Projetos Paralelos são uma realidade no meio musical e, certamente, há muitos deles no Rock/Metal.
No mundo da música, mais especificamente no Heavy Metal, engana-se quem acha que ser membro de uma banda de renome, vender milhões de discos e fazer sucesso mundialmente é garantia de que o mesmo acontecerá fora dessa esfera.
A Imposições das gravadoras
É sabido que em determinados casos, as gravadoras colocam na cabeça de um artista (em especial os vocalistas) para que estes invistam em uma carreira solo, deixe o lugar comum onde permaneceu por anos, e busque um novo caminho, agora em uma banda batizada com seu nome. Mas isso não é uma regra.
Às vezes, os holofotes estão direcionados apenas aquela banda e estar fora dela pode ser um negócio arriscado, ou simplesmente uma péssima ideia.
Sonho e Realidade
Não precisa ser inteligente para saber que nem sempre essas histórias terminam com finais felizes, já que a mesma gravadora que vende um mundo repleto de sonhos e promessas ao artista, é a mesma que vai cobrar dele as vendagens de seu novo trabalho, afinal de contas, tudo está baseado na matemática financeira, haja visto que milhões de dólares são investidos no alicerce de uma “nova carreira” e como bem sabemos, essa grana precisa ser devolvida no formato de vendas.
Funciona mais ou menos assim:
“Eu patrocino sua carreira, mas ela vai lhe custar muito caro!“
São vários os motivos que levam um determinado músico a investir em projetos paralelos, dentre eles:
- 1- A liberdade de explorar novos horizontes.
- 2- A visão de algum produtor ou dono de uma determinada gravadora ao recrutar músicos de renome, formando um “Dream Team” e investir em um novo projeto, caso da gravadora italiana Frontiers Records.
- 3- O desejo pessoal de mergulhar em uma sonoridade que em nada lembre sua banda principal.
Um projeto bem divulgado pode se transformar numa banda de fato, e uma vez que a flecha atinja o alvo em cheio, então é certo que a “nova banda” passe a ser a galinha dos ovos de ouro da gravadora.
Projetos de sucesso
Nasce então um casamento bem sucedido e a certeza de que esta relação perdure por longos anos.
Buscando exemplos bem sucedidos, nomes como WET, Nordic Union, Vision Divine, The Night Flight Orchestra, Iron Savior, The Winery Dogs, Ex-Deo etc, são exemplos de projetos paralelos que deram super certo, e alguns destes se transformaram em bandas de sucesso.
No entanto, há casos de músicos que montaram novos projetos, gravaram registros excelentes, fizeram relativo sucesso, porém sem grandes êxitos ou nada comparado ao que fizeram em suas bandas principais. O resultado: dissolução, discos lançados esporadicamente ou simplesmente um ponto de interrogação sobre o próximo passo a ser dado.
Conheça 15 projetos paralelos envolvendo músicos famosos, mas que não obtiveram o mesmo sucesso de suas bandas principais.
15º PSYCHO MOTEL
Formado em 1995, o quarteto capitaneado pelo guitarrista Adrian Smith (Iron Maiden) lançou dois trabalhos oficiais de estúdio.
O primeiro deles, “State Of Mind” (1996), em seguida, “Welcome To The World”, segundo registro editado em 1997.
Com sua sonoridade calcada no Heavy Metal e flertes com o “Modern Hard Rock”, a banda não conseguiu decolar e dois anos depois, em 1999, o quarteto anunciava o encerramento das atividades.
Ao lado de Adrian estavam o vocalista Solli (Guardian Angels, Return, 21 Guns, etc), o baixista Gary Leiderman, e o baterista Mike Sturgis (Greenhouze, 21 Guns, etc).
Porém, a formação mudaria na gravação do segundo álbum com Andy Makin (Phil Lanzon), assumindo os vocais.
Vale lembrar que nesta época, o guitarrista havia deixado o Iron Maiden, mas retornaria anos mais tarde, em 1999.
14º HOLY BARBARIANS
Formado e capitaneado pelo vocalista Ian Astbury, o Holy Barbarians foi um projeto montado na metade dos anos 90, logo após o The Cult encerrar as atividades depois do lançamento de “The Cult”, sexto álbum da carreira.
Com uma sonoridade bem diferente do que fazia em sua banda original, Ian Astbury não conseguiu seguir adiante com o Holy Barbarians, que encerrou as atividades após “Cream”, único registro editado pelo quarteto.
Ao lado do vocalista, estavam o guitarrista Patrick Sugg (Neverland), o baixista Matt Garrett, e o baterista Scott Garrett (Coloursound, Neverland, The Cult).
Posteriormente a dissolução da banda, Ian Astbury e Billy Duffy ressuscitaram o The Cult em 2005, lançando um novo álbum intitulado “Born Into This” (2007).
13º GIANT X
Formado em 2009 e capitaneado por Rolf Kasparek, guitarrista, vocalista e líder do Running Wild, o projeto nasceu na época em que o Running Wild estava fora de cena. Pois, após o lançamento de “Rogues en Vogues” (2005), décimo quarto álbum da carreira, Rolf anuncia o encerramento das atividades da banda.
Trazendo uma sonoridade voltada ao Hard Rock, o Giant X lançou então em janeiro de 2013 “I”, álbum oficial de estreia, e desde então o único registro da carreira.
Ao lado de Rolf, o guitarrista, produtor e compositor Peter Ray Jordan (Running Wild).
