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Resenha: Skull Fist – “Paid In Full” (2022)

Atomic Fire Records

   

Embora o Heavy Metal tradicional não seja o subgênero mais popular do estilo aqui no Brasil (principalmente no que diz respeito ao surgimento de novas bandas dentro da proposta), é impossível fechar os olhos para a cena que acontece em outros países, como por exemplo no Canadá.

De lá vêm alguns dos maiores nomes do gênero presentes na nova geração, como: Riot City, Cauldron e, claro, Skull Fist. Apesar do fato de as três bandas serem excelentes e terem suas diferenças sonoras explícitas, hoje falaremos especificamente do Skull Fist, que lançou seu quarto full lenght no último dia 22 de abril, intitulado “Paid In Full”. Com o tracklist previamente liberado, notou-se que o repertório traria um total de 8 músicas, sendo 6 inéditas e 2 regravações de músicas presentes no EP Heavier Than Metal (2010).

Apenas para contextualizar, podemos dizer que o Skull Fist é um dos nomes mais promissores do Heavy Metal tradicional. A banda foi formada no ano de 2006 e desde então tem conquistado um público cada vez maior e mais fiel, já tendo participado de importantes festivais, como o conceituado Wacken Open Air. Com passagens também pelo Brasil e demais países da América do Sul, o quarteto canadense ficou conhecido por suas músicas rápidas, com riffs marcantes e vocais agudos, características presentes principalmente nos dois primeiros álbuns de estúdio (Head Of The Pack de 2011, e Chasing The Dream de 2014). Em 2018 a banda lançou o “Way Of The Road”, que recebeu um número considerável de críticas por trazer um som um pouco menos pesado e vocais um pouco mais graves e limpos do que os discos anteriores, o que acabou gerando dúvidas sobre o novo trabalho da banda.

Skull Fist iria mergulhar em um lado mais comercial ou manteria as raízes?

Vale lembrar que desde o último lançamento, eles passaram a ser um trio, uma vez que o guitarrista Johnny Nesta saiu da banda. Esse fato gerou ainda mais especulações, pois pela primeira vez na carreira da banda, toda a parte das guitarras seria feita pelo vocalista e guitarrista Zach Slaughter. Boa parte dessas dúvidas já haviam sido sanadas após o lançamento de dois (excelentes) singles, “Long Live The Fist” e “For The Last Time”, respectivamente.

SKULL FIST / Photo By Sharon Ehman

Bom, após ouvir “Paid In Full”, ininterruptamente, desde o seu lançamento, podemos afirmar sem medo que a banda respira o mais puro Heavy Metal. A essência do estilo, que consagrou os rapazes, foi trazida de volta de forma brilhante.

Vamos à uma análise faixa por faixa.

O disco se inicia com a faixa título, que é por sinal a mais longa do trabalho (com cerca de 5 minutos e meio). “Paid In Full” é uma música boa, agradável aos ouvidos, com um bom refrão e partes interessantes nas guitarras (tanto nos riffs quanto nos solos), porém pode-se dizer que ela está mais próxima de ser uma faixa de Hard Rock do que puramente de Heavy Metal. Isso não é uma crítica.

Mas a coisa vai para outro patamar quando seguimos para a segunda canção, o single “Long Live The Fist”. Aqui temos TUDO que um fã de Heavy Metal pode querer: velocidade, refrão grudento (no melhor sentido do termo), excelentes riffs, solos de guitarra, linhas de baixo, bateria e um vocal simplesmente impecável. A melodia criada por Zach com certeza vai funcionar muito bem ao vivo. “Long Live The Fist” figura sem a menor dúvida entre as melhores músicas já feitas pelo Skull Fist, pois possui todos os elementos mencionados e é direta e reta, sem enrolações, uma vez que possui menos de 4 minutos de duração.

Quem conhece (e gosta) do Metal brasileiro com certeza vai pensar no Sarcofago ao ver o nome da terceira faixa, “Crush, Kill, Destroy”. Apesar do mesmo nome, obviamente não há a menor comparação entre o som extremo do Sarcofago, com seus vocais guturais e blast beats, com o Heavy Metal oitentista do Skull Fist, né? “Crush, Kill, Destroy” é uma canção bem interessante, parece até mesmo uma espécie de mistura entre as duas primeiras. Ela começa num ritmo mais cadenciado, porém quando chegamos mais ou menos na metade, o andamento se acelera e assim se mantém (quase) até o final, quando o ritmo inicial é retomado. Novamente vemos uma banda perfeitamente entrosada, com excelentes linhas melódicas e mais um refrão marcante.

