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Resenha: Flotsam And Jetsam – “Blood In The Water” (2021)

“Blood In The Water” é o décimo quinto álbum da banda norte-americana de Thrash Metal, Flotsam And Jetsam, lançado no último dia 4 de junho, pelo selo AFM Records, sendo o sucessor de “The End Of Chaos” de 2019.

   

A sonoridade do Flotsam And Jetsam é algo que eu, particularmente, defino como Thrash Metal de terno e gravata, ou seja, é um Thrash executado com extrema elegância e longe de flertar com o Metal extremo.

Atualmente, inclusive, cabem muito bem os termos Power/Thrash e Heavy/Thrash para a definição da música produzida pelo quinteto. Porém, no contexto geral é, simplesmente, Thrash.

“Blood In The Water”

O disco abre com a faixa-título, a qual foi single, “Blood In The Water”. A velocidade das batidas de Ken Mary, somadas ao peso dos riffs da dupla formada por Michael Gilbert e Steve Conley são amenizadas pelos vocais melodiosos de Eric A.K e os solos de guitarra, igualmente, transbordando feeling e melodia.

“Afogando-se na escuridão abaixo / Um escravo da matança / Afundando no blecaute você vai / Ter sangue na agua.”

“Burn In The Sky”

Em seguida, “Burn In The Sky”, outro single, com uma pegada mais rápida e pesada que sua antecessora, fazendo crescer a fúria e a adrenalina no ouvinte, que fica ainda mais desperto e interessado por consumir a obra, segundo a segundo. Porém, a dupla das seis cordas, formada por Gilbert e Conley, se destaca muito mais nessa canção em seus solos.

   

“Brace For Impact”

A trinca de singles fecha com “Brace For Impact”, música que potencializa, ao mesmo tempo, todos os adjetivos que cabem aos dois primeiros temas, sendo este o meu favorito do álbum. Devo salientar o quão boa é a audição de um disco de Thrash quando ela já começa com uma sequência de pancadas no tímpano como foi nesse caso.

“Segure-se, sente-se / Abaixe a cabeça, contraia e afaste os pés / Pegue a grade, feche seus olhos / Cerre os dentes e torça para que não seja hora de morrer / Preparando-se para o impacto, preparando-se para a dor / Preparando-se para o impacto, me deixando louco.”

Após essa sequência de pancadaria sonora é hora de descanso? Negativo, pois, “A Place To Die” continua distribuindo golpes aleatórios e todos acabam por massacrar a alma. Além disso, essa canção tem um refrão bem pegajoso.

“Eu só preciso de um lugar onde eu possa morrer / Um lugar onde eu possa ser quem vejo em minha mente / Procurando um lugar onde eu possa morar / Vivendo com meus demônios e o terror que eles podem causar.”

“The Walls”

Com um dos riffs mais pesados e agradáveis do disco, “The Walls” segue em altíssimo nível, com solos que equilibram técnica e bastante melodia, assim como refrãos de fácil assimilação.

“Eu posso ver que as paredes estão caindo sobre mim / Posso ver que as paredes estão em queda / Elas caem no mar / Eu posso ver que meus sonhos estão despedaçados / Deitado aqui no chão / Posso ver que as paredes estão caindo / Eu posso ver que as paredes estão caindo.”

“Cry For The Dead”

Afinal, a velocidade dá lugar a uma canção com momentos mais cadenciados. “Cry For The Dead” alivia de certa forma o peso que vinha sendo a pegada predominante desde o início do full lenght, porém isso não quer dizer que ela não seja tão boa quanto as demais, ao contrário, trata-se de um instante diferenciado, relaxante e agradável.

FLOTSAM AND JETSAM / Divulgação / Facebook

O peso regressa com toda a sua força em “The Wicked Hour”, a propósito afirmo que essa é a canção com os riffs mais pesados do registro, assim como os vocais de Eric adicionam mais agressividade em sua costumeira melodia.

   

O baixo de Bill Bodly exerce um fundamental papel na construção dessa base sonora intensa. Nela tampouco há carência de velocidade, pois Ken afunda seus dois pés no acelerador, dando um show a parte com sua caixa e seus pedais duplos.

“Too Many Lives”

“Too Many Lives” segue essa mesma dinâmica. Nitidamente, o disco ficou ainda mais brutal e prazeroso em sua segunda metade. Geralmente, as bandas deixam o melhor para o início, porém o Flotsam And Jetsam não seguiu essa regra em “Blood In The Water”.

Também pertence a “Too Many Lives” o solo de guitarra mais lindo dessa bolacha, além de ser um dos melhores que escutei esse ano. “Grey Dragon” retoma a receita das primeiras faixas com um refrão a la Heavy tradicional.

O grande dragão cinza continua a aquecer a aura dos ouvintes sedentos por Metal que venha direto das esferas mais elevadas do Olimpo e do Cosmos.

FLOTSAM AND JETSAM / Reprodução / Facebook

A derradeira trinca abre com “Reaggression”, que não soa parecida com nenhuma outra música do disco, sem abrir mão dos elementos que compõe a sonoridade da banda e do incrível talento e competência dos músicos que a integram. “Undone”, igualmente, se difere das demais, parecendo uma mescla entre Megadeth dos tempos áureos e Sympho/Power/Thrash. O riff é mais complexo, mas igualmente convincente.

   

A canção “Seven Seconds ‘til The End Of The World” encerra o décimo quinto full lenght do Flotsam & Jetsam, preservando a minha satisfação em escuta-lo de ponta a ponta. Afirmo sem medo de estar equivocado, que “Blood In The Water” superou e bastante seu antecessor, “The End Of Chaos”. Eis mais uma banda veterana que está fazendo um honrado papel em seus registros atuais.

Aprovado e indicado àqueles que curtem Thrash Metal, Power Thrash, Heavy Thrash, tudo isso, junto e separado, sem regrinhas ou troozices, simplesmente, sendo capazes de apertar o play e se renderem ao deleite absoluto.

“I just need a place where I can die
(A place to die)
A place where I can be who I see in my mind
Searching for a place where I can live
(Searching for a place)
Live with my demons and the terror they can give”

Nota: 9,1

Integrantes:

  • Eric A. K. (vocal)
  • Michael Gilbert (guitarra)
  •    
  • Steve Conley (guitarra)
  • Ken Mary (bateria)
  • Bill Bodily (baixo)

Faixas:

  • 1.Blood In The Water
  •    
  • 2.Burn The Sky
  • 3.Brace For Impact
  • 4.A Place To Die
  • 5.The Walls
  • 6.Cry For The Dead
  •    
  • 7.The Wicked Hour
  • 8.Too Many Lives
  • 9.Grey Dragon
  • 10.Reaggression
  • 11.Undone
  •    
  • 12.Seven Seconds ‘til The End Of The World

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

   

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