Em 2011, o Running Wild retoma a carreira lançando em 2012 “Shadowmker”, primeiro álbum após o retorno.
12º DEVILMENT
Formado em 2011 pelo guitarrista Daniel Finch, o grupo conta com o vocalista Dani Filth, conhecido por liderar o Cradle Of Filth.
Após dois singles liberados em 2014, o quinteto lança em 31 de outubro do mesmo ano “The Great and Secret Show”, álbum oficial de estreia.
O segundo registro,“II-The Mephisto Waltzes”, chegaria às lojas dois anos depois, em 18 de novembro de 2016, porém a banda acabaria em 2019.
O line up oficial contou com Dani Filth (vocais), Lauren Francis (Teclados), Nick Johnson (baixo), Aaron Boast (bateria), além do já citado Daniel Finch.
11º SAVAGE CIRCUS
Após deixar o Blind Guardian em 2004, o baterista Thomen Stauch formou o Savage Circus, banda que lançou dois discos oficiais e um DVD.
Trazendo a mesma sonoridade de sua ex-banda e também os vocais quase idênticos aos de Hansi Kürsch (Blind Guardian), ocorrera um relativo sucesso com “Dreamland Manor”, debut de agosto de 2005.
Os lançamentos seguintes vieram em fevereiro de 2007, DVD “Live In Atlanta”, seguido de “Of Doom and Death”, segundo e último registro da banda.
Apesar de não ter decretado o fim das atividades, a banda permanece em silêncio e nenhuma notícia sobre um provável novo trabalho foi noticiado.
Ao lado de Thomen, os guitarristas Emil Norberg (Persuader), Piet Sielck (Iron Savior) e o vocalista Jens Carlsson (Persuader) foram os responsáveis pelo line-up original.
Em seguida, após mudanças no line up e a saída Thomen, o segundo disco contou com dois novos membros. O baixista Yenz Leonhardt (Stormwarrior) e Mike Terrana (Axel Rudi Pell, Masterplan, Rage, etc) assumindo a bateria.
10º TARAXACUM
Formado em 1999, em Munique, Alemanha, por membros do Edguy, Rough Silk, Steel Prophet,o Taraxacum foi mais um projeto que teve vida curta.
Após editarem uma demo em 2000, o grupo lançou no ano seguinte “Spirit Of Freedom”, seu álbum oficial de estreia.
Apesar de rotulados como Progressive Power Metal, o quinteto trazia em sua sonoridade elementos de Heavy, Power e Hard Rock, formando uma amálgama de estilos.
O segundo registro, “Rainmaker”, veio dois anos depois, em 2003, porém o grupo encerraria as atividades dois anos após seu lançamento (2005).
A primeira formação trazia o vocalista Rick Mythiasin (vocais), o guitarrista Tobias Exxel (Edguy), o tecladista Ferdy Doernberg (Rough Silk), os bateristas Frank Wolf (Squealer) e Felix Bohnke (Edguy).
O segundo disco trouxe mudanças no line up, e a entrada do guitarrista Danny Klupp (Commander, Haggard).
9º REDKEY
Onze anos após sua formação e cinco álbuns oficiais, os alemães do Heavens Gate anunciavam, em 1999, o fim de suas atividades.
Posteriormente, os músicos seguiram com projetos paralelos e em 2006, Thomas Rettke anunciava o lançamento de “Rage Of Fire”, debut de seu novo projeto/banda, Redkey.
Trazendo a mesma sonoridade de sua ex-banda, embora se distanciando um pouco do lado “melódico”, o disco trazia todos os atributos musicais que os fãs de Rettke estavam acostumados a ouvir.
Mas, sem a mesma visibilidade e provavelmente pela demora do seu lançamento (sete anos), o disco foi o único registro da banda e definitivamente não emplacou.
Apesar de nunca ter decretado oficialmente o fim das atividades, o Redkey permanece em silêncio até os dias atuais.
Ao lado de Rettke, os guitarristas Andrè Borawski (Peacemaker, Shooting Gallery, etc), Sascha Paeth (Avantasia, Luca Turilli, ex-Heavens Gate, etc), o baixista Klemens Klashorst e o baterista Daniel Eichholz.
8º VIRGO
Lançado em 2001, “Virgo” é o primeiro (e único disco) do projeto homônimo capitaneado pela dupla André Matos (vocais) e Sascha Paeth (guitarras).
Trazendo uma sonoridade que em nada lembra os trabalhos do vocalista nas bandas por onde passou (Viper, Angra e Shaman), o álbum obteve excelente repercussão por parte de fãs e críticos dentro e fora do Brasil, mostrando o lado versátil de André Matos.
Sobre o Virgo (projeto): a banda nasceu enquanto Sascha trabalhava nas produções dos discos do Angra, época em que André era o vocalista. Logo após sua saída da banda e antes de lançar o álbum de estreia de sua nova banda, Shaman, os músicos se juntaram e deram vida ao projeto.
Além da dupla André & Sascha, o line up contou com o baixista Olaf Reitmeier (Epica, Kamelot, Rhapsody Of Fire, Aina, Lunatica, etc), o baterista Robert Hunecke Rizzo (Heavens Gate, Trillium, Avalon, Avantasia, etc) e o tecladista Miro (Kamelot, Hartmann,The Great Divide, Joker, Mastermind, etc…).
Continua…….
Redigido por : Geovani Vieira
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