“Metal City”, 14º full lenght da carreira do Raven, sucedeu “ExtermiNation” de 2015.
A banda de Heavy/Speed Metal, Raven, nasceu no ano de 1974 na cidade de Newcastle na Inglaterra, mas ainda assim fez parte do movimento NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal). Há algum tempo, a banda deixou Newcastle e reside em Nova York, nos Estados Unidos da América.
Avalanche sonora inicial
Em primeiro lugar, feito uma avalanche sonora, a canção “The Power” abre o disco, esmagando tudo o que encontra pela frente. Enquanto isso, Mike Heller, que teve a missão de substituir Joe Hasselvander, baterista da banda de longa data, mostra o seu cartão de visitas e, diga-se de passagem, que lindo cartão. Sua performance de bateria é, simplesmente, impecável, pois, ele demonstra técnica aliada ao puro Metal correndo através de suas artérias. O vocalista, e também baixista, John Gallagher, por sua vez, encanta com seus agudos absurdos, dando a canção, dessa forma, a intensidade da qual ela necessita. O guitarrista Mark Gallagher encaixa um belo solo, promovendo, em seguida, um duelo de solos com o seu irmão, John.
Logo depois, “Top Of The Mountain”, a qual recebeu uma versão em lyric vídeo, e “Human Race” completam essa avassaladora trinca inicial Speed/Heavy Metal. Certamente, o melhor início de disco do ano. Bateria, vocal, baixo e guitarra exalando a alma do Heavy tradicional oitentista, mas sem abrir mão da evolução técnica instrumental.
“Metal City”
A música título, “Metal City”, que também foi single do álbum e tema de vídeo clipe, é mais cadenciada, contudo é tão excelente quanto as suas antecessoras, possuindo um riff matador e um refrão convidativo e de fácil assimilação, mantendo o altíssimo nível da trinca inicial.
Speed/Heavy Metal é a estrada do Raven
A fim de trazer o Speed de volta, “Battlescarred” introduz com um riff que pega na veia, que é seguido por um pequeno solo de baixo de John Gallagher. A voz de John lembra, vagamente, a maneira selvagem de DIO nessa canção em alguns trechos, porém na maior parte do tempo, ele segue com seus agudos histéricos e perfeitamente afinados.
A canção “Cybertron” mantém o disco em alta temperatura com seu ritmo insano, proporcionado pelos riffs e solo melódico de Mark, assim como pelos repiques precisos de Heller.
“Motorheadin” é uma canção que usa a velha temática Heavy Metal/Hard Rock de tributo aos automóveis e a velocidade, já que não há algo mais Metal do que a temática dos motores rangendo.
“Como um cometa queimando a trilha / Sem hesitação / Vindo direto para a reta final / Um recorde de ataque cardíaco de Metal”.
Continuando, temos mais um hino dedicado, primordialmente, ao pé afundado no acelerador. “Not So Easy” é levemente menos acelerada, porém conserva, em todos os quesitos, o Heavy Metal Classe A que vem sendo apresentado desde a faixa de abertura. O mesmo posso dizer de “Break”, música que a sucede, com o adendo que ela tem um refrão hipnótico, que beira o extremo, com solos de guitarra aniquiladores.
Mais cadência só no encerramento
O 14º disco do Raven, “Metal City”, surpreendentemente, encerra com sua canção mais cadenciada, “When Worlds Collide”. Ela não tem a mesma velocidade que foi a tônica desse trabalho, isso é verdade, porém, em compensação, a mesma transborda em peso em seus riffs. Eis aqui mais um daqueles fantásticos álbuns nos quais a audição passa sem que nos demos conta, tão deleitosa que a mesma é.
Confesso que, equivocadamente, eu só havia ouvido os trabalhos bem mais antigos do Raven e não havia me atentado para as suas atualidades. Eu não dava absolutamente nada pra esse disco e por essa razão, eu fiquei positivamente surpreso com o mesmo. Aprovado e indicado, portanto, aos fãs de Heavy Metal que seja recheado de muita velocidade e altíssimas vibrações. Em suma, Raven está no auge de sua forma como banda.
Parabéns!
Nota: 9,4
Integrantes:
- Mike Heller (bateria)
- Mark Gallagher (guitarra)
- John Gallagher (vocal e baixo)
Faixas:
- The Power
- Top Of The Moutain
- Human Race
- Metal City
- Battlescarred
- Cybertron
- Motorheadin’
- Not So Easy
- Break
- When Worlds Collide