Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, comentou sobre as mazelas do Brasil e a educação do brasileiro, durante uma entrevista recente ao programa “Papo com Clê” do canal Corredor 5. Andreas relembrou a pandemia da Covid de 2020 e a propagação em massa de desinformações sobre a doença pelos experts em medicina formados na internet. Além disso, Andreas Kisser teceu críticas ao Fla-Flu ideológico que dividiu o país entre direita e esquerda.
Acompanhe a seguir:
“Hoje as pessoas falam da França, falam de paris, sem nunca terem ido para lá, sem nunca ter conhecido um francês ou ter lido um jornal francês, ou alguma coisa assim. Em qualquer lugar, está todo mundo julgando tudo. Julgam o Trump, julgam o Biden… Mano… Não têm a mínima noção de como é a política americana, de como é a sociedade americana.
E todo mundo sabe de tudo… No Covid, o que apareceu de expert de medicina é impressionante! Todo mundo sabia tudo da Covid, e você entra nessa também ‘Ah não porque chegou um negócio do supermercado, tem que passar álcool’, completamente fora da realidade, não precisava fazer nada daquilo. Mas o medo faz as pessoas agirem de uma forma irracional, de deixar essa coisa emocional tomar conta. Por que? Porque não vive o presente. Está preocupado, arrependido do passado e ansioso pelo futuro. Né? Que vida é essa?”
Questionado sobre quais as formas que o Sepultura utiliza hoje em dia para se divulgar para os fãs e também atingir um novo público:
“Basicamente direct to fan, que sabem os canais, sabem onde procurar, tem as revistas especializadas que estão por aí há anos, Metal Hammer, uma das mais importantes…”
Indagado se o Sepultura possui cadastro de fãs, ele respondeu:
“Nós tivemos fã-clube, essas coisas, mas hoje em dia não. Hoje em dia, nós tempos por exemplo, meet and greet em shows que a gente encontra a galera, assina coisas, produtos especiais… É mais pela internet mesmo, acho que o Instagram, acho que é a principal ferramenta de divulgação que nós temos. Tentamos fazer o Patreon também, mas nós nem começamos. temos um planejamento ainda que eventualmente nós possamos fazer, mas… Cara, é estar na estrada, é show, a arte é essa, não é virtual. A arte é estar no palco, o lugar sagrado do artista é o palco, é lá onde você aprende, onde você cresce, onde você toma porrada, onde você vê a sua capacidade de soluções de problemas, de fazer o show acontecer, show must go on… E a criatividade é tudo. E o brasileiro tem essa coisa do jeitinho brasileiro, não pejorativamente, realmente o brasileiro é muito criativo.
Brasileiro se tivesse a educação básica de não jogar lixo na rua, usar cinto de segurança, respeitar o vizinho, não jogar entulho na rua, sabe? Cara… Brasileiro vai para a Suécia e respeita as leis, brasileiro vai para o Japão, respeita. Vai para a Alemanha, respeita. E aqui não…
Tem brasileiro na Nasa, tem brasileiro na Disney, tem brasileiro nos mais altos postos por aí em tudo quanto é tipo de coisa, e aqui no Brasil a gente fica assim, patinando, porque acha que é isso mesmo, de levar vantagem, de ser o melhor, seja lá o que isso signifique, ter o carro mais caro, ter a bolsa Louis Vuitton na festa, andar de Ferrari em rua esburacada da zona leste, sabe? É tipo uma utopia.
O Brasil, se tivesse o mínimo de educação, de não quebrar patrimônio público como o evento de 8 de janeiro, que tipo de gente é essa? Sair quebrando coisas de Brasília lá, coisas históricas, patrimônio nosso, de todo o povo brasileiro… Fake news, essa coisa da divisão política, direita-esquerda, cara, isso é coisa de ignorante. O americano também, o americano a gente tem uma visão de que é um país evoluído, em vários aspectos, sim, Mas em outros, é a mesma coisa.”