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Resenha: Soen – “Memorial” (2023)

“Memorial” é o novo full lenght do Soen.

   

Dois anos após o excelente “Imperial”, a banda de Progressive Rock, Soen, nos brinda com “Memorial”, sexto e recém lançado álbum de inéditas.

Lançado oficialmente no dia 01 de setembro através da Silver Lining Records, e contendo 10 novas faixas, o novo registro do quinteto formado, atualmente, por Joel Ekelöf (vocais), Cody Ford (guitarras), Lars Enok Åhlund (guitarras, teclados), Oleksii “Zlatoyar” Kobel (baixo) e Martin Lopez (bateria), é mais uma obra musica incrível, e de suma importância aos amantes dos estilos Prog Metal e Progressive Rock, bem como aos apreciadores dos trabalhos brilhantes apresentados pelo Soen em seus últimos discos.

SOEN / Divulgação / Facebook Oficial

Vale lembrar que entre o intervalo de um disco pro outro, o grupo lançou em novembro do ano passado “Atlantis”, álbum ao vivo onde interpretam músicas de seus discos anteriores, aqui acompanhados de uma orquestra.

Diferenças entre “Imperial” e “Memorial”

Se em “Imperial” (2021), a banda optou por melodias sombrias e letras mais “íntimas e pessoais”, e isso se deu justamente por ser um disco composto numa época onde o mundo vivia os horrores da Covid-19, o novo trabalho apresenta uma sonoridade mais melódica e amena, ao mesmo tempo em que a parte instrumental soa mais pesada com suas letras soando mais suaves, e não tão densas como seu antecessor.

   

Mas afinal de contas, estas mudanças mexeram na essência do Soen? O peso adicionado nas novas composições mudaram as diretrizes musicais do quinteto?

Estas perguntas serão respondidas no final, porém posso adiantar que a maturidade musical do Soen é algo que caminha a passos largos, haja visto os excelentes trabalhos apresentados onde a qualidade inquestionável de Joel e sua trupe os fazem seguir firmes e fortes rumos ao topo da lista dos “grandes nomes” do Progressive Rock/Metal dos últimos anos.

Você está convidado a mergulhar na sonoridade vibrante e introspectiva de “Memorial”:

Vem comigo!

As boas vindas acontecem com “Sincere”, excelente faixa de abertura e de cara é possível notar que a banda investiu mais em riffs ao incorporar uma dose extra de peso nas guitarras, ao mesmo tempo que uma aura amena a la Pink Floyd invade suas melodias fazendo um contraponto ao dividir a música em dois momentos distintos.

Também de cara, é possível perceber o quão importantes são as composições presentes nos discos do quinteto.

   

[…Você quer ser alguém com autorrespeito / Pelos “likes” que você persegue: eles não significam nada / Você quer sentir algo que seja sincero / E as palavras que você dirá serão a lança / Que atinge as mentiras que nos dizem ser as regras…]

Divulgação / Facebook / Soen

“Unbreakable”, single que antecedeu o álbum, e que ganhou videoclipe, é o próximo passo, e não por acaso um passo certeiro. Em mais um trabalho primoroso de guitarras, temos aqui um encontro perfeito entre as linhas pesadas de contra baixo, ao mesmo tempo em que os teclados aparecem para dar um ar de suavidade à canção resultando na união perfeita de instrumentos sustentados pelos vocais incríveis de Joel Ekelöf.

[….Preciso de algo em que acreditar /Lá fora o mundo é escuro / Mas estamos amaldiçoando o sol / Preciso de algo em que acreditar / Marchamos como o exército do inquebrável…]

Mais um single e mais um mergulho em riffs pesados, assim é a execução da majestosa “Violence”, faixa que fecha a primeira trinca de um disco que ainda tem muito a oferecer. Diferente de sua antecessora e com um ar denso e sombrio, é também a canção onde os vocais se dividem soando ora agressivos, ora suaves, em mais uma interpretação genial de Joel.

Destaque para o refrão em mais uma composição que dispensa comentários.

[…Nunca serei um Deus / Forçando sobre nós um amor odioso / Você tirou o orgulho da minha vida / Com um pouco de violência…].

“Martyrs” + “Deceiver” = “Fortress”

Um encontro entre “Martyrs” e “Deceiver”, faixas presentes em “Lotus” (2019) e “Imperial” (2021) , é exatamente isso que ouvimos em “Fortress”. Traçando paralelos, é possível perceber uma conexão musical entre ambas , principalmente, na parte instrumental. Como resultado, temos mais um canção relevante e mais um momento especial do disco.

Um dos mais belos momentos de “Imperial” está presente na excepcional “Hollowed”, canção que nos traz a mente os violões de “Harvest” do Opeth e “Mama Said” do Metallica, contemplada com um belíssimo (e necessário) videoclipe trazendo a participação especial da cantora italiana Elisa.

   

Dona de melodias encantadoras, além de uma carga absurda de emoção em sua interpretação, ela é a responsável por extrair de Joel Ekelöf tons mais altos e agudos, ao mesmo tempo serenos, que casaram perfeitamente com a voz suave e angelical de Elisa, que igualmente é a responsável pelo violoncelo presentes na canção.

