Introdução
A arte do Metal pode fazer toda a diferença quando se trata de angariar novos ouvintes.
O apreciador de Metal/Rock tem relação íntima com o que ouve e acaba interessado não apenas pelo som, mas por toda cultura e suas ramificações.
Tudo o que envolve a musicalidade ou proposta de cada banda, acaba sendo interessante ao fã, sendo que o aspecto visual é algo na qual se tem muita afeição.
Entramos então em um dos pontos mais marcantes e importantes para um amante desses gêneros musicias. Seja ele iniciante ou veterano, as artes que estampam as capas dos discos funcionam quase como uma fixação.
Primeiras impressões
Nos primeiros contatos com a música pesada, a arte na capa dos registros é um fator primordial para aguçar a curiosidade do ouvinte.
Quantos não começaram por que viram as capas do Iron Maiden com o mascote Eddie em centenas de situações criadas pela mente brilhante de Derrick Riggs? Quantos não se deslumbraram pelas capas do Blind Guardian assinadas por Andreas Marschall?
Algumas bandas de Thrash Metal ganharam quase que uma assinatura própria por conta do talento de Ed Repka. E vamos combinar, todos estes exemplos são merecidíssimos.
É fato que para muitos jovens, o conteúdo musical no interior dos discos, jamais chegaria a essas pessoas caso não houvesse um primeiro impacto positivo.
Desde a época do LP, onde garimpar um ótimo álbum nas lojas de discos era algo quase ritualístico, até chegarmos ao uso das ferramentas digitais que temos nas últimas décadas, uma arte chamativa sempre aguçou a curiosidade das pessoas.
Ok, registro tem uma capa bonita, contudo, o que mais ele pode oferecer além disso?
Neste quadro, iremos nos aprofundar no trabalho de artistas importantes no desenvolvimento da arte no Metal e, claro, vamos nos maravilhar com suas obras.
Arte do Metal por Joe Petagno
Nascido em janeiro de 1948 na cidade de Maine, Portland nos EUA, Joe Petagno, é sem sombra de duvida um dos artistas mais emblemáticos e respeitados na história do Metal mundial.
Joe iniciou sua carreira no inicio da década trabalhando na prestigiada Hipgnosis, grupo de design de arte em Londres, especializado na criação de capas de álbuns para músicos e bandas de Rock.
Ganhando o mundo
A empresa ganhou destaque internacional em 1973 com o design da capa de “The Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd.
O álbum em si se tornou um dos álbuns mais vendidos e com mais tempo nas paradas de todos os tempos. Igualmente sua capa, que desde então foi aclamada como uma das melhores da história.
Depois disso, a empresa se tornou muito procurada, fazendo trabalhos para bandas e artistas de alto nível, como Led Zeppelin, Genesis, UFO, Black Sabbath e Yes.
Um dos trabalhos mais populares de Petagno em seus primórdios na Hipgnosis, foi o logotipo do selo do Led Zeppelin, conhecido como Swan Song, mas muitos não sabem que, na verdade, foi uma reimaginação da obra Fall of day, do pintor anglo-americano William Rimmer (1816-1879).
Motorhead
Mas seria apenas em 1975 que o artista inicia a parceria que resultou no que podemos chamar de seu legado definitivo de arte para o Metal.
Ao conhecer o ainda jovem Lemmy Kilmister no alvorecer da história do Motörhead, Petagno criou toda a iconografia da banda, portanto, se você é fã da banda é claro que se sentirá familiarizado com a obra de Petagno.
Desde o primeiro álbum com toda a arte criada em cima de bases e emblemas militares, até a criação de seu inconfundível mascote e símbolo, “War-Pig” (também chamado de Snaggletooth, The Iron Boar, The Bastard ou The Little Bastard), é preciso deixar claro que Petagno fez parte de tudo. Ponto pra ele.
Ele continuou a desenhar a maioria do álbuns e capas individuais para a banda até o fim, ademais, seus traços viraram uma espécie de marca registrada.
Petagno se refere ao mascote do Motörhead como The Bastard (ou The Little Bastard), mas o que poucos sabem é como este conceito surgiu. Tudo aconteceu depois de estudar crânios de cães javalis e gorilas.
O trabalho de Petagno e seu modo de criar antes de conhecer Lemmy era tão setentista e previsível quanto podia ser, contudo, era algo que seguia uma tendência daquela década.
Era um tanto estilisado e “cartunizado” por assim dizer. Portanto, podemos facilmente afirmar que carreira de Joe é resumida em duas eras, antes e depois do Motörhead.
No decorrer da década de 80, já com seu trabalho difundido com a crescente popularidade da banda britânica entre os headbangers e bandas iniciantes, o artista é então requisitado por gravadoras e produtores de Metal extremo, gênero que caminhava em passos largos ao redor do mundo.
Paradox – “Product of Imagination”
Armour – “Armour”
Após o Motörhead, Joe Petagno definitivamente encontrou no Metal, um meio de exibir seus dotes artísticos imaginativos, de maneira ambiciosa. Dentro deste subgênero, podemos ver uma assinatura bem peculiar em seus traços, algo que por vezes, nos remete automaticamente a sua criação principal, e não ironicamente, Petagno adotou essa nova abordagem no próprio Motörhead.
Motörhead – “Sacrifice”
Vital Remains – “Dawn of The Apocalypse”
Krisiun – “Ageless Venomous”, “Conquerors of Armaggeddon” e “Forged in Fury”
Vader – “Iron Times”
Satan´s Host – “This Legacy Will Never Die”
Sodom – “Genesis XIX“
Alguns dos trabalhos mais recentes de Joe Petagno :
Enforced
É inegável que com o passar dos anos, Motörhead, Lemmy Kilmister e o tradicional mascote da banda, se tornaram sinônimos, e ao mencionarmos um deles, o outro automaticamente surge na mente formando uma verdadeira trindade, um conceito artístico unilateral.
Redigido por : Giovanne Vaz
A arte da capa do disco do Sodom e Vader ficaram lindas, gosto muito disso!!!! A arte das capas é outro atrativo antes do som, seria a preliminar antes do ato audível…ou seja, seria a ¨lingerie¨ do disco até a colocação sob o Play final!!!! Valeu!!!!