Neste quadro iremos destacar discos que são excepcionais em qualidade musical, porém, não obtiveram o reconhecimento que mereciam. Muitos deles são absolutamente desconhecidos do grande público e, é neste espaço, que tentaremos corrigir algumas injustiças históricas que aconteceram no universo do Heavy Metal.
Sabbat – “History Of A Time To Come” (1988)
O Thrash Metal nasceu no início dos anos 80, quase simultaneamente em dois países distintos, Estados Unidos e Alemanha, onde cada uma das localidades apresentou ao mundo escolas bastante diversificadas e diferentes entre si. Nomes como Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax, Exodus, Testament e Dark Angel (do lado estadunidense) e bandas como Kreator, Destruction, Sodom, Tankard e Exumer (do lado alemão), foram protagonistas do gênero durante toda a década e não deram muito espaço para que grupos oriundos de outras localidades fora desse eixo pudessem se destacar. Alguns países como Suiça, Brasil, Dinamarca e Inglaterra também tiveram os seus nomes importantes, porém, à princípio, foram absolutamente subestimados e, por consequência, injustiçados.
Nossa banda de hoje é justamente da Inglaterra. Hoje em dia, todos conhecem Andy Sneap por seus trabalhos como produtor e por sua participação como convidado no lendário Judas Priest, substituindo Glenn Tipton na última turnê dos britânicos. Mas o que muitos não sabem é que Andy é um exímio guitarrista e isso não vem de hoje, o músico esteve à frente do ótimo Sabbat de 1985 à 1991. Com a banda, lançou três obras excepcionais, onde o debut “History Of A Time To Come” é o grande destaque.

O Thrash dos ingleses possui alguns elementos que remetem as duas principais escolas originais, porém, os caras adicionam diversas novas tendências em sua música e isso faz com que soem diferentes tanto dos alemães quanto dos americanos. Uma das principais características do Sabbath é a ótima técnica, outra questão marcante são as composições repletas de viradas e mudanças rítmicas, além é claro, de belíssimas letras.
Pode-se afirmar que o quarteto de Nottingham teve pouco espaço pela época em que debutou, em 1988 o Thrash estava em seu ápice e centenas de novas bandas surgiam sem parar, logo na sequência, no início dos 90, o Metallica se tornaria gigante, mudaria sua sonoridade e muitos dos que não acompanharam essa guinada musical promovida pelos estadunidenses, deixaram de soar relevantes para as gravadoras. O lance das megacorporações sempre foi a grana e a exposição massiva das bandas, tanto que Exodus, Testament, Megadeth e tantas outras pisaram no freio para tentar se enquadrar nesta proposta, os que não seguiram essas diretrizes, com exceção de nomes que já eram bem grandes como Slayer e Sodom, ficaram condenados ao ostracismo. O Sabbat não foi exceção.

É triste constatar que diversas bandas com excelência musical suficiente para ter lançado discos históricos, deixaram de existir por causa de pessoas que não sabiam nada sobre Metal, eram apenas executivos cheios da grana que ditavam qual seria a próxima moda. Se você não conhece o Sabbat, mas aprecia um Thrash Metal old school super trabalhado e repleto de ótimas composições, não perca mais tempo e dê play agora mesmo nesta obra fantástica, porém, injustiçada.
♫ ‘We shall show no mercy to heathen such as thee,
who stand accused and have refused the Church”s clemency,
your wicked acts are endless, though the crimes they cannot name,
innocent or guilty proved, we’ll burn you just the same.”
Burning, into the fire.
Burning, a funeral pyre.
Burning, into the fire.
Burning, a funeral pyre.” ♫
Ouça o álbum na íntegra: