Ícone do site Mundo Metal

Resenha: WizardThrone – Hypercube Necrodimensions (2021)

Gravadora: Napalm Records

A pandemia nos afastou, mas quem quer algo sempre consegue. E dentro do Metal é igual, afinal, estamos distantes fisicamente, mas não mentalmente. A tecnologia veio para nos unir em períodos assim. Muitas bandas conseguem se manter ativas mesmo durante o período de isolamento. Já outras são formadas durante esse período. E para outras ainda, mesmo sem pandemia, seria difícil promover um encontro pessoal. Como o caso do WizardThrone, uma banda internacional que surgiu em meio a esse caos.

Formada por membros de países diversos que já possuem um bom conhecimento do que é o Metal, o WizardThrone é uma banda peculiar de Death Metal. Prestem atenção na formação dos caras: E. Wizardthrone Brown (ou Eric Brown do Nekroglobikon, Swashbuckle, Vale of Pnath, ex-Inferi) nas baquetas, M. Archistrategos Barber (ou Mike Barber do Deathcode Society, ex-Saturnian) nas guitarras junto com M. Xaviculus Bell (ou Matthew Bell do Autumn’s Dawn, Troldhaugen), C. Hyperiax Bowes (ou Christopher Bowes do Alestorm, Gloryhammer) nos teclados e por fim, V. Morbistopheles Jones (ou Vicent Jake Jones do AEther Realm, ex-Obliette) no baixo e vocais. Com sua localização sendo nos EUA, Reino Unido e Suécia, a sua formação se deu em 2020, em meio a pandemia, e compôs um belíssimo disco para o ano de 2021, o excelente “Hypercube Necrodimensions”.

Se tratando de um Death Metal Sinfônico, você já pode imaginar a brutalidade a qual esperar. Rápido, pesado e muito belo, essas são as primeiras características do compacto apresentado pelo quinteto. A primeira faixa é uma amostra do que esse grupo ainda pode fazer. “Black Hole Quantum Thermodynamics” é um pé no peito de técnica, velocidade e qualidade. Os teclados de Bowes se encaixam perfeitamente nessa faixa brutal e criam uma profundidade impressionante para o som da banda. Além disso, é quase impossível achar algum defeito na bateria de Brown, o cara é um tanque de guerra, se analisarmos as bandas pelas quais passou. Me surpreendeu positivamente o vocal de Jones, eu não esperava algo tão clássico e bom como o que foi apresentado, um destaque positivo para a sonoridade.

Assumindo uma característica mais épica, “Frozen Winds of Thyraxia” possui coros excelentes e vocais profundos, a orquestração (trabalhada totalmente por Bowes) é sublime e encaixa perfeitamente com o andamento do disco. Para os fãs de histórias medievais, aqui está a trilha sonora de livros assim. “Incantation of Red Order” já possui um andamento mais obscuro e tenebroso, com guitarras pesadas e mais sincopadas, entrando em sintonia com o ritmo sombrio da composição.

“Forbidden Equations Deep Within the Epimethean Wasteland” e “Beyond the Wizardthrone (Cryptopharmalogical Revelations of the Riemann Zeta Function)” são faixas que seguem a veia mais épica que a banda demonstrou, sendo excelentes escolhas para os amantes desse tipo de som, as guitarras aqui são um show à parte, com seus timbres excepcionais e solos técnicos, elas tomam a frente e conquistam o ouvinte. Outro ponto muito interessante é na última composição do disco, onde Bowes apresenta seu teclado ao mundo solando ao lado de Barber e Bell.

Dimmu Borgir e SeptichFlesh se sentiriam honrados ao ouvir “The Coalescence of Nine Stars in the System Once Known as Markarian-231”, pois são diversas nuances nessa canção que você conseguirá enxergar claramente a influência desses grandes nomes na criação. Uma música sem defeitos e completa da introdução ao seu término. “Of Tesseractual Gateways and the Grand Duplicity of Xhul” volta a apresentar o lado mais técnico e denso do quinteto, me lembrando em algumas partes, algumas coisas que o Obscura e Hannes Grossman fazem. Por fim, temos a faixa título do disco que funciona como uma sucessora da número 6 do disco (não vou reescrever esse nome gigante). “Hypercube Necrodimensions” é rápida, de duração e de composição, que deixa ainda mais completa a audição desse disco excepcional.

Esse lançamento foi uma grata surpresa para mim, e com toda certeza brigará seriamente para entrar no top 10 desse ano!

Nota: 9,2

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Yurian “Dollynho” Paiva

Sair da versão mobile