“Summoning” é o segundo full lenght da banda de Thrash Metal australiana, Desecrator, que foi lançado no último dia 27 de agosto, em formato independente, sendo ainda, o sucessor do debut, “To the Gallows”, de 2017.
O quarteto nascido em Melbourne, no ano de 2008, começou a sua carreira lançados dois EPs em seguida, “Desecrator” em 2010 e “Down To Hell” em 2013. A sonoridade Thrash Metal do quarteto remete a escola americana do subgênero com uma pitada de Power/Thrash que faz toda a diferença no resultado final das composições.
O vocalista Riley Stron, que também participa da dupla de guitarristas com Andrew Hudson, sustenta uma linha que equilibra, ao mesmo tempo, agressividade, técnica e melodia, arriscando vibratos e algumas partes mais agudas.
Desecrator
O já citado par responsável pelas seis cordas executa riffs simples, porém bastante variados, pesados e que pegam na veia. O mesmo pode ser dito em relação aos seus solos, acrescentando melodia e feeling aos mesmos. Além disso, o baterista Jared Roberts e o baixista Gerad Biesboer carregam feito Atlas, com segurança, toda essa atmosfera intensa e repleta de soco nos tímpanos. Tem como dar errado? Absolutamente, não!
Início:
Logo após a pequena introdução “Raise The Dead”, a faixa título, “Summoning”, introduz o álbum em altíssimo estilo, esbanjando peso, velocidade, feeling e melodia. O refrão é pegajoso e sedutor, colocando o ouvinte no universo paralelo de sua música. Um momento de desaceleração deixa tudo ainda mais especial. Destaco os vocais de Stron.
Em seguida, “Hate Of The First Sight” inicia mais rápida e agressiva que sua antecessora, aumentando o nível da adrenalina. Um novo break down chega para tornar a canção irresistível. Por outro lado, a cozinha de Gerard e Jared se sobressai. um dedilhado introduz uma das mais favoritas, “Belly Of The Beast”, que eleva os adjetivos já observados nas faixas anteriores.
“Você pode me ouvir a gritar de dentro da barriga da besta? / Você pode me ouvir a gritar de dentro da barriga da besta?”.
O trabalho instrumental de “Beg, