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Resenha (Indicação Hard): Ronnie Atkins – “One Shot” (2021)

Esta é uma indicação dos Programas Rock On e Hard Attack

   

Nos últimos anos o Hard Rock e o Melodic Hard Rock, têm causado surpresas com a quantidade de novos grupos e a qualidade dos trabalhos lançados. Numa cena onde constantemente deparamos com bandas de qualidade inquestionáveis, o estilo mantém-se em alta, para a felicidade geral dos apreciadores, caso desse que vos escreve. Em alguns casos é possível perceber que as bandas adicionaram um ingrediente a mais em sua sonoridade para que o estilo se moldasse gradualmente, sem perder a essência e sem fugir daquilo que ouvimos nos primórdios.

Nos últimos anos, lendas do Hard Rock como : Ron Keel (Keel), Mike Tramp (White Lion), Jesse Damon (ex, Silent Rage), Kee Marcello (ex, Europe), Tommy Heart (Fair Warning), Michael Sweet (Stryper), George Lynch (Dokken), Richie Kotzen (ex, Poison, ex, Mr Big), Sammy Hagar (ex, Van Halen), Robin McAuley (ex, MSG), Tony Mills (ex, Shy, ex, TNT) e Lee Kerslake (ex, Uriah Heep), lançaram discos espetaculares, mostrando que a “Velha Guarda” do estilo ainda consegue produzir excelentes conteúdos e ao lado do novos representantes, elevaram (e elevam) o estilo que segue firme e forte. Já que falamos de “Lendas”, falemos do gigante e incansável Ronnie Atkins, que acaba de lançar “One Shot”, primeiro álbum solo e talvez o último trabalho de sua brilhante carreira.

Antes de falar um pouco sobre esta maravilha, é preciso dizer que Ronnie é o vocalista do Pretty Maids, banda dinamarquesa que acaba de completar 40 anos de existência e durante estes longos anos, nos presenteou com discos geniais e com a voz única e majestosa de Ronnie Atkins. Sobre “One Shot”: Lançado oficialmente no dia 12 de março, o disco contém 11 faixas inéditas que transitam entre o Hard e o Melodic Hard, figurando na lista de melhores álbuns de Hard/Melodic Hard Rock de 2021.

Trazendo músicos de renome como Kee Marcello (ex, Europe), Oliver Hartmann (ex, At Vance, Avantasia, Hartmann), Pontus Egberg (King Diamond), Pontus Norgren (Hammerfall), Chris Laney (também responsável pela produção) e outros, o disco é uma excelente pedida aos fãs dos estilos supracitados e claro, aos fãs de Ronnie que por todos esses anos de carreira e principalmente pelo que vive em seu momento atual, é digno de todos os aplausos do mundo.

   

Sem delongas, é hora de falar um pouco dessa pérola e viajar pelo mundo de “Farofolândia”. Vem comigo!

O álbum abre em alto estilo com “Real”, faixa dona de um refrão grudento, fácil de decorar e linhas de teclados geniais. Além da voz rouca de Ronnie, temos aqui uma música com um solo de guitarra absurdamente lindo. Definitivamente o disco não poderia abrir com outra música senão essa.. Não por acaso, temos aqui o primeiro single lançado com direito a videoclipe.

Trazendo algumas variações rítmicas, “Scorpio” soa mais pesada e mais encorpada. Aqui, as linhas de contra baixo e guitarras soam mais pesadas e os backing vocals fazem um belo trabalho, numa música que nos remete aos momentos grandiosos de Ronnie, em sua banda principal.

Após os dois cartões de visitas que dispensam maiores comentários, é hora de tirar o pé do acelerador e mergulhar no mundo da Power Ballad. A dona da vez é “One Shot”, segundo single apresentado, também agraciada com um videoclipe. Contendo uma bela introdução de piano, aliada a voz de Ronnie, é previsível que teremos uma daquelas músicas onde há um encontro do peso com a melodia e vocais que se alternam entre suave e o agressivo.

O resultado final como esperado, é uma bela canção, repleta de nuances e backing vocals, casando perfeitamente com a voz impressionante de Ronnie.

   

De volta ao Hard e em alto estilo chegamos a “Subjugated”, onde suas melodias se assemelham aos trabalhos do Nordic Union, projeto de Ronnie ao lado de Erik Martensson do Eclipse., embora tenhamos aqui algo dos noruegueses do Wig Wam em sua sonoridade e também do projeto Ammunition.

