Quando os alemães do Helloween lançaram “Keeper The Seven Keys I e II” , não imaginavam que naquele momento estava sendo plantada uma semente que daria bons frutos num futuro não muito distante. Lançados em abril de 1987 e agosto de 1988, respectivamente, os discos serviram e servem até hoje de influências para o chamado Metal Melódico, já que Kai Hansen, um dos membros fundadores da banda, carrega consigo o título de “Pai do Power Metal”, estilo que influenciou bandas em todo o mundo, e na grande maioria, pupilos confessos do alemão.
Um desses pupilos é o quinteto sueco The Lightbringer Of Sweden, banda formada em 2017 pelo guitarrista Lars Eng e que lançou no início do ano “The New World Order”, segundo e excelente registro.
Contendo 10 faixas inéditas divididas em aproximadamente 57 minutos de duração, o disco foi lançado de forma independente no dia 18 de janeiro.
Ao lado de Lars, completam o line up Herbie Langhans (vocal), Carsten Stepanowicz (guitarra), Johan Bergquist (baixo) e Tobbe Jonsson (bateria).
Sem delongas, é hora de conferir esta peça essencial aos fãs de Power Metal e mergulhar nas melodias grudentas do estilo.
Vem comigo!
O disco abre com “The Continuing”, breve “introdução”, seguida de “The Beast Is Rising”. De cara a pergunta: seria esta uma continuação de “Fallen Angels”, faixa de abertura do debut “Rise Of the Beast”? Além das melodias e refrãos, as similaridades aparecem principalmente na forma como ambas dão início aos discos, já que ambos trazem em seu início uma introdução seguida de uma faixa rápida, pesada, calcada no Power Metal propriamente dito e muito bem escolhida para ser a música de abertura.
Ao final, é bem provável que o refrão fique grudado em seu cérebro.
…Blood will be spilled / When the beast is going to war / Screaming in pain / Searching for death / The angels prepare for the fight…. / Gathering his army / The army of ghosts / Souls lost in the dark / He screams his order / They go to attack / The beast has raised from the grave…
A sequência com “Free The Angels” causa a impressão de que a tecla repeat foi acionada e estamos ouvindo “The Beast Is Rising” mais uma vez. Apesar das melodias e harmonias idênticas, é possível diferenciá-las (por pouco é verdade) e perceber que trata-se de mais uma música seguindo a mesma fórmula de sua antecessora.
“Free The Angels” foi lançada oficialmente no formato single, em setembro de 2021.
…An army of faith, an army of trust / We are the light, an army of souls / Together as one, together we are strong/We all stand up to fight… / The angel of heaven stands by our side / Now we hear the beast call / An army of faith, an army of trust / We are the light, an army of souls / Together as one, together we are strong / We have to free, free the angels…
Com seus riffs iniciais lembrando os alemães do Gamma Ray, “Heroes Of The Past” traz uma pegada mais voltada ao Heavy Metal e um trabalho excepcional da dupla Lars & Carsten, responsáveis por empunharem suas guitarras e destilar riffs pesados além de um solo simples, porém bem executado, destacando também os backing vocals (perfeitos).
Mais um belo encontro entre o Heavy e o Power Metal é o que ouvimos em “Strike Back”, faixa e também single que traz as primeiras referências ao Helloween, aqui visitando a fase Andi Deris, em especial a faixa “Power” do álbum “The Time Of The Oath” (ouça a parte dos solos). Essa é uma daquelas músicas que tem o dever de ser executada ao vivo pois não precisa ser adivinho para saber que o público terá uma bela participação.
*Particularmente, notei que as linhas de guitarras lembram Oscar Dronjak do Hammerfall.
“Where The Eagles Fly” é aquela power ballad que chega para acalmar os ânimos tirando o pé do acelerador. Claro que sua execução é perfeita e colube perfeitamente dentro da playlist sem descaracterizar o disco.
