Se estivesse vivo, Mário Linhares, vocalista do Dark Avenger, completaria cinquenta anos de vida no dia 01 de junho.
Vocalista e líder da banda brasiliense de Heavy/Power Metal, Dark Avenger, o músico integra uma seleta lista de Grandes Vozes do Metal nacional e no caso específico de Mário Linhares, provavelmente, uma das melhores vozes da música pesada, não apenas do Brasil.
Dono de uma voz poderosa, agudos estridentes e capaz de atingir tons intensamente altos, Linhares lançou à frente do Dark Avenger, quatro discos oficiais, um EP e um disco ao vivo.
Sua trajetório na banda consiste em dois momentos distintos, sendo o primeiro deles o período que vai de 1993 a 2005 e o segundo que vai de 2009 a 2018.
Para entender melhor esta passagem, é preciso falar um pouco dos primórdios da banda e voltar no tempo, especificamente em 1994, quando o sexteto (na época) lançou “Choose Your Side…Heaven Or Hell”, demo tape contando 04 faixas.
A excelente repercussão do material deu origem ao debut auto-intitulado, editado em 1995. Certamente, um dos melhores discos lançados na época. “Dark Avenger “(o disco) é um daqueles registros compostos por músicas perfeitas, sendo impossível destacar uma faixa em especial, visto que “Armageddon”, “Die Mermaid”, “Who Dares To Care”, “Green Blood”, “Dark Avenger”, “Half Dead Eyes”, “Madelayne”, “Ghost Divinity” e “Morgana” são canções perfeitas em todos os quesitos.
A referida perfeição deve-se principalmente aos vocais impressionantes de Linhares, auxiliado por uma banda de músicos excepcionais, destacando-se em suas respectivas funções.
Seis anos separam o debut de “Tales Of Avalon: The Terror”, segundo registro editado em 2001, contendo 14 faixas inéditas, seguido de “X Dark Years”, edição limitada do EP em que celebram 10 anos de banda, apresentando 05 faixas, uma delas o cover para “Dark Avenger” da banda americana Manowar.
Uma pausa nas atividades e um hiato que durou dez anos separam “X Dark Years” de “Tales Of Avalon: The Lament”, terceiro (e excelente) álbum do quinteto e o primeiro após o retorno.
Contendo 11 faixas inéditas distribuídas em aproximadamente 55 minutos de duração, o álbum é mais um trabalho primoroso onde os vocais são os destaques de mais um trabalho que dispensa comentários.
Em outubro de 2015, o grupo lança “Alive In The Dark”, primeiro registro ao vivo da carreira gravado na extinta Led Slay, em São Paulo, famoso ponto de encontro dos headbangers, e também casa de show recebendo inclusive algumas bandas internacionais.
Contendo 20 faixas, divididas em dois CDs, o disco apresenta o show realizado em 21 de dezembro de 2003. Show onde este que vos escreve esteve presente. Em uma apresentação brilhante, os brasilienses mostraram que eram perfeitos também ao vivo, destacando evidentemente os vocais de Mário, bem como suas interpretações e performances grandiosas.
Quatro anos após “Tales Of Avalon”, o grupo lança “The Beloved Bones: Hell”, quarto álbum oficial de estúdio e infelizmente o último trabalho do vocalista.
Contendo 11 faixas divididas em pouco mais de 56 minutos de duração, o disco apresenta o Dark Avenger atingindo enfim sua maturidade musical em um trabalho perfeito em todos os quesitos, destacando ‘The Beloved Bones” e “Parasite” , faixas contempladas com seus respectivos videoclipes.
Conceitual, o disco fala sobre a mente humana, narrando a batalha entre o racional e o emocional, travando entre si um embate em busca do controle absoluto das emoções.
Quem vencerá esta batalha?
Temos aqui um excelente registro mostrando o grande momento em que Mário se encontrava como vocalista, soando mais agressivo em dado momento, mostrando variações em suas linhas de vozes e se desprendendo um pouco dos agudos estridentes, uma das suas marcas registradas, preferindo apostar em tons mais contidos, graves e amenos.
No período em que esteve ausente do Dark Avenger (2005 a 2012), o vocalista formou o Harllequin, banda com quem lançou os discos: Live In São Paulo (2005), Archangel Asylum (2008) e Hellakin Riders (2012).
Além do Dark Avenger e Harllequin, o músico integrou as bandas Heaven ‘s Guardian e Khallice.
Mário Linhares faleceu no dia 22 de dezembro de 2017, após apresentar um quadro grave de dissecção da aorta, uma espécie de “ruptura” na maior artéria do corpo e não resistiu.
*Onde quer que esteja, é certo que Mário Linhares sabe do amor e carinho de seus fãs, que o mantêm vivo através de suas canções que ficarão para a posteridade.
Como homenagem ao legado deixado e celebrando seu 50º aniversário, destacamos o álbum “The Beloved Bones: The Hell”.
Aos amantes do bom e velho Heavy Metal…Vale a pena ouvir de novo.
Redigido por: Geovani “Dominó com os aposentados” Vieira