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Stryper: “você precisa se reavaliar como músico naquele momento. E eu sinto que você realmente está enganando os fãs”, diz Sweet sobre faixas pré gravadas

Uma das grandes polêmicas no mundo da música pesada nos dias de hoje tem sido o uso desenfreado de tecnologias que facilitam procedimentos que deveriam, em tese, ser orgânicos. Existe uma ampla discussão sobre os limites para se usar a inteligência artificial. Outro tema bastante abordado é o uso de faixas pré gravadas (ou faixas de apoio) em shows ao vivo.

   

Há casos em que essas faixas de apoio são realmente bem vindas. Imaginem, por exemplo, um disco que foi gravado em estúdio com o uso de uma orquestra completa tocando todos os instrumentos. Certamente, uma banda pequena ou de médio porte não teria condições de levar uma orquestra completa para tocar em todos os shows de sua turnê. Dessa forma, as fitas pré gravadas seriam um recurso muito interessante. Serviria para que o plano de fundo para a música criada em estúdio, no caso, as orquestrações, pudessem ser ouvidos ao vivo sem que o artista precise desembolsar uma quantidade muito substancial de dinheiro.

Mal uso da tecnologia

Acontece que a tecnologia tem sido usada de uma outra forma e tem gerado muitas críticas tanto por parte dos fãs, como de outros músicos. Alguns artistas, principalmente, aqueles mais veteranos e que não se encontram em boa fase, tem se utilizado das fitas pré gravadas como se fosse uma espécie de playback.

O Motley Crue foi acusado por seu ex-guitarrista Mick Mars de fazer playback durante praticamente todo o show. Mars chegou a afirmar que Nikki Sixx não toca uma linha de baixo sequer e apenas simula estar tocando. Blackie Lawless do WASP assumiu fazer uso da tecnologia e apenas seguir as faixas de apoio, deixando que as partes mais difíceis sejam executadas pela máquina. Até mesmo no Brasil, o vocalista Edu Falaschi foi acusado de estar fazendo uso das tais faixas pré gravadas. No caso de Edu, principalmente, em tons e notas mais altas onde o cantor teria mais dificuldade atualmente.

Em uma nova entrevista ao Metal Pilgrim, o vocalista do Stryper, Michael Sweet, foi questionado se estaria aberto a se utilizar das faixas de apoio. Ele disse o seguinte:

   

“Bem, nós usamos algumas faixas de apoio agora. Sem vocais principais. No passado, houve momentos em que havia certos vocais principais, linhas duplas, linhas de harmonia que estavam lá. Eu não gosto de fazer isso.

Aqui está minha opinião sobre as faixas: contanto que a banda esteja tocando todas as suas partes ao vivo e esteja realmente cantando junto com qualquer faixa de apoio que você tenha para vocais de fundo… Como quando temos alguns vocais de fundo, digamos em ‘Yahweh’, temos aquele refrão gigante… Perry Richardson e Oz Fox estão cantando junto com isso, mas se fossem apenas eles soaria absolutamente patético e ridículo, e seria bobo e provavelmente não faríamos a música. Então você precisa de ajuda com certas faixas de apoio, tendo uma grande produção como o Stryper faz em certas músicas. E eu mencionei em uma entrevista, imagine o Queen fazendo ‘Bohemian Rhapsody’ sem nenhuma faixa de apoio. Seria bobo. Não soaria certo.

Mas eu acho que você pode cruzar a linha quando começa a ter vocais principais, solos de guitarra principais, isso é demais, cara. E você precisa se reavaliar como músico naquele momento. E eu sinto que você realmente está enganando os fãs e você precisa ter cuidado com isso seguindo esse caminho.”

Em uma outra entrevista concedida a MA Entertainment Global, Sweet já havia assumido que se utiliza da tecnologia, mas existe um limite instransponível. Ele menciona que ao cruzar esta fronteira, o artista estará enganando seu público e entregando um show ao vivo fake. Sweet disse o seguinte:

“Vou ser honesto, usamos algumas faixas de apoio em algumas músicas como ‘Yahweh’, onde temos esses grandes vocais para começar a música e temos esses grandes refrões que soam como um coral. Ainda cantamos, sempre. Nunca, nunca subimos e fazemos dublagem ou fingimos. Estamos sempre cantando no palco, mas temos algumas faixas que nos ajudam. Outra música é ‘God’, que não está no set agora. Temos uma faixa em ‘Honestly’, porque é uma balada de piano e não viajamos com um tecladista atualmente. Coisas assim.

Tento ser aberto e honesto, e não quero que as pessoas pensem que não estamos usando isso se estivermos. Eu venho da escola de ‘está tudo bem se for feito corretamente’. Em outras palavras, se está lá para melhorar o que já está lá, ou se você tem uma produção enorme… Estou bem com isso. Estou bem quando é feito corretamente e é limitado, apenas para melhorar certas coisas em certas músicas. Mas quando você tem bandas que saem e literalmente é usado em cada música, e eles estão lá em cima e nem estão cantando os vocais de fundo, porque há bandas que fazem isso. Eles estão lá em cima falando, e então você começa a falar os vocais principais em cada música, e você está pensando, ‘cara, tem que haver uma linha que seja traçada’. Você tem que ser muito cauteloso com isso ou não é ao vivo, você não está dando às pessoas uma experiência ao vivo.”

   

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