Abram alas para “Future World”. Não, pera! na verdade a faixa em questão é “Lucifer”, cujo início traz exatamente as mesmas notas criadas por Kai Hansen no clássico “Keeper Of The Seven Keys”. Apesar da cópia descarada dos riffs, temos mais um ótimo momento do disco que até o presente momento segue em alta.
Se alguém dissesse que os vocais de Jorn Lande estão presentes em “Back From The Dead”, é certo que eu iria acreditar e imediatamente buscar o nome do disco. Ao mesmo tempo em que impressionam as semelhanças de vozes, Langhans se mostra versátil já que seus vocais se encaixam bem em estilos diferenciados. Apresentando referências e influências de Hard Rock, terreno que conhece bem, visto que o Radiant é uma banda que segue o estilo supracitado, estamos diante uma canção que poderia facilmente integrar qualquer disco do já citado norueguês Jorn Lande.
*Ouso dizer que há referências ao Masterplan, principalmente do álbum de estreia.
Em mais um momento Hard, agora com claras e evidentes influências de Def Leppard, principalmente nas guitarras, “The Caveman” é ao meu ver um dos melhores, senão o melhor momento do disco, já que sua fórmula traz todos os ingredientes necessários e essenciais do bom e velho Hard Rock (que faixa meu amigo).
Mais uma vez as guitarras são os destaques, bem como os backing vocals que apresentam uma aula de perfeição.
*Ao final, a tecla repeat deverá ser acionada sem moderação.
O encontro entre o Heavy Metal e o Hard Rock acontece na belíssima “Fly Away”, mostrando a fusão perfeita entre os dois gêneros trazendo consigo a responsabilidade de fechar em alto estilo um disco que se manteve honesto e grandioso do primeiro ao último minuto.
Destaques para as linhas de guitarras que em determinados momentos nos remete ao que fazem com maestria, Roland Grapow, Henjo Richter e Roland Grapow.
Em seus dois registros, Lightbringer Of Sweden faz exatamente o que outros grupos de Melodic Power Metal fazem. Ou seja, a mesma fórmula, a mesma sonoridade e por vezes até as melodias soam idênticas a grupos como Helloween, Gamma Ray, Iron Savior, Axxis, Hammerfall, Masterplan etc. Porém, é preciso ressaltar a qualidade dos músicos envolvidos, as composições carregadas de melodias, os refrãos grudentos e pegajosos, a produção cristalina, além dos vocais excepcionais de Herbie Langhans, dono de uma voz privilegiada e como citado anteriormente, versátil.
Diante o excelente trabalho mostrado em seu segundo capítulo, a pergunta que cabe é a seguinte: qual será a banda principal de Langhans e qual sua prioridade, uma vez que o mesmo é membro ativo de grupos como Avantasia, Firewind, Radiant, Beyond The Bridge, Sonic Haven?
“The New World Order” é um daqueles discos cheios de referências, certeiros, diretos e impactantes quando o assunto é Power Metal.
Sem experimentações e/ou desvios de sonoridade, estamos diante um registro cuja missão surpreende o ouvinte do primeiro ao último minuto e, desde já, um forte candidato a integrar a seleta lista de melhores do ano.
Ouça e tire suas próprias conclusões.
Nota 9,2
Integrantes:
- Lars Eng (guitarra)
- Herbie Langhans (vocal)
- Carsten Stepanowicz (guitarra)
- Johan Bergquist (baixo)
- Tobbe Jonsson (bateria)
Faixas:
- 1.The Continuing
- 2.The Beast Is Rising
- 3.Free The Angels
- 4.Heroes Of The Past
- 5.Strike Back
- 6.Where The Eagles Fly
- 7.Lucifer
- 8.Back From The Dead
- 9.The Caveman
- 10.Fly Away
Muito bom!!!! tem tudo de um pouco dentro do hard rock metal, recomendo para a galera que curte uns agudos e riffs a lá Master Plan, bons tempos de Roland Grapow no Helloween!!!! Gostei da música Back from the Dead, Dukralho…valeu!!!!