O ponto alto do full lenght

Sem dúvidas, o ponto alto de “Memorial” encontra-se aqui, já que estamos falando de uma canção cuja letra seja talvez a mais bela de todo o trabalho, pois segundo Martin e Joel, trata-se de “uma mensagem poderosa sobre tomar a decisão de deixar para trás o que antes era uma harmonia perfeita, mas que se transformou em dissonância, ou apenas permanecer lá e talvez gastar o resto da sua vida tentando reviver algo que já está morto”.

Destaque para as linhas de guitarras responsável por um dos solos mais lindos de todo o disco. O resultado final não poderia ser outro senão PERFEITO!

[…Seremos fortes o suficiente para seguir em frente / Dessa solidão interminável? / Encontraremos a vontade de encontrar esperança? / Nossos demônios em breve descansarão?/…Porque não somos nada além de uma sombra / Nada além de uma sombra /Nada além de uma sombra / Nada além de uma sombra…]

Particularmente, arrisco-me a dizer que temos aqui um dos mais belos duetos dos últimos anos, bem como uma das músicas mais lindas gravadas pelos suecos. Seguindos os passos de “Unbreakable” e “Violence” ao adicionar doses maciças de peso, “Memorial”, faixa que batiza o disco, foi mais um single disponibilizado e contemplado com um videoclipe, pois trata-se de mais um momento relevante do disco que segue firme mantendo-se coeso e consistente em sua execução.

“Incediary” será o próximo videoclipe do atual registro?

Se eu tivesse que apostar minhas fichas no próximo single/videoclipe extraído de “Imperial”, então eu diria que “Incendiary” seria a música ideal, haja visto que ela traz exatamente todos os elementos característicos da banda, além de similaridades musicais com a belíssima “Covenant” do supracitado “Lotus”. Sabe aquela lista onde elegemos nossas prediletas do álbum ? pois é, “Incendiary” está lá encabeçando a lista. Não obstante, temos aqui a música mais “Prog Metal” do álbum.

   
SOEN / Divulgação / Instagram

E já que falei em lista de prediletas, “Tragedian“não poderia de forma alguma ficar de fora. Dona de melodias grudentas e guitarras que transitam entre Pink Floyd e Dire Straits, ela mostra mais uma vez ao ouvinte a magnitude e a sutileza na voz e no timbre inconfundível e agradável de Joel Ekelöf. Que música espetacular!

Uma mistura de Prog com Power Metal! Esta é a fórmula musical que que deu origem a “Icon”, música mais rápida, bem como a mais Heavy Metal de todo o álbum, mostrando inclusive algumas linhas de vocais mais rasgadas proferidas por Joel, lembrando em alguns momentos o que fazem seus compatriotas do Evergrey.

“Vitals”, faixa de encerramento

O disco fecha com sob as melodias de “Vitals”, canção que se encaixa perfeitamente no padrão power ballad, ao mesmo tempo em que nos remete mais uma vez ao Opeth em sua fase mais light, bem como trabalhos recentes de nomes como Anathema, Daniel Cavanagh, Steven Wilson, Porcupine Tree, Riverside e Katatonia, também de sua fase mais “clean”.

Mais que um novo disco, “Memorial” é uma continuação de uma história contada através de obras musicais excepcionais lançadas nos últimos anos.

Além dos vocais brilhantes de Joel Ekelöf, é preciso enaltecer os riffs e solos da dupla Cody Ford e Lars Enok Åhlund (guitarras), bem como os trabalhos excepcionais do baixista Oleksii “Zlatoyar” Kobel, e do baterista Martin Lopez, que juntos formam o alicerce musical de uma banda com um time de músicos perfeitos.

   

Respondendo a pergunta inicial

Sobre a pergunta feita no início do texto: mantendo o que vou classificar como “equilíbrio musical”, ao mesmo tempo que algumas mudanças (para melhor) foram incorporadas a sua música, Soen vem caminhando a passos largos para o hall de bandas importantes de Prog Metal/Rock, e também ao time de bandas mainstream da Suécia.

Neste caso é possível concluir que as mudanças acima citadas vieram com apenas um intuíto: melhorar o que já era bom.

Se alguém tiver alguma dúvida, basta ouvir atentamente a trinca “Lotus” (2019), “Imperial” (2021) e “Memorial”, álbum supracitado nesta resenha.

N do R: como fã e admirador de Joel Ekelöf e sua trupe, minhas próximas escritas certamente serão sobre o show que a banda fará em São Paulo, através da “Memorial Tour”, com apresentação agendada para o dia 14 de abril de 2024.

Eu estarei lá, e em seguida irei escrever sobre minha experiência de vê-los ao vivo pela primeira vez. Até breve!

   

Nota 9,6

Integrantes:

  • Joel Ekelöf (vocal)
  • Cody Ford (guitarra)
  • Lars Enok Åhlund (guitara, teclado)
  • Oleksii “Zlatoyar” Kobel (baixo)
  •    
  • Martin Lopez (bateria)

Faixas:

  • 1.Sincere
  • 2.Unbreakable
  •    
  • 3.Violence
  • 4.Fortress
  • 5.Hollowed (Featuring, Elisa)
  • 6.Memorial
  • 7.Incendiary
  •    
  • 8.Tragedian
  • 9.Icon
  • 10.Vitals

Redigido por: Geovani “Passa ou Repassa” Vieira

   
   

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