Trinca De Ases : “Dark Roots of Earth”, “Brotherhood of The Snake” e “Titans of Creation” (Testament)

Era simplesmente impossível não citar aqui, uma das mais respeitadas e importantes bandas do Thrash Metal mundial, além de um dos distintos representantes da Bay Area de São Francisco. Apesar de ter lançado seu primeiro registro consideravelmente tarde, se comparado aos seus contemporâneos da época, Testament engatou em uma sequência avassaladora de clássicos essenciais para todo apreciador de Thrash Metal. A primeira trinca da banda é formada pelos seminais “The Legacy”, lançado em 1987, “The New Order”, em 1988 e na sequencia “Practice What You Preach”, em 1989, fechando a década de oitenta de forma perfeita.

Com a formação clássica da banda, foram lançados mais dois registros fantásticos, “Souls of Black” de 1990 e “The Ritual” de 1992, almejando alcançar um lugar no almejado mainstream do inicio da década de 90, porém sem o mesmo sucesso e com muitas mudanças pela frente. Em 1993, o virtuoso guitarrista Alex Skolnick deixa a banda e em seguida o baterista Louie Clemente, substituídos posteriormente pelo guitarrista James Murphy (ex-Death,ex-Obituary, ex-Cancer) e o baterista John Tempesta. É lançado o álbum “Low”, repleto de influencias do privilegiado Groove Metal da época.

Quase quatro anos depois, em 1997, temos o lançamento do diferenciado “Demonic”, marcado por uma sonoridade muito próxima do Death Metal e a primeiríssima passagem do baterista Gene Hoglan (Dark Angel, Ex-Death, Ex-Sadus) no Testament. Em 1999, houve o lançamento do brutal “The Gathering”, marcado pela saída de Gene Hoglan pela primeira vez, substituído pelo lendário Dave Lombardo e a primeira passagem do baixista Steve DiGiorgio (Ex-Autopsy,Ex-Death,Ex-Sadus). Entre os anos de 2001 e 2005, muitas mudanças ocorreram dentro do quinteto e após constante troca de membros, foi anunciada uma turnê de reunião contando com a formação original da banda, incluindo o retorno do guitarrista Alex Skolnick, culminando alguns anos depois na gravação do nono álbum, após nove anos sem um registro de inéditas.

Em abril de 2008, é lançado “The Formation of Dammantion”, contando com o baterista Paul Bostaph (ex-Slayer, ex- Exodus, ex-Forbiden), mesclando a aclamada sonoridade clássica da banda com alguns elementos novos e complexos, mostrando como o subgênero amadureceu muito após a década de 90, trazendo mais um de seus medalhões, de volta ás raízes.

Três anos após este feito, em dezembro de 2011, Paul Bostaph deixa a banda, sendo substituído por ninguém menos do que Gene Hoglan, em seu retorno triunfal ao Testament, dando a inicio a uma das trincas mais impressionantes e expressivas do Thrash Metal atual.

Em Julho de 2012, é lançado o aclamado e icônico “Dark Roots of Earth”, elevando a sonoridade da banda para um nível altíssimo e cativante, sempre bebendo da fonte de seus primórdios e desenvolvendo algo novo, muito distinto, contando com a quarta colaboração do mago Andy Sneap na produção, e a espetacular arte da capa, criada por Eliran Kantor. Um dos melhores álbuns de Metal, que foram lançados em 2012.

Em outubro de 2016, é lançada a segunda carta da trinca, “Brotherhood of The Snake”, mais uma vez com a produção de Andy Sneap e praticamente todo composto pelo guitarrista Eric Peterson, marcando o retorno do baixista Steve DiGiorgio, substituindo o membro original Greg Christian, que havia saído da banda em 2014. A abordagem do registro, é muito mais Thrash e direta, sem muitas progressões rítmicas, porém com as propriedades básicas do Testament, em momentos específicos. Apesar de ser um tanto inferior ao seu antecessor, o registro reforça o alicerce e a imagem atual da banda, criando terreno para seu sucessor.

Em abril de 2020, é lançado o poderoso décimo terceiro álbum, “Titans of Creation”, fechando uma trinca excepcional de verdadeiros clássicos modernos. O que temos aqui, é nada menos do que um registro que entregou mais do que era esperado, mantendo uma linha de qualidade impecável, e um desempenho magistral de todos os membros da banda, contando com a sexta colaboração do supracitado produtor Andy Sneap, na mixagem e masterização do registro, e mais uma espetacular arte criada pela figura carimbada, Eliran Kantor, se tornando uma peça fundamental e altamente requisitada em mais uma trinca de ases.

Como é de conhecimento , o genial e monstruoso baterista Gene Hoglan deixou as baquetas do Testament, pela segunda vez este ano, o que torna essa trinca, uma verdadeira saudação ao seu incomparável serviço prestado a banda e ao Metal em geral, nesses últimos dez anos em que esteve na banda.