Trazendo uma veia mais comercial e mais “moderna”, “Frequency Of Love” é a mais um grande momento do disco em uma música que deveria facilmente rolar em qualquer programação “Rock” de qualquer rádio.

Se tem uma música que representa muito bem o Hard’N Heavy, feito com maestria por Ronnie no Pretty Maids, sem dúvidas é “Before The Rise An Empire”. Numa levada que ora pende pro Hard, ora pro Heavy, temos aqui uma daquelas faixas que já nasceu grandiosa. Riffs geniais, backing vocals espetaculares, linhas de teclados perfeitas e vocais que dispensam comentários. Esta é aquela que ao final, somos obrigados a pedir a ajuda da tecla “Repeat”. Uma das melhores, senão a melhor faixa do álbum.

Sabe aquela balada perfeita, trazendo linhas de guitarras que encantam e ainda traz um refrão pegajoso daqueles que te fazem cantar junto? Sem dúvidas essa música é “Miles Away”. Simplesmente linda e qualquer comentário mais profundo soará dispensável.

Mantendo o nível e o intelecto musical, “Picture Yourself” é a próxima tacada de Mr. Atkins. Apesar de conhecer a fundo os trabalhos do músico, ainda me impressiono ao ouvir canções como esta. Dona de uma melodia contagiante e letra que reflete muitíssimo bem as insanidades da sociedade moderna, somos lançados a uma letra onde verdades inconvenientes são ditas, retratando o descontrole que há em cada um de nós, a realidade de um mundo caótico e de pessoas indecisas, alheias a sua dor e a dor do próximo. Mais que uma canção, “Picture Yourself” é aquela música que pode se transformar em um hino reflexivo e acima de tudo, uma mensagem para cada um de nós, que na prática, somos incapazes de mostrar de fato o que é “ser humano”. Indo mais além, somos incapazes de lidar com nosso próximo e de cuidar do planeta em que vivemos. Nomeada como o terceiro single do disco, a canção foi mais uma escolhida para ganhar um excelente e emocionante videoclipe.

   

Em mais um grande momento e mais uma música de alto nível, chegamos a “I Prophesize”. Dona de bela melodia, temos aqui o encontro entre o Nordic Union e o Pretty Maids, onde somos convidados a mergulhar em mais uma grande faixa e seu refrão fabuloso. Destaque para os trabalhos excepcionais de guitarras.

Chutando a porta com seus riffs iniciais, “One By One” chega chegando e nos encanta com seu refrão e principalmente com seus backing vocals, onde a impressão é que eles foram feitos por aquelas vozes negras, geralmente integrantes de corais de igrejas, nos moldes de “Who’s On the Lord’s Side” do Petra. Que música espetacular e que performance espetacular de Ronnie. Traduzindo: Mais um grande e impressionante momento presente em “One Shot”.

Chegamos às últimas estrofes e elas nos remetem a “When Dreams Are Not Enough” (Quando os sonhos não são suficientes), faixa que nos deixa intrigados e curiosos. Seria seu título uma frase dita por alguém que diariamente sonha com um novo dia ou a descoberta de uma cura para o mal que lhe aflige? Seria esta um pedido de socorro, ou a canção da despedida de alguém que está mergulhado em uma triste realidade onde apenas o que chamamos de “Milagre”, seria a grande solução para lhe proporcionar o que tanto prezamos. A vida? A verdade é que as melodias de “When Dreams Are Not Enough”, mexem com nossos sentimentos, fazem nossos olhos lacrimejar e ao mesmo tempo em que mergulhamos em suas belas harmonias, cantamos seu refrão em alto e bom som (dessa vez, afinados), na esperança de que o amanhã nos traga uma raio de luz e de esperança e que alguns pesadelos tenham fim.

Em um trecho da letra, Ronnie branda as seguintes palavras:

“Você sabe que a sensação de que tudo o que você realmente deseja pertence a outra pessoa.
Tudo que você imagina, tudo que você finge desaparecer dentro de si.
Agarrando-se a qualquer coisa, você faria qualquer coisa, porque seus objetivos são tudo o que importa.
Quando todas as cores desaparecem do seu mundo, quando você tem esperanças e sonhos estão destruídos, pense que você está lá.
Só para descobrir que você não está nem perto, sua vida não vai a lugar nenhum, apenas perdida em algum ponto da linha.
Quando os sonhos não são suficientes
Quando os sonhos não são suficientes
Quando está um passo para frente e dois para trás
Quando você se perdeu e saiu do caminho
Quando os sonhos não são suficientes.”

