Recentemente, no dia 20 de fevereiro, o álbum divisor de águas de Sepultura, o “Roots”, completou 29 anos. Mesmo sendo o disco de maior sucesso comercial da banda, os fãs mais old school torcem o nariz para esse disco de sonoridade única na discografia dos brasileiros. Em uma de suas entrevistas, o baterista Iggor Cavalera disse entender esses fãs, mas explicou o porquê “Roots” foi um disco “muito necessário”. Ele relembrou:
“Estávamos experimentando com um monte de coisas e lembro que tive uma conversa com Max em que ambos chegamos à conclusão de que não havia como ir mais fundo em nossas raízes senão fazer algo com as tribos brasileiras.
Isso nos inspirou ao longo de todo o processo de concepção do disco. Só de saber que os indígenas estavam lá antes de qualquer outra pessoa — e que já estavam fazendo música — realmente nos deu muita inspiração. A conexão mais profunda que poderíamos ter encontrado, na minha opinião, era com os nativos do Brasil. E ter a chance de gravar com eles foi incrível, uma loucura.”
Apesar de não ter o devido reconhecimento por uma parcela dos fãs do Sepultura, músicos de várias bandas renomadas já falaram sobre a importância e influência do “Roots”:
“Estamos falando de pessoas como Dave Grohl, Moby, toda essa gente que, na época, estava prestando atenção no que nós estávamos fazendo. E isso é muito especial.
Tem gente que acha que não é o nosso melhor disco — acha que é ‘Arise’ ou que é ‘Beneath The Remains’, mas ‘Roots’ foi um disco muito necessário, onde forçamos os limites da nossa música. A partir dali, influenciamos muitas bandas a irem em busca de suas próprias raízes. Até bandas de black metal norueguês, que começaram a fazer coisas com as raízes deles. Foi um grande passo na direção certa de quebrar barreiras e ter as pessoas com a mente mais aberta.”