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Stryper: “é uma espécie de indústria do diabo”, diz Robert Sweet sobre a indústria da música

Reprodução/Instagram

Bandas como Stryper sempre encontrarão resistência em uma comunidade como a do Heavy Metal. Decerto, parte dos headbangers, e me refiro aos cristãos e não cristãos, possuem certa ojeriza de bandas que espalham mensagens religiosas e sejam abertamente defensoras de ideologias cristãs. Isso acontece, primeiramente, por conta da perseguição religiosa que o Heavy Metal sofreu no decorrer das décadas por parte de líderes e instituições.

Mesmo com todas essas dificuldades, existe a parte do público que não se incomoda e outra que até mesmo prefere esse tipo de conteúdo lírico. Sendo assim, o Stryper conseguiu firmar-se como a maior banda cristã do Metal e, com muitos anos de carreira, estabeleceram uma base de fãs fiel.

Em uma nova entrevista concedida ao Sofa King Cool Magazine, o baterista Robert Sweet falou sobre diversos assuntos polêmicos envolvendo a banda.

Sobre o Stryper não ser totalmente aceito na comunidade do Metal e Hard Rock por conta de sua temática, ele disse:

“Eu acho, e muitas pessoas nos disseram, especialmente na indústria, ‘se vocês não estivessem fazendo essa coisa de Jesus, e nós sabemos que vocês estão falando sério’, e nós fazemos isso mesmo, ‘vocês teriam vendido muito mais, talvez milhões de discos’. E, realmente, quero que todos saibam que essa é a verdade, porque o rádio nunca nos tocou. E foi um milagre termos chegado à MTV. Mas ainda assim, até hoje, o rádio nos tocou muito pouco. Mas estávamos dispostos a receber esse golpe financeiramente. E às vezes tem sido difícil. Tem sido muito injusto porque muitas pessoas vieram e disseram: ‘Ei, cara, eu não sou cristão, mas vocês são uma das melhores bandas que já ouvi’. E eu respondo, ‘bem, ótimo, obrigado’. Não nos consideramos melhores do que ninguém, mas tínhamos que persistir. Tínhamos que ter certeza de que a mensagem de Jesus estava em primeiro lugar e na frente de todo o resto, não importa o que as pessoas dissessem. já passamos por momentos difíceis, estou lhe dizendo, eu não sabia que tantas pessoas iriam contra nós nos anos 80, e até hoje, mas tudo valeu a pena.”

Quando o assunto foi se o Stryper foi prejudicado por alguma outra banda de Metal que por ventura não queria tocar junto ou não queria levá-los em uma turnê em conjunto, Robert foi franco:

“Bem, ninguém queria nos levar junto. Então fomos forçados a ser a atração principal. Ninguém queria sair e tocar com a gente. Queríamos abrir para quem pudéssemos. Isso foi uma honra para nós, tocar com bandas que crescemos ouvindo, mas naquela época, acho que as pessoas tinham uma ideia errada. E elas tinham medo disso. Então isso nos forçou a virar headliner. E realmente talvez isso tenha ajudado nossa carreira, não sei. Senti que talvez Deus estivesse conosco, dizendo: ‘não, você não vai seguir esse caminho’. E foi diferente, porque a maioria das bandas não faz isso. Quando você está começando, você sai com bandas maiores. E já fizemos muitos, muitos festivais, mas isso tem acontecido, principalmente, na minha opinião, desde que começamos novamente em 2003. Mas naquela época, nos anos 80, quando estávamos fazendo grandes coliseus e outras coisas, éramos basicamente nós apenas seguindo direto pela estrada e sendo a atração principal.”

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Sobre outras bandas utilizarem figuras demoníacas e pregarem o satanismo ou qualquer outro tipo de religião pagã, mas o Stryper não ser bem visto quando faz o mesmo evidenciando sua própria crença, Sweet comentou:

“Bom, tem algumas pessoas que não gostam disso, mas é porque na maioria das vezes não nos viram, ou não sentaram e ouviram o que é o Stryper. Mas também tem pessoas que amam o Stryper e que não são cristãos. E eles vieram e disseram: ‘ei…’

Eu me lembro do meu irmão, Michael Sweet, e falei com um satanista, acho que ele era, quero dizer, isso foi na França. E ele veio e disse: ‘vocês são a maior banda de White Metal do mundo. Por que vocês não estão tocando no grande festival ao lado? Por que vocês estão tocando neste lugar com 3.000 lugares e que por sinal está esgotado? Vocês deveriam estar naquele outro palco ali’. E nós dissemos: ‘bem, sim, gostaríamos disso.’ Mas ele foi tão elogioso conosco. E ainda assim ele foi muito aberto ao afirmar que era um verdadeiro satanista, mas ele amava o som do Stryper… E essa sempre foi a nossa esperança.

Quero que você saiba que há muitas coisas boas acontecendo na indústria musical, mas, de certa forma, é uma espécie de indústria do diabo. E sempre esperamos entrar nessa indústria e afetá-la de uma boa maneira. E você tem que ser tocado por Deus para fazer isso. Você não pode simplesmente fazer. Não vai funcionar. Você vai ficar infeliz e vai falhar. E fico triste quando vejo certas bandas tentando fazer isso e tudo está contra elas. Mas se você vai levar a mensagem de Jesus, eu realmente sinto que você precisa ser ungido por Deus para fazer isso. E nós sentimos isso tão forte. Ainda sentimos isso tão forte que nada poderia nos impedir de fazê-lo.”

O que você pensa sobre este tema? Há espaço para todos os tipos de pensamentos e crenças dentro do Metal? Deixe sua opinião no espaço reservado aos comentários!

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