PUBLICIDADE

Resenha: Dee Snider – “Leave A Scar” (2021)

Três anos após o ótimo “For The Love Of Metal”, o incansável Dee Snider edita mais um trabalho em sua brilhante carreira solo.

   

Antes de falar do novo disco, é preciso enfatizar que se alguém desconhece a existência de Dee Snider, então é certo que apenas dois motivos o rodeiam:

  1. Viveu por longos anos fora do planeta terra
  2. Seu gosto e conhecimento musical não deve estar ligado ao Heavy/Rock.
   

Mais que um excelente vocalista, Snider integrou por longos anos o Twisted Sister, uma das melhores bandas de Hard’N’Heavy da história.

À frente do “TS”, gravou oito discos oficiais, além de um vasto material que inclui inúmeros singles, álbuns, compilações, vídeos (VHS) e alguns splits.

Fora de seu “habitat natural”, o músico integrou grupos como Desperados, Windowmaker, Van Helsing ‘s Curse, além de participações em bandas como Brighton Rock, Peacock, Harlequin e Heathen.

O pontapé inicial de sua carreira solo aconteceu em agosto de 2000, quando editou “Never Let The Bastards Wear You Down”, álbum de estreia da banda batizada com o seu nome, e cá pra nós, um disco agradável, coeso e calcado no Heavy Metal.

Outros registros vieram nos anos seguintes: “Dee Does Broadway” (2012), “We Are The Ones” (2016) e o já citado, “For The Love Of Metal” (2018).

   

É importante dizer que em cada um dos discos citados, Snider fez exatamente o que fazia no Twisted Sister. Ou seja, música de excelente qualidade.

Crédito: Site namidia.com.br

Evidentemente que estes discos mostraram um cantor mais sério e mais contido, em nada lembrando aqueles momentos Drag Queen ou cosplay de Elke Maravilha, dos álbuns “Under The Blade”, “You Can’t Stop Rock ‘n Roll”, e “Stay Hungry”, ambos da sua época áurea de Twisted Sister.

Voltando ao novo álbum: Lançado oficialmente no dia 30 de julho deste ano, o disco apresenta 12 faixas inéditas, divididas em aproximadamente 47 minutos de duração mostrando uma sonoridade calcada no Hard ‘N Heavy, flertando também com o Modern Heavy Metal e flertes (pasmem) com o Thrash Metal.

Além de Dee Snider (vocais), é preciso enfatizar o trabalho excelente da banda que o acompanha, composta atualmente pelos guitarristas Charlie Bellmore (Kingdom Of Sorrow, Phantoms,etc), Nick Petrino (My Missing Half, Sonic Pulse, ect) o baixista Russel Pzutto (Holy Mother, Reverence, etc) e o baterista Nick Bellmore (My Missing Half, Phantoms, etc), músicos de qualidade inquestionável em suas respectivas funções.

Apresentação feita, é hora de conhecer o novo e surpreendente trabalho de Mr. Snider. Vem comigo!

   

“I Gotta Rock (Again)”: Faixa de abertura apresentando riffs pesados, harmonias rápidas, melodias estilo Heavy, vocais agressivos e refrão “familiar”, já que é quase impossível não lembrar da clássica “I Wanna Rock” (Twisted Sister), embora tenhamos aqui uma faixa com uma dose extra de peso, flertando em algum momentos com o Thrash Metal.

*Vale lembrar que “I Gotta Rock” foi contemplada com um excelente videoclipe e também foi o primeiro single lançado.

“All Or Nothing”: Guitarras com levadas Thrash Metal, lembrando alguns momentos da banda americana Anthrax, porém o refrão segue a linha Heavy, com participação dos vocais de apoio que dão um ar pesado e agressivo à composição.

Destaques para as linhas muito bem construídas do contrabaixo, conduzidas por Russel Pzutto.

.”Down But Never Out”: Rápida, direta, pesada e vocais trazendo mais uma vez linhas agressivas que flertam claramente com o Thrash, faz desta uma das melhores do disco.

   

Além dos trabalhos excelentes da cozinha baixo, bateria e guitarras, somos remetidos aos alemães do Squealer e a canção “Painful Lust”, do excelente “Under The Cross” (2002).

Aqui, mais uma com direito a videoclipe.

