto, pois a banda já havia se apresentado na primeira edição do evento e poderia soar repetitivo caso o repertório fosse parecido. O show trouxe uma dose alta de energia e o público respondeu a altura, pulando e cantando o tempo todo. Tivemos até uma palhinha dos suecos tocando Black Sabbath em certo momento do show.

Dynazty
A primeira banda que assistimos no Sun Stage foi o Dynazty, que entregou um show explosivo e cheio de energia para os fãs que lotaram o palco secundário do festival. Dessa maneira, o grupo mostrou grande presença de palco e interagiu com o público, que cantou os hits mais conhecidos dos suecos. Para quem curte um Hard/Heavy bem feito e competente, foi um show imperdível. Interessante mencionar que diversas bandas escaladas para esta edição do Bangers foram nomes que colocaram seus novos álbuns na praça à pouco tempo. O Dynazty é um desses, com o novíssimo “Game Of faces” recém saído do forno.
Saxon
Com o Saxon não tem erro. Os veteranos do Heavy Metal britânico apresentaram uma performance de gala, com músicas novas e antigas funcionando igualmente bem e agitando o público presente, inclusive, neste momento o Memorial da América Latina estava bastante cheio. A banda entrega muito com solos de guitarra insanos e performances vocais arrasadoras de Biff Byford. Destaco que foi um deleite assistir a execução de “Madame Guillotine” ao vivo, uma das melhores músicas lançadas em 2024. Além disso, ainda tivemos hinos máximos do gênero como “Crusader”, “Princess Of The Night”, “Power And The Glory” e tantas mais.

Ensiferum
Com um público insano e sedento por Metal, o Ensiferum entregou uma avalanche sonora para os fãs que já estavam animados desde antes da banda subir ao palco. Dessa forma, foi uma pedrada atrás da outra, com moshs acontecendo por todos os lados. Vale um destaque para o baixista Sami Hinkka, que incendiou o palco e à todo momento ficava incentivando os fãs para não pararem os moshs. Não posso deixar de mencionar a energia contagiante vinda de Pekka Montin e Petri Lindroos. O ponto alto, certamente, foi quando os presentes pausaram o caos que estava instaurado para se sentar no chão e remar como verdadeiros guerreiros vikings, foi um show para sair suado, rouco e feliz, o aquecimento perfeito para o que viria a seguir.
Powerwolf
Para encerrar o Ice Stage com maestria, o Powerwolf subiu ao palco, levando o público à loucura desde antes da primeira nota. A banda alemã entregou aos brasileiros um show inegavelmente incendiário, com a famosa performance teatral, maquiagens temáticas e figurinos impecáveis.
Abrindo com “Blessed With The Blade”, a banda equilibrou com perfeição suas músicas mais famosas e nostálgicas, assim como não deixou de fora os lançamentos recentes. A propósito, todos estavam cantados em conjunto formando uma multidão surpreendentemente apaixonada. Os cenários do telão por si só merecem um destaque especial, com seu formato icônico de vitral de igreja e com artes novas (cada uma mais maravilhosa do que a última), o visual foi um espetáculo à parte.
O vocalista, Attila Dorn conduziu a noite com maestria e inclusive se surpreendeu com a empolgação do público que já sabia os coros que ele ia ensinar, “São Paulo, é a segunda vez que tocamos aqui… como vocês já sabem o que cantar?”. Ao lado dele, Falk Maria Schlegel roubou a cena com sua presença icônica. É preciso destacar que ela também interagiu muito com a plateia.
Para encerrar a noite, “We Drink Your Blood” explodiu nos alto-falantes, fazendo os fãs enlouquecerem com a promessa de que o Powerwolf voltará em breve ao Brasil!
Sabaton
Com o conhecido repertório épico e repleto de composições históricas, o Sabaton subiu ao palco para encerrar a primeira noite do Bangers Open Air e se deparou com uma plateia já em êxtase após o show do Powerwolf. Caminhando entre os fãs mais próximos, podia-se ouvir comentários do tipo, “tive que escolher entre ficar mais perto do Powerwolf ou do Sabaton”, o que mostra a expectativa do público, assim como o acerto do festival para o encerramento desta noite.

