Gravadora: Krucyator Productions
Formada em 1992, sob o nome de Plague Bearer, alterado em 1994 para como são conhecidos até hoje, o Drawn and Quartered lança seu 8° álbum, “Congregation Pestilence”, pela gravadora Krucyator Productions. Esses titãs do Death Metal têm uma longa carreira, e sabendo que começaram nos melhores anos da música extrema, fica claro que eles trazem consigo aquela aura saída diretamente da cripta da cena Death Metal dos anos 90.
A produção tem um tom cru, que nos leva diretamente a era “Scott Burns” de produção do gênero. Ela consegue destacar cada um dos instrumentos, com riffs, solos, blast beats e o vocal gutural destruidor, e ainda soube juntar todos num pacote que cria o som ideal para bater a cabeça. Ele não traz elementos bem polidos, mas suas “arestas” fazem com que ele chegue aos ouvidos trazendo a sujeira que costumamos ouvir em clássicos do estilo.
O disco abre com “Death’s Disciple” que já joga todo o peso da banda na cara do ouvinte. O baterista Simon Dorfman é o destaque desta e de praticamente todas as outras faixas. Ele é incansável nos blast beats e não deixa o ritmo cair em nenhum momento. A canção tem um momento mais cadenciado com os vocais cavernosos de Herb Burke, que também é baixista, aparecendo e botando medo.
“Age of Ignorance” já começa com um solo frenético de guitarra, que surge várias vezes ao longo da faixa, sem dúvida um ótimo trabalho do guitarrista Kelly Kuciemba. Já “Oblivion Pilgrimage” entra na contramão, sendo mais cadenciada com alguns momentos mais rápidos, e podemos notar ótimas referências a álbuns como “Dawn of Possession” e “Here in After” do Immolation.
“Proliferation of Disease” é a melhor do álbum. Ela é pesada, rápida e sem enrolação. Novamente o trio trabalha incrivelmente bem, com o baixo e a bateria fazendo uma cozinha excelente para a guitarra despejar riffs e mais riffs, além de um solo que desperta a vontade imediata de fazer “air guitar”.
“Dispensation (Rise Of The Antichrist)” é outra pedrada, que alterna entre partes velozes e cadenciadas, cheia de peso com destaque para os vocais mais cavernosos ainda. “Six Devils (Trepanation)” também é cadenciada, mesmo que os bumbos da bateria não parem em momento algum, ela tem a levada mais lenta e um solo tão destruidor quanto “Proliferation…”.
Fechando o disco, a canção que intitula o registro continua na pegada cadenciada e podemos observar mais uma vez a influência do vocalista Ross Dolan (Immolation) no modo de cantar de Burke. É um vocal que não se caracteriza pela rapidez, mas sim pelo peso e o modo lento das frases, parecendo que cada palavra irá fazer tremer o prédio todo.
A capa é um daqueles exemplos que costumamos passar horas olhando, absorvendo cada detalhe presente e reconhecendo os nomes das faixas que ajudam a compor o desenho. A proliferação de uma doença, o nascimento de um Anticristo, a era da ignorância vivida por todos. Uma arte perfeita para toda essa destruição e degradação.
No geral é um ótimo álbum, seja você novo ou antigo no Metal extremo. Em suas partes mais lentas é apresentado um Death-Doom fazendo com que os principiantes que nunca tiveram contato com o Metal da Morte possam se interessar por esse mundo. A banda já está há um tempo na estrada e merece um destaque entre os nomes mais reconhecidos, e o full lenght é altamente recomendado.
Nota: 8,5
Integrantes:
- Kelly Shane Kuciemba – Six Knives of Plague and Darkness (guitarra)
- Herb Burke – Four Mass Graves, Contagion Delivery (vocal/baixo)
- Simon Dorfman – Hammers of Pestilent Bloodshed (bateria)
Faixas:
- 01.Death’s Disciple
- 02.Age Of Ignorance
- 03.Oblivion Pilgrimage
- 04.Proliferation Of Disease
- 05.Dispensation (Rise Of The Antichrist)
- 06.Six Devils (Trepanation)
- 07.Carnage Atrocity
- 08.Rotting Abomination (The Cleansing)
- 09.Congregation Pestilence
Redigido por Lucas David