  • “Before I Go”: Faixa que traz uma pegada voltada ao chamado Modern Metal, porém essas similaridades são breves e não comprometem o trabalho final já que os vocais e principalmente as vozes de apoio soam pesados e agressivos.
  • “Open Season”: Mais um momento onde riffs “modernos” dão as caras, porém uma gama de riffs pesados levam a música ao encontro perfeito entre o Modern Hard Rock e o Heavy Metal. Desta união nasce mais uma música que transita muito bem entre os dois estilos.
  • “Silent Battles”: Em mais uma aula de riffs e com sua pegada Hard’n’Heavy, mergulhamos no refrão grudento de um canção espetacular e mais um ponto alto do disco.
  • Destaque para a dupla Bellmore & Petrino, dois monstros em suas guitarras.
  •    
  • “Crying For Your Love”: Aqui temos aquele momento “pegadinha”, já que em suas melodias iniciais temos a nítida impressão de que iremos mergulhar naquelas harmonias açucaradas e letras retratando mais uma daquelas histórias de corações partidos. Ledo engano! Definitivamente não é isso que ouvimos nos quase quatro minutos de duração. Ao contrário, somos envolvidos por riffs nervosos, vocais agressivos, andamentos cadenciando e dobradinhas de guitarras lembrando nomes como Alex Skolnick (Testament), Jeff Waters (Annihilator) e Jeff Walker (Carcass).
  • “In For The Kill”: Talvez a música mais “direta” do álbum e também a menos impactante(Opinião pessoal). Apesar de seus riffs, e refrão daqueles que grudam de imediato, confesso que não houve uma sintonia e/ou simpatia com a mesma. Ruim? Não! Definitivamente não. Porém, uma faixa que ao me ver, não trouxe nada de extraordinário.
  • “Time To Choose”: Excelente essa nova música do OVERKILL! Não, pera! Isso aqui é Dee Snider, pô. As linhas rápidas e pesadas do contrabaixo de Pzutto, dão o pontapé inicial para uma das músicas mais agressivas do disco que destoa completamente de tudo que fora mostrado até então.

Numa fusão perfeita de Heavy, Thrash e Death Metal, somos nocauteados pelos “urros” de apoio de George Corpsegrinder (Cannibal Corpse), que aliado aos vocais de Snider, nos entregam uma das melhores faixas do registro.

   

Evidentemente que o resultado não poderia ser outro. No mínimo, excelente.

*Temos aqui mais uma faixa contemplada com um videoclipe. No caso, com um Lyric Video.

  • “S.H.E”: Talvez o momento mais Hard Rock. Faixa espetacular onde as linhas de guitarras soam mais melódicas e mais mais uma vez estamos diante aqueles refrãos onde ao final a tecla “repeat” deverá ser usada (sem moderação).
    Ah! E temos aqui uma música com uns lances “modernos”, porém isso não compromete no resultado final.
  • “The Reckoning”: Nos segundos iniciais temos a impressão de que teremos uma música voltada a Modern Heavy Metal, já que as guitarras em baixa afinação dão esta impressão. Pois é! Aí é que o indivíduo se engana completamente, pois o que acontece em seguida é no mínimo insano. Peso, velocidade, vocais agressivos, backing vocals fazendo muito bem seu papel, e uma bateria que simplesmente atropela quem estiver à sua frente. Algo mais precisa ser dito? Ah! E ainda temos um show particular das guitarras.
  • “Stand”: Para que “Leaves a Scar” fosse perfeito faltava uma balada pesada, porém melódica ao mesmo tempo. Pois é, agora não falta mais! Traçando um parâmetro entre o Hard e o Heavy Metal, direi que estamos diante uma Power Ballad, daquelas que te conquistam aos três segundos da audição. Temos aqui uma canção onde as guitarras bases flertam com o que faz Rudolf Schenker (Scorpions), enquanto as linhas de vozes lembram (e muito) “Painted Skies”, na versão de Midnight (ex-Crimson Glory) e Jon Oliva (Savatage), fechando honrosamente com uma das melhores faixas do disco. Direi que suas harmonias transitam entre as sonoridades de grupos como Nevermore e Black Label Society.
  •    
Crédito: Site namidia.com.br

Após ouvir a última nota da última faixa de “Leave a Scar”, me fiz a seguinte pergunta: O que diabos Dee Snider pensou quando estava com este material em mãos? Compor um disco onde a sonoridade passeia por vários subgêneros, pode ser uma missão arriscada, já que esta amálgama de estilos pode influenciar negativamente no resultado final, fazendo com que o disco soe complexo e sem identidade.

Felizmente isso não aconteceu, e a qualidade musical aliada a produção primorosa deste trabalho contempla o ouvinte com um dos melhores discos de Heavy Metal lançados neste ano. Indiscutivelmente, mais um grande momento na carreira de Dee Snider, que ofereceu aos fãs mais um registro pomposo e de altíssimo nível.

Nota: 9,0

Integrantes:

  • Dee Snider (vocal)
  •    
  • Charlie Bellmore (guitarra)
  • Nick Petrino (guitarra)
  • Russel Pzutto (baixo)
  • Nick Bellmore (bateria)
   

Faixas:

  1. I Gotta Rock (Again)
  2. All or Nothing More
  3. Down but Never Out
  4. Before I Go
  5. Open Season
  6.    
  7. Silent Battles
  8. Crying for Your Life
  9. In for the Kill
  10. Time to Choose
  11. S.H.E.
  12.    
  13. The Reckoning
  14. Stand

Redigido por: Geovani “MegaGigio” Vieira

   

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Veja também

PUBLICIDADE

Redes Sociais

36,158FãsCurtir
8,676SeguidoresSeguir
197SeguidoresSeguir
261SeguidoresSeguir
1,950InscritosInscrever

Últimas Publicações

- PUBLICIDADE -