Liderados pelo carismático vocalista Joakim Brodén, a banda entregou um show incrível e cheio de interações com o público. Isto é, cada música foi recebida com entusiasmo e mesmo após um dia inteiro (para alguns, que participaram do warm-up, dois dias) de apresentações marcantes, os fãs mantiveram a energia lá no alto, cantando junto com a banda até o último acorde.
Como o próprio Joakim destacou mais de uma vez, um dos pontos altos da noite foi o prazer de tocar “Swedish Pagans” para os brasileiros e, é claro, a icônica música “To Hell And Back”, que fechou a noite no Memorial da America Latina com chave de ouro.

Dia 3 – Bangers Open Air – 4 de maio
O segundo dia de Bangers apostou em uma sonoridade mais extrema, com Thrash e Death tendo espaços de destaque durante o dia todo. Este dia me pareceu mais vazio que o anterior e, inesperadamente, algo que me chamou atenção foi ver muita gente comentando que compareceu apenas por causa da presença de Kerry King.
Lord Of The Lost
Abrindo o Hot Stage no último dia, Lord Of The Lost chegou com tudo e provou a fidelidade de seus fãs. Já nas primeiras horas de festival, eles estavam em peso guardando seus lugares perto do palco, carregando bandeiras, enfim, prontos para cantar junto da banda as suas músicas favoritas. Atendendo às expectativas do público, os integrantes prepararam o palco com atitude e Chris Harms surgiu de braços abertos gritando um poderoso “Let’s gooooo!” para incendiar a plateia que imediatamente começou a gritar e pular de maneira contagiante.
Com um setlist bem escolhido, os alemães consagraram com sucesso seu retorno para o festival, depois da estreia na edição do primeiro Summer Breeze, em 2023, e provaram que o público estava ansioso pelo retorno.
HatefulMurder
Os cariocas do Hatefulmurder tocaram o terror no auditório do palco Waves, com direito a uma mini Wall Of Death entre as cadeiras e corredores do espaço. O show foi visceral e contou com a participação especial de Mayara Puertas, vocalista do Torture Squad, em duas canções. Podemos afirmar que esta é uma banda que demonstrou muita competência ao vivo e apresentou uma performance interessante até mesmo para quem não conhecia o trabalho.
Vader
Outro show deveras visceral foi o da banda polonesa Vader, com seu poderoso e habitual Death Metal com letras sobre guerras e filmes de terror. Aqui tivemos fãs surpreendentemente aficionados, que agitaram como nunca e tiveram o show de suas vidas. O show foi marcado pela grande quantidade de rodas e a bateção de cabeças foi institucionalizada, apesar dos poloneses surpreendentemente parecerem um pouco distantes. Ao final do show tivemos um gigantesco êxodo para a passarela, com o público sedento para pegar lugar no vindouro show do guitarrista do Slayer, Kerry King, que iria fazer sua primeira apresentação no país com sua banda solo em alguns minutos.

Kamelot
Assumindo o lugar do I Prevail no Hot Stage, o Kamelot protagonizou um dos momentos mais marcantes do festival e, dessa maneira, provou que consegue prender a atenção do público por dois dias consecutivos, com direito a fãs que garantiram seu lugar na grade apenas para assistir a segunda apresentação da banda.
No domingo, a apresentação do grupo liderado por Thomas Youngblood contou com uma atmosfera épica e melódica de tirar o fôlego, e também com as participações especiais de Adrienne Cowan e Melissa Bonny, dividindo os vocais com Tommy Karevik, que por si só já entregou uma performance certamente intensa e envolvente.
Mesmo para quem não é fã e não conhecia todas as músicas, como foi o meu caso, foi impossível não se deixar levar pela vibe do espetáculo e esperar ansiosamente pela próxima música desta apresentação que foi, sem dúvidas, uma das mais belas e emocionantes do festival.

