De uns anos para cá, nasceu uma nova modalidade de fã: o hater. O cara simplesmente detesta determinada banda ou integrante e, desse modo, investe uma quantidade de tempo generosa da sua vida criticando seu alvo.
Em muitos casos, tal pessoa dedica mais tempo nas críticas levianas e distorcidas do que ouvindo e elogiando músicas e bandas que realmente gosta. É um total contrassenso, mas este são os tempos em que vivemos.
Com o advento das redes sociais, tais pessoas (muitas vezes amarguradas e sem proposito de vida) ganharam voz. E veja bem, não somos contra as críticas. Nós apoiamos e achamos que elas são muito importantes, e mais do que isso, são necessárias. Certamente, elas precisam ser feitas de forma racional e menos passional. Quando uma crítica possui argumentação, análise e é justa, dessa forma, não há problema algum. O grande equívoco é quando o motivo é somente o hate pelo hate.
Mesmo com bandas amadas e ovacionadas pela grande maioria do público, como o Slayer, por exemplo, esse tipo de comportamento pode ser visto. Em menor quantidade, é verdade, mas ainda assim podemos encontrar fãs que se dedicam a hostilizar o grupo ou algum integrante em específico.
O guitarrista do Exodus, Gary Holt, que substituiu Jeff Hanneman em 2011 e assumiu a posição em definitivo à partir de 2013, concedeu uma nova entrevista ao Ultimate Guitar e foi questionado sobre como foi o seu primeiro show com o Slayer. Ele disse o seguinte:
“O primeiro show foi no Soundwave Festival, na Austrália, e eu realmente não senti nenhuma pressão. Eu estava superpreparado. Eu simplesmente saí, fiz o meu trabalho e tive um ótimo show. Foi incrível. Quer dizer, talvez no fundo da minha cabeça, eu sentisse um pouco de pressão sobre minhas botas, se tratava mais de quem eu estava tentando preencher o espaço. De quem é o assento que eu estava mantendo aquecido. Mas eu estava pronto. Eu estava 100% pronto para isso.”
Gary foi questionado sobre a reação dos fãs do Slayer e se eles são tão cruéis como dizem por aí. O guitarrista mencionou exatamente o que descrevemos sobre alguns fãs que chegaram ao ponto de pagar ingresso para o show apenas para hostilizar o guitarrista. Veja o que ele disse:
“Em todos os incontáveis shows que fiz, só tive dois vaiadores. Dois vaiadores que eu notei. A maioria das pessoas olhou para minha participação assim: ‘fique bom logo, Jeff’, que é como eu também olhei. E pensei, ‘mas enquanto isso está disponível para mim, é algo legal’. Acho que a maioria das pessoas pensaram, ‘eu vou assistir Slayer e Gary Holt tocarem juntos. Vamos dar uma olhada. Isso pode ser incrível’. E eu tinha dois provocadores de verdade, um na Alemanha, um cara horrível. Ele estava lá embaixo, tipo, me dando um dedo do meio o show inteiro. E normalmente, eu sou super casca grossa, isso não me incomoda. Mas eu mandei um gerente de produção, ele estava no rádio, e eles estavam prestes a expulsar o cara porque ele estava começando a foder meu show. E então o cara percebeu isso e parou. Mas você sabe, cara, você sabe que isso não foi uma substituição surpresa. Você sabia disso antes dos ingressos começarem a ser vendidos, você comprou o ingresso. Então, por que você está aqui se é tão ruim?
E então fizemos um show em Milão, e eles tinham um cara na primeira fila, bem no centro do palco, gritando ‘foda-se!’ para mim o show inteiro. E naquele, eu pulei nos subwoofers no final do show, a um pé do rosto dele, e perguntei se ele tinha algo a dizer agora. E ele não tinha. Ele estava me irritando. Quando eu era mais jovem poderia ter dado um soco nesse cara (Risos). Ele estava preso. Não havia lugar para onde ele pudesse ir. Você sabe, 5.000 pessoas atrás dele. Mas ele tinha que ficar na primeira fila para fazer seus pensamentos serem conhecidos.
Você pagou pelo ingresso. Você é um idiota se odeia tanto assim. Mas duas pessoas de, tipo, inúmeros shows. Esse é um histórico muito bom, eu acho.”