A quarta faixa é a regravação de “Blackout”, presente originalmente no EP “Heavier Than Metal” (2010), previamente mencionado. Apesar de não ser inédita, a releitura de “Blackout” ficou muito boa, pois proporcionou uma produção melhor à uma música muito boa, com ótimos backing vocals e solos de guitarra.

Reprodução / Facebook / SKULL FIST

Prosseguindo com as audições, chegamos à “Madman”, uma música com uma pegada mais agressiva no que se compara com as demais. Curta e direta, ela traz uma atmosfera que relembra de leve um dos maiores hits da banda: “Bad For Good”.

   

“For The Last Time” é a sexta canção do “Paid In Full” e já era conhecida pelo público por ter sido o segundo single de promoção do álbum. Parece repetitivo, mas temos novamente uma música direta e pesada na medida certa, com um refrão extremamente bem construído, um solo de guitarra magnífico e um belo dueto de vocais entre Zach e o baixista Casey Guest, além de mais uma excelente performance do baterista JJ Tartaglia.

Sem dúvidas entre as melhores faixas do disco.

Chegamos à segunda regravação do álbum, a faixa título do EP “Heavier Than Metal”, lançado em 2010. Esse EP foi o segundo trabalho lançado pelo Skull Fist, na frente apenas do também EP “No False Metal” de 2006 e ambos deixam claro por quê a banda começou a ganhar destaque na cena. Sem firulas, os dois EP’s e, consequentemente, a faixa regravada no último trabalho são compostos por riffs marcantes, inspirados totalmente nos grandes medalhões do estilo nos anos 80 (Iron Maiden, Judas Priest, Accept, Saxon, etc). Com uma produção que soava tipicamente oitentista e somando a criatividade dos membros, Skull Fist se consagrou como um dos nomes mais relevantes dentro da NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal).

Chegando na música de encerramento, “Warrior Of The North”, nos deparamos com uma canção rápida e cheia de energia. Ela é perfeita para encerrar o álbum com maestria e quem sabe até encerrar os shows com aquele gostinho de quero mais. Com mais ótimos riffs, andamentos e linhas de voz, “Warrior Of The North” termina de cravar o que já era previsto: “Paid In Full” é um bom concorrente a figurar entre os melhores lançamentos do ano. No entanto, é difícil falar sobre um trabalho e não abordar nenhum aspecto negativo sequer e infelizmente esse disco possui um defeito (lembrando que o artigo é opinativo): o número de faixas. Como mencionado, das 8 presentes, apenas 6 são inéditas. Um álbum com uma qualidade tão elevada e com músicos tão inspirados merecia ter pelo menos mais uma ou duas canções.

SKULL FIST / Photo By: @hugorebelowork

De qualquer forma, o que temos é uma banda que apesar de estar com um membro a menos, foi capaz de entregar um trabalho extremamente inspirado e de altíssima qualidade, onde todos os instrumentistas possuem destaque. No entanto, seria desonesto não dar créditos a mais para Zach Slaughter, pois sem sombra de dúvidas esse é o álbum onde ele caprichou muito na questão dos solos de guitarra e arrisco alguns de seus melhores solos estão justamente aqui. Solos que reúnem técnica, peso e melodia num equilíbrio perfeito. Sua voz também mostrou amadurecimento: não é como era nos álbuns anteriores, porque o tempo passa para tudo e todos, porém continua atingindo notas altíssimas e não deixa a desejar em momento algum, sendo inclusive muito melhor agora quando se trata de notas mais graves.

Se você, caro leitor, não conhece ou conhece pouco do Skull Fist, sugiro que pare de perder tempo e vá agora mesmo prestigiar uma das melhores bandas do cenário Metal mundial, te dou minha palavra que você não vai se arrepender de fazer esse favor a você mesmo.

NO FALSE METAL

Nota: 9.0

Integrantes:

  • Zach Slaughter (vocal, guitarra)
  • Casey Guest (baixo)
  • JJ Tartaglia (bateria)

Faixas:

  • 1.Paid In Full
  • 2.Long Live The Fist
  • 3.Crush, Kill, Destroy
  • 4.Blackout
  • 5.Madman
  • 6.For The Last Time
  • 7.Heavier Than Metal
  • 8.Warrior Of The North

Redigido por: Lucca Ferreira

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