Kerry King
Um dos nomes mais aguardados do evento, Kerry King agradou muito os fãs do finado Slayer. Com uma banda composta por nomes de peso da cena Thrash norte americana e um setlist matador, o quinteto entregou o que o público desejava, sendo um sucesso definitivo por terras brasileiras.
As músicas novas agitaram tanto quanto os covers do Slayer e o show foi marcado por muitas rodas durante as canções. Em músicas como “Rainning Blood” e “Black Magic”, é impossível não ficar incrédulo com o trabalho de vozes de Mark Osegueda, que consegue emular com perfeição os melhores dias de Tom Araya.

Blind Guardian
Os alemães do Blind Guardian haviam sido headliners na primeira edição do evento e, desse modo, vieram com um set mais curto desta vez, sendo chamados de última hora por conta de algumas desistências não programadas. Como a banda não lançou novas músicas desde sua última passagem, o show acabou repetindo várias canções apresentadas em passagens recentes pelo Brasil. Sendo assim, a menos que você fosse um daqueles fãs mais die hard, acabou não tendo o mesmo peso de 2023.
Por outro lado, é importante deixar claro que a banda sabe como poucas agitar o público e o show foi bastante ovacionado, com clássicos do porte de “Imaginations From The Other Side”, “Bright Eyes”, “Mirror Mirror” e “Valhalla”, assim como algumas surpresas, como a presença de “Into The Storm” e “And The Story Ends”.

W.A.S.P.
O W.A.S.P. fez uma apresentação excelente, tocando o debut autointitulado na íntegra. Antes de tudo, preciso confessar que foi uma baita experiência ver todos aqueles clássicos tocados de uma só vez, e o show não desapontou em nada. Vale destacar a performance do baterista brasileiro Aquiles Priester, que tem uma técnica apuradíssima e traz muito peso, alma e energia para a apresentação. Aquiles inclusive teve alguns minutos para conversar com o público e estava bastante emocionado em fazer parte deste momento.
Um show definitivamente surpreendente, com uma performance notável de todos os membros da banda. Bem, quase todos, já que nosso queridíssimo Blackie Lawless tem tocado assumidamente usando faixas pré-gravadas reproduzindo praticamente todas as partes mais difíceis dos vocais clássicos. Faz parte…

Avantasia encerra o Bangers Open Air com um espetáculo inesquecível!
Após um fim de semana intenso de festival, quem imaginou que o público estaria cansado na hora do show do Avantasia, se surpreendeu com a energia e eletricidade entregue. Certamente, foi uma resposta ao show maravilhoso liderado pelo carismático vocalista Tobias Sammet.
Com o cenário marcante de um imenso portão gótico e telões com imagens de bruxas, castelos, florestas, casas mal assombradas e, é claro, o clássico Scarecrow, Avantasia atingiu todas as expectativas de um público que aguardava ansiosamente pelo retorno desde a participação no Summer Breeze de 2023.

Com mais tempo de palco do que da última vez, o setlist trouxe o melhor do grupo, desde clássicos nostálgicos que arrancaram suspiros dos fãs, até novas músicas e uma participação memorável de Tobias, isto é, interagindo muito com o público. Confesso que isso tinha faltado um pouco na primeira edição do festival.
Como já era de esperar, o show contou com participações especiais de peso, como Tommy Karevik, Adrienne Cowan, Herbie Langhans, Eric Martin assim como Ronnie Atkins e até mesmo Jeff Scott Soto. Os vocalistas se alternavam e interagiam entre si, entregando ao público um espetáculo além do musical.
Avantasia não apenas fechou o Bangers Open Air 2025, mas sim, coroou o fim de semana com uma apresentação que deverá ser lembrada como uma verdadeira obra de arte dos shows ao vivo.
