“Shadow of a Fallen Star Pt.1” é o terceiro full lenght da banda de Power Metal inglesa, Seven Sisters, lançado no último dia 22 de outubro, pelo selo Dissonance Productions. Ele é sucessor do álbum, “The Cauldron and the Cross”, de 2016. O quarteto londrino foi fundado no ano de 2013, tendo disponibilizado seu debut homônimo, três anos depois.
Em um ano com tantos lançamentos estupendos de Power Metal, seria muito difícil que eu fosse surpreendido por outro disco desse subgênero.
Power Metal 2021
Helloween, Edu Falaschi, Powerwolf, Rebellion, Frozen Crown, Orden Ogan, Adventus e Silent Winter já haviam me deixado boquiaberto. Porém, “Shadow of a Fallen Star Pt.1” me surpreendeu, passando a fazer parte dessa lista supracitada. Vamos ao que interessa?
Um início que não demora a se tornar avassalador
Assim que a “agulha toca o vinil”, o tema instrumental “Andromeda Rising” inicia o registro da forma mais calma possível e um belo dedilhado e solo de guitarra dão as boas vindas ao ouvinte. Tenho uma ressalva a essa abertura, a única do disco, já que ela tem 2m42s de duração e ainda que soe bem, acaba ficando um tanto cansativa. Creio que 1m30s seria o suficiente, entretanto, isso não passa de um mero detalhe.
Por outro lado, “Beyond The Black Stars” é o ponto de partida da obra pra valer. Logo após sua introdução, o baterista Sammy Christou se destaca por seus complexos contratempos e seu ritmo alucinante, os quais botam fogo na audição logo em sua largada O refrão grudento evidencia o excelente vocalista, que também é um dos guitarristas, Kyle McNeill, que lembra o antigo vocalista do Kamelot, Khan, por seu timbre e por sua característica predominantemente melódica. A voz e interpretações são impecáveis do início ao fim. Kyle ainda compõe a dupla de guitarristas ao lado de Graeme Farmer, com riffs pesados na medida certa e solos que esbanjam feeling.
Cozinha competente
O baixista Gareth Martin auxilia Sammy a compor a cozinha e, além disso, tem seus momentos de maior inspiração, através de frases lindas.
“The Artifice”, a melhor do full lenght, e depois dela, uma sequência perfeita
O single “The Artifice” me deixa abobado com o seu refrão apaixonante, interpretado com perfeição por McNeill. Seus riffs atuando junto com a bateria nos intervalos entre as estrofes são mágicos. O solo eleva o meu humor e me livra dos pesos do cotidiano, sendo essa portanto, a minha cação favorita nesse disco. Um trecho a la Helloween quase no final é a cereja desse delicioso bolo. Que música linda.
Em seguida, “Whispers In The Dark” afunda o pé no acelerador em relação a sua antecessora. Ainda assim, os refrãos permanecem utilizando a mesma fórmula “superbonder”. Em suma, considerando que o instrumental inicial é somente uma introdução à faixa de abertura, a trinca inicial fecha com sucesso e me deixa querendo mais e muito ainda está por vir.
Power Metal de alta qualidade segue presente
Quando eu imagino que o anímico poderia ser reduzido, o single, que foi tema de lyric vídeo, “Horizon’s Eye”, demonstra que a chama continua viva e esquentando.
“Toda a minha inocência perdida, encontrando os segredos que cavalgam nesses tomos / Ao coração da biblioteca, perseguidos pela sombra que não é minha / O tempo é de cair no mar, que envia ondas que me puxam para baixo, para as profundezas inexploradas / O que será antes, neste lugar indizível, o templo de cristal espera no olho do horizonte/ As estrelas ganham vida no céu esmeralda, maravilhas brilhantes passam por mim, existe um futuro afinal? / O cristal chama do olho do horizonte.”
Baladas de Power Metal costumam ser viajantes a um nível psicodélico. Assim sendo, “Wounds Of Design” é exatamente isso, além de ter um atrativo a mais, ela lembra as baladas 70’s do Scorpions, digo as da era Uli Roth.
“Shadow Of A Falling Star”, videoclipe
“Shadow Of A Falling Star”, a qual também foi tema de videoclipe, é fantástica e é o single que intitula o álbum que deve ter sua parte II lançada em breve.
“Truth’s Burden”
“Truth’s Burden”, que finaliza o registro, é também sua canção de maior duração, 7m. Ela inicia mais cadenciada com riffs bem pesados, possuindo diversas variações rítmicas e tendo até uma veia Prog.
Partes intensas intercalam com outras mais lentas e com dedilhados. Essa faixa pode ser considerada como um resumo da sonoridade apresentada pelo Seven Sisters, pelo menos nesse trabalho.
Não fosse a duração exagerada no tema inicial, esse disco não teria pecados. Mesmo assim, apaixonante é o termo exato para a sua definição.
Aprovado e muito recomendado. É fã de Power Metal old school, na linha de Helloween e Kamelot (fase com o vocal de Khan)? Se sim, essa audição é obrigatória para você.
Nota: 9,2
Integrantes:
- Gareth Martin (baixo)
- Kyle McNeill (vocal , guitarra)
- Sammy Christou (bateria )
- Graeme Farmer (guitarra)
Faixas:
- 1.Andromeda Rising
- 2.Beyond The Black Stars
- 3.The Artifice
- 4.Whispers in the Dark
- 5.Horizon’s Eye
- 6.Wounds Of Design
- 7.Shadow Of A Falling Star
- 8.Truth’s Burden