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Segundo Bruce Dickinson, o público do Metal na América do Norte está “velho”, o número de jovens é “menor” e as pessoas “não estão tendo mais bebês”

Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, enquanto discutia sobre seu novo álbum solo “The Mandrake Project”, lançado 19 anos após “Tyranny of the souls”, explicou o porquê o novo disco demorou tanto tempo para ser lançado:

   

“Bem, nós [ele e o produtor Roy Z] começamos este álbum há cerca de 10 anos. Eu falei, ‘talvez devêssemos fazer um álbum’. Então, eu atrasei porque tive câncer. Isso foi uma boa desculpa. Aí, tivemos as coisas do Maiden e depois tivemos a Covid por três anos.

Estamos aqui agora. Mas durante esse período, obviamente, eu tive a oportunidade de desenvolver algumas das canções um pouco mais, escrever novas canções e, em especial, desenvolver a ideia do quadrinho: de um simples quadrinho, o que seria dez anos atrás, para um projeto de três anos.

Então, durante o processo de produção do álbum, meio que cresceu um pouco. O quadrinho ficou mais independente e me deixou muito feliz porque eu não tinha o roteiro do álbum para seguir. Em vez disso, você segue o roteiro do quadrinho.”

Questionado se o câncer e a Covid influenciaram seu trabalho de alguma maneira em seu novo disco, ele respondeu:

“Inicialmente, todo esse negócio do câncer, era superar o tratamento e me livrar do tumor. O tratamento foi muito brutal. Eu tive 33 sessões de radioterapia e nove semanas de quimioterapia ao mesmo tempo. Foi realmente muito duro para mim, mas ainda mais duro para o câncer, então, isso é bom.

Levei dez meses para me recuperar e tudo o que eu queria depois era sair para cantar. Obviamente, a gente teve o Maiden colocando tudo de volta nos eixos e retomando.

Já são meio que dez anos desde o diagnóstico. Durante esse tempo, eu pensei muito sobre vida e morte e o que isso significa e tem muito disso no “Mandrake”.

Mas eu não acho esse álbum… Ele é sombrio, mas, para mim, não é depressivo, porque eu meio que gosto da coisa sombria, porque sem a escuridão, você não aprecia a luz. Por que se tudo é feliz, onde está o drama?”

Indagado se um projeto mais complexo como “The Mandrake Project” com narrativa, eu-lírico e faixas longas, ainda têm espaço na música atual, ele declarou:

“Bem, eu não tento me encaixar em nada mainstream. Isso não é real. Não há razão para eu querer ser um artista de mainstream. Não é o que faço e não é o que eu acho que o público que gosta do meu trabalho ia gostar que eu fizesse.

Obviamente, tem espaço para isso, porque o álbum foi superbem no chart na Alemanha, número um na Suécia, número um ou dois na Europa. Acho que estou fazendo alguma coisa que as pessoas precisam, e eu acho que é algo, talvez, raro para o momento.

As pessoas estão voltando a fazer isso novamente, mas fazer um álbum como esse não é muito comum, e eu acho que a razão para isso é que as pessoas estão realmente interessadas. Porque é diferente do jeito que as bandas, mesmo as de rock, fazem.

Elas tendem a escrever um monte de músicas, muitas vezes umas parecidas com as outras, e eu acho que este é um formato que a gente precisa fazer. Mas neste álbum, é um monte de música que soam diferentes umas das outras, isso é muito o jeito de fazer dos anos de 1970.”

Questionado sobre o porquê não surgem mais bandas de metal de impacto e grande apelo como Iron Maiden, AC/DC, Black Sabbath, Bruce atribuiu isso a uma série de fatores, incluindo a competição extrema por espaço nos dias atuais com uma infinidade bandas que surgem a todo momento, a falta de renovação de público, ingressos cada vez mais caros e as dificuldades de se realizar turnês hoje em dia:

“Essa pergunta não tem uma resposta simples. É uma combinação de fatores de moda na mídia até o jeito que se faz turnê, que mudou a disponibilidade de shows para as bandas tocarem e construírem uma base de fãs ao vivo.

O fato de os preços dos ingressos estarem enlouquecidamente mais caros, as pessoas não saem tanto para ver novas bandas e seguirem elas. Tem tantas alternativas em vez de sair e ver uma banda… Você pode assistir YouTube, pode jogar um videogame imersivo, ter a experiência no equipamento de VR, são muitas distrações.

As bandas mais velhas, dinossauros, como a gente, o Metallica…”

Ele acrescentou:

   

“Dinossauros, quem não ia gostar de ser um T-Rex? Mas assim, a gente tem nosso estilo e isso não muda muito e eu acho que nossos fãs gostam assim. Claro que com a carreira solo, uma das vantagens de ser um artista solo, é que eu posso pisar fora da caixa. A identidade atinge o mesmo público, mas de uma forma emocional diferente.

Voltando para a questão inicial, não temos tantas bandas grandes e eu acho que é por causa do cenário atual. São muitos desafios diferentes e pessoas competindo por atenção e é muito difícil de crescer. Por exemplo, o público na América do Norte está ficando bem velho e o número de jovens está diminuindo, tem menos gente por aí.

As grandes bandas como o Maiden e Metallica, que passaram pelos anos de 1980, quando existia um número grande de pessoas com 25 anos por aí, era o fim do baby boom. Mas, agora, por alguma razão, as pessoas não estão tendo mais bebês.”

Leia a entrevista completa aqui.

   

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