É verdade que Ronnie Atkins demorou demais para lançar um disco solo mas ele aconteceu e no final, é isso o que realmente importa.

   

“One Shot”, é dono de uma sonoridade absurda e traz um time de músicos incríveis que ao lado de Ronnie, deram vida a um dos melhores discos de Hard Rock/Melodic Hard Rock de 2021.

Não acredita? Então se permita ouvi-lo e tire suas próprias conclusões.

PS: Os mencionados Tony Mills e Lee Kerslake, infelizmente não estão mais entre nós. No caso de Mills, ele ainda conseguiu ver sua obra nascer e certamente leu críticas positivas sobre “Beyond The Law” que é um excelente trabalho. No caso de Kerslake, infelizmente isso não aconteceu. O que é uma pena, pois o disco também é maravilhoso e ele merecia ter levado consigo a alegria de ter visto seu filho nascer.

Algumas observações acerca do álbum e de Atkins:

*Segundo Ronnie: Nunca houve de sua parte a intenção de lançar um disco solo. A ideia nasceu quando o mundo começou a enfrentar a pandemia do Covid-19 e a turnê com sua banda principal, Pretty Maids, havia chegado ao fim.

   

*Ainda segundo Ronnie: Ao descobrir que o câncer (descoberto em 2019) havia chegado a um estágio de alto risco, a decisão para a gravação de um disco solo se intensificou dentro dele. Nascia então a ideia concebida para “One Shot”.

*Em 2020, Ronnie integrou o AT THE MOVIES, projeto ao lado de músicos das bandas: Pretty Maids, King Diamond, Hammerfall, Treat, The Poodles, Therion, Soilwork, The Night Flight Orchestra, Royal Hunt, Narnia e outros. Trata-se de um projeto onde a intenção é tocar trilhas sonoras de filmes famosos, já que os shows com suas bandas principais estão fora de cogitação (por enquanto).

* Para as gravações, Ronnie contou com um time de músicos excepcionais que ajudaram na concepção e criação de tudo que ouvimos no disco. São eles: Chris Laney (guitarras, teclados, backing vocals), Alan Sørensen (bateria), Morten Sandager (teclados), Pontus Egberg (baixo), Anders Ringman (guitarras), Pontus Norgren (guitarras), Kee Marcello (guitarras), Oliver Hartmann (guitarras, backing vocals), John Berg (guitarras), Linnea Vikström Egg (backing vocals) e Bjørn Strid (backing vocals).

*One Shot, talvez seja o primeiro e último trabalho da carreira de Ronnie Atkins (esperamos que não), visto que sua vida depende de um milagre para que continue entre nós. Caso aconteça algo terrível em breve, então tenhamos a certeza que Ronnie foi um bravo guerreiro e uma das melhores vozes deste planeta. Talvez ele se ausente mas jamais será esquecido. *Além do magnífico Pretty Maids, Ronnie integra o projeto Nordic Union ao lado de Erik Martensson do Eclipse. A banda lançou dois trabalhos geniais em 2016 e 2018, respectivamente.. O músico também integra o time de estrelas do projeto Avantasia, capitaneado por Tobias Sammet.

“Eu percebi que havia duas maneiras de abordar a situação. Eu poderia sentar, aceitar os fatos e sentir pena de mim mesmo ou eu poderia me levantar, definir algumas metas, perseguir meus sonhos e continuar vivendo! E com o apoio fantástico da minha família e amigos verdadeiros, eu escolhi esse último! “.

   

Ronnie Atkins

Nota: 9,5

Faixas:

  • 1. Real
  • 2. Scorpio
  • 3. One Shot
  •    
  • 4. Subjugated
  • 5. Frequency Of Love
  • 6. Before The Rise Of An Empire
  • 7. Miles Away
  • 8. Picture Yourself
  •    
  • 9. I Prophesize
  • 10. One By One
  • 11. When Dreams Are Not Enough

Redigido por Geovani Vieira

   
   

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