Fundado em 2020, na cidade de Piacenza, na Itália, o quinteto de Epic Doom Metal, Swarm Chain, lançou no último dia 25 de fevereiro, pelo selo Punishment18 Records, seu debut, “Looming Darkness”.
Sobretudo, todos nós sabemos muito bem que o Doom tem duas faces, dois subgêneros dentro de um subgênero, um dedicado às melodias vocais, o qual chamamos de Epic Doom Metal e outro, que surfa na onda do Metal extremo e é chamado Death/Doom Metal. Entre os amantes, há aqueles que curtem os dois e aqueles que preferem um ou outro. Ao propósito, o instrumental do Swarm Chain caracteriza o que conhecemos como Epic Doom, assim como a voz de Paolo Veluti, o qual também é o baixista, porém, concomitantemente, temos a voz gutural de Emanuele Cirilli dando um excelente tempero extremo nas canções, trabalhando em conjunto com Paolo, proporcionando uma sonoridade própria e única, a qual vale à pena ser apreciada pelos fãs da fatia mais lenta do Heavy Metal.
A dupla de guitarristas formada por Riccardo Tonoli e Daniele Mandelli desenvolve riffs e solos melódicos que qualidade inquestionável. O trabalho dos dois beira a perfeição. A cozinha do baterista Daniele Valseriati e o baixo de Veluti constrói a atmosfera precisa para essa sonoridade sombria desenvolvida pelo Swarm Chain.
Assim sendo, vamos às canções?
HUNTERS:
A faixa de abertura poderia ser um resumo de tudo o que fora descrito nos parágrafos anteriores. Aqui o ouvinte vai ser deparar com um Doom Metal que remete a escola sueca com o acréscimo dos guturais providencialmente executados por Emanuele Cirilli. Uma ótima maneira de iniciar o registro.
WORMS:
Essa segunda canção, que também foi o segundo single liberado, mantém a fórmula de sua antecessora, porém, aqui também pode ser sentida uma referência no Doom Metal americano 80’s. Uma mistura entre Trouble, Candlemass e Paradise Lost? Sim, isso mesmo, haveria uma mescla mais surpreendente que essa? Acredito que não, por isso estou ouvindo o álbum de Doom que mais me agradou em 2022. Nos anos anteriores, me emocionei com Wheel, Hooded Menace, Wolftooth e Sorcerer e creio que, de agora em diante, Swarm Chain possa fazer parte dessa refinada seleção.
WITCH OF THE WOOD:
Essa música foi a responsável por animar ainda mais minha audição. Ela tem tudo aquilo que já fora mencionado, somado a semelhança com Black Sabbath e um deleitoso toque de modernidade, o qual pode ter sido dado pela produção, mas não fui capaz de bater o martelo. Embora tenham sido citadas várias referências de escolas e bandas, a sonoridade do Swarm Chain não abre mão de sua assinatura própria em nenhum segundo de seu trabalho. “Witch Of The Wood” tem mais duas citações a serem feitas:
- a) Ela tem o meu solo de guitarra preferido
- b) Valseriati trabalha muito bem os bumbos duplos.
LOOMING DARKNESS:
A faixa que intitula o debut segue um caminha contrário das demais. Ela é ainda mais lenta e soturna, buscando em seu princípio uma linha mais Death/Doom, pois Cirilli inicia cantando solo. A cada nova canção é possível observar que estamos diante de um trabalho completo e complexo. Aos 4 minutos, a cara da música muda e o vocal de Veluti entra dando a “Looming Darkness” um ar épico e cheio de feeling. O solo de guitarra, que vem a seguir , auxilia nesse resultado final fabuloso.
Impressionante!
CODEX GIGAS:
Aqui está o primeiro single da carreira do quinteto de Piacenza. Posso afirmar categoricamente que o nascimento oficial do Swarm Chain servira como adequada preparação para o que viria posteriormente. Os trabalhos vocais são ainda superiores aos encontrados nas demais canções, há muito além daqueles dois tipos de vozes oferecidas por Cirillli e Veluti. Os dois me deixaram boquiaberto, principalmente, Veluti, pois demonstrou ter um potencial enorme. Eu não poderia deixar de citar, mas Cirilli faz vários tipos de gutural.
ALMOST NOTHING:
A canção que encerra o primeiro full lenght desses talentosos italianos não poderia ter menos força que o restante, não seria justo, e, realmente, ela cumpriu muito bem o seu papel e a altíssima qualidade musical se manteve. “Quase Nada” que é o que “Almost Nothing” significa em português é o tempo que cada audição desse disco parece durar, tal é o grau de prazer que ela oferece. Aqui temos Doom Metal tocado de forma sublime e com a alma de cada músico fluindo em cada uma das seis músicas aqui presentes.
CONCLUSÃO:
O Metal italiano sempre me agrada. Em 2022, isso não mudou, ouvi vários álbuns interessantes e até resenhei dois deles aqui, Reapter e Septem, os quais estão entre os meus favoritos. Porém, confesso que Swarm Chain conseguiu ficar no topo da minha lista de Doom Metal e dificilmente sairá dessa posição.
Congratulazioni, Swarm Chain, per l’ottimo album di debutto.
Nota 9,3
Integrantes:
- Riccardo Tonoli (guitarra)
- Emanuele Cirilli (vocal gutural)
- Daniele Mandelli (guitarra)
- Paolo Veluti (vocal limpo e baixo)
- Daniele Valseriati (bateria)
Faixas:
- 1.Hunters
- 2.Worms
- 3.Witch Of The Wood
- 4.Looming Darkness
- 5.Codex Gigas
- 6.Almost Nothing
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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