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Álbuns Injustiçados: Motörhead – “Another Perfect Day” (1983)

“Another Perfect Day” é o sétimo full lenght da carreira do Motörhead.

   

Eis aqui um álbum único do trio britânico Motörhead. Já que é um disco que tem diversas características que o diferenciam dos demais, que vão desde o momento de transição que a banda passava até a uma pegada sonora muito distinta da anterior e posterior também.

Pouco antes do final da tour do Iron Fist (1982), último álbum da formação mais clássica da banda, que contava com Lemmy, Phil Animal Taylor e Fast Eddie Clarke, este último decide deixar o trio. Por isso, o recém demitido do Thin Lizzy, um monstro da guitarra chamado Brian “Robbo” Robertson, segura as pontas para o grupo e cumpre as datas restantes da turnê. Até aí, tudo era diversão e festa.

Motörhead / Line-up 1983 / Reprodução / Acervo

Brian “Robbo” Robertson, o novo guitarrista

Através de uma certa pressão por parte de Animal Taylor, ele acaba sendo admitido na banda pelo chefão Lemmy Kilmister. Foi a partir daí que as coisas começaram a desandar. Brian gostava de passar horas e horas equalizando suas guitarras quando tocava no Thin Lizzy, costume que o Motörhead não possuía.

A pegada quase Punk do trio anterior era bem mais rústica, sem muitas firulas. Além disso, o seu visual no palco era bem oposto ao visual ‘biker’ da banda. Gostava de usar bandanas coloridas e shorts justos verde limão. Dá pra imaginar o contraste, né?

   

Logo depois da saída dele, o trio se tornou quarteto, trazendo um som mais pesado e algumas pérolas como “Killed By Death” e “Locomotive”.

Mas vamos ao álbum

Eu tive uma experiência muito marcante com esse disco, pois peguei o mesmo na época do lançamento, que aqui no Brasil só aconteceu próximo ao Natal, mesmo tendo sido lançado no exterior em junho de 1983. Me lembro que havia até um cartão de natal com aqueles rostos desfigurados da contracapa.

A faixa de abertura, aqui no Brasil, era “Back To The Funny Farm”. Isso porque existem diversas outras versões com ordem das faixas distintas. Já vi um exemplar que começava com “Rock It”.

Essa faixa é do típico Motörhead, no melhor estilo “Ace of Spades”. Baixão ultra distorcido chamando a pancadaria, porém já se percebe um trabalho de guitarra bem mais elaborado do que o de seu antecessor.

“Shine” continua a pegada e é uma das melhores do álbum, ao mesmo tempo, rápida, curta e energética
.
A terceira faixa é “Dancing On Your Grave”, que para quem não sabe, inspirou a banda Sepultura a escolher seu nome, logo após uma consulta no dicionário. Nela, as guitarras dão um show, tanto nas bases e riffs quanto nos solos de Mr. Robbo.

   

“Rock It” é mais uma faixa curta e bem eficaz, com mudanças de cadência no solo, outra característica inédita na banda.

Em seguida, vem a poderosa “One Track Mind”, fechando o lado A da bolacha, um atropelo lento e pesado, com outro solo matador de Brian Robertson. Outra das melhores do álbum.

Motörhead / Line-up 1983 / Reprodução / Acervo

Lado B

A abertura do lado B ficava por conta da faixa título, talvez a mais trabalhada na guitarra, com uma certa pitada de Blues em meio ao peso característico do nosso amado trio. “Marching Off To War” e “I Got Mine” tem uma levada bem diferente também, músicas que nunca aconteceriam com Fast Eddie na guitarra.

“Tales of Glory” é mais uma faixa rápida e curta na mesma pegada de “Rock It”. Enfim, para fechar, a esmagadora “Die You Bastard” arrasa quarteirões e não deixa pedra sobre pedra, a mais pesada do disco.

Interessante lembrar que depois de sua saída, Fast Eddie Clarke fundou o Fastway, ao lado de Pete Way (UFO), uma banda que trazia riffs e solos que o mesmo nunca fez no Motörhead, numa pegada Hard Rock oitentista de primeiríssima qualidade.

   

“Another Perfect Day” é amado por uns, desprezado por outros, e nunca foi um sucesso de vendas, mas é um excelente exemplar de Rock Pesado, com uma banda afiada e sem dúvida alguma inspirada pelo sangue novo na mudança de line up.

Integrantes:

Lemmy Kilmister (vocal e baixo)
Brian Robertson (guitarra)
Philthy Animal (bateria)

Faixas:

1.Back at the Funny Farm
2.Shine
3.Dancing on Your Grave
4.Rock It
5.One Track Mind
6.Another Perfect Day
7.Marching Off to War
8.I Got Mine
9.Tales of Glory
10.Die You Bastard!

Redigido por: Alan Breslau

   
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Comentários

  1. Ouvia Motorhead dos primórdios em fitas cassete, bonst tempos!!!! Não conheço muito bem a discografia dos caras, mas…vou aprendendo e conhecendo petardos daquela época com grande ânimo!!!! A verdade é que a banda em si deixou um grande legado em termos de tudo: influência, atitude, letras e riffs!!!! Valeu!!!!

  2. Motörhead é a minha banda favorita, levarei no meu coração até o fim da vida.
    Por isso sou suspeito ao julgar suas obras kkkk
    Mas muito me assusta saber que tem pessoas que deixam este álbum de lado, pois é um dos meus favoritos. Sim, sonoramente é um dos mais diferentes, mas sua pegada é tão boa que me lembra uma viagem. Aliás, eu adoro ouvi-lo de cabo a rabo quando pego uma estrada!!

  3. Interessante que também peguei meu LP na época do lançamento e realmente era um pouco estranho comparado aos anteriores. Mas, além da incrível relação afetiva desde meus 13 anos, o álbum é excelente! E hoje cada vez mais vemos pessoas descobrindo, ou redescobrindo esta obra. Ouvindo algumas gravações ao vivo da banda nos últimos dez anos antes da morte de Lemmy, estavam incluindo algumas músicas do álbum no set list, o que era muito curioso, pois ao vivo as canções só foram tocadas somente quando fizeram os shows com Robbo. Apesar de achar o álbum bem linear, as minhas preferidas até hoje são “Back At the Funny Farm”, “Shine” e “I Got Mine”.

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