A dualidade é um dos alicerces essenciais no desenvolvimento do Metal e seus principais subgêneros. Talvez, o subgênero mais rico e farto nesta questão seja o Death Metal, com suas inúmeras variações musicais realizadas ao longo dos anos, combinando o peso e a brutalidade habitual, com sonoridades mais melódicas e composições elucubradas.
E, em se tratando deste estilo, é quase impossível não citar uma banda: o Opeth.
Embora nos anos mais recentes, o lendário Mikael Akerfeldt tenha optado por abandonar o lado mais Death Metal da banda e tenha focado no lado mais progressivo e ponderado, temos um total de cinco registros do mais alto quilate musical lançados no período entre 2000 e 2008, correspondente ao ápice da sonoridade mais distinta da discografia.
A musicalidade do Opeth nesses respectivos anos era extremamente fora das convenções de gênero, era a perfeita combinação do caótico brutal com as mais perfeitas harmonias e os mais lindos arranjos acústicos. Não obstante, o Sr. Akerfeldt, grande apreciador do Rock Progressivo da década de 70, é o principal mediador nessa distinção, alternando entre vocais limpos e por vezes sussurrantes, com verdadeiras possessões demoníacas em seus guturais extremamente ríspidos e profundos, algo que pode ser melhor apreciado no primeiro registro da banda Bloodbath, projeto paralelo de Mikael, e totalmente inspirado nos primórdios do Death Metal.
Dito isso meus caros, hoje selecionamos alguns exemplares, que melhor exemplificam essa dualidade genuína e fantástica do Opeth em seus primeiros anos… E, como já frisamos em postagens anteriores deste quadro, estas são músicas que ”em um minuto te põe em estado de calmaria e reflexão, e no outro, te agarra pelo pescoço, te sacode e grita na sua cara.”
Eu parei de escutar Opeth depois de Watershed… já era de esperar que não tinha mais como melhorar o que foi feito até ali…