Slipknot: Eloy Casagrande finalmente explica decisão de sair do Sepultura

Após toda a polêmica envolvendo a saída do baterista Eloy Casagrande do Sepultura. o que tivemos foi um tremendo silêncio até que o Slipknot finalmente oficializou a entrada do músico brasileiro na banda.

Andreas Kisser não gostou de como a saída ocorreu e não poupou críticas ao jovem baterista. Isso não apaga o fato de que Eloy é um dos grandes responsáveis pela boa repercussão dos últimos trabalhos da veterana banda brasileira.

Após dois shows como integrante do Slipknot com direito a apresentação oficial, coisa que os americanos jamais tinham feito antes, o baterista resolver contar tudo o que aconteceu em detalhes.

Em uma entrevista concedida a revista Veja, Eloy explicou:

“Eles me pediram para gravar e enviar alguns vídeos daqui mesmo do Brasil. Inicialmente eram três músicas, depois me pediram mais três e perguntaram se eu tinha planos de ir para os Estados Unidos, e eu estava programado para me apresentar lá em janeiro com meu projeto de música instrumental, Casagrande & Hanysz. Eu adiei um pouco meu vôo e passei cinco dias em Palm Springs, ensaiando com a banda completa. Aí me pediram para estender minha estadia por mais cinco dias para podermos gravar algumas coisas. Acho que isso também fez parte da audição. Eles lançaram novas ideias para mim para ver como era minha composição. Eles queriam me testar em todos os sentidos.”

Questionado sobre quando obteve a resposta que confirmava que ele era realmente o novo integrante da banda, Eloy disse:

“O Slipknot é composto por nove músicos, então há muitas esferas e camadas, e eles precisavam da aprovação de todos antes de me darem o ok. Foi no dia 5 ou 6 de fevereiro que recebi a confirmação de que havia passado no teste.

No início, eles não explicaram o que íamos fazer. Estava tudo meio no escuro. A primeira coisa que enviaram foi um documento NDA (Acordo de Não Divulgação), então não pude discutir isso com ninguém. Aprendi o setlist, me preparei e, quatro dias antes da viagem, me enviaram uma lista de 32 músicas que seria importante eu conhecer. Muitos dos sons que eu já estava aprendendo não estavam nessa lista, então comecei a procurar partituras. Quando cheguei lá, me deram um setlist no primeiro dia, que tinha algumas músicas que eu também não conhecia, mas nós saímos e fomos tocar. No primeiro dia, eu estava muito nervoso, porque a banda estava completa, e é um impacto bastante grande ver toda a galera ali na sua frente. É uma banda que ouço desde adolescente e acompanhei na TV. No primeiro dia fui péssimo, não gostei da minha apresentação, mas a partir do segundo dia melhorei. Cada dia tocavam um setlist diferente pela manhã, então tive algumas horas para aprender uma ou outra música que estava faltando. No geral, foi muito tranquilo. Tive o apoio de todos.”

Sobre o Sepultura em específico:

“Recebi o convite para fazer um teste para o Slipknot depois que a turnê de despedida do Sepultura foi anunciada. A banda ia se separar e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos. Conversei com o Slipknot, perguntei sobre a agenda deles e se seria possível conciliar as duas bandas, mas eles disseram que não, que não seria possível, eu seria exclusivo deles. Então foi minha decisão deixar o Sepultura. Foi complicado. Eu contei para eles quando fechei o acordo com o Slipknot no dia 5 ou 6 de fevereiro. Naquele mesmo dia convoquei uma reunião e expliquei a situação. Foi isso, foi uma decisão individual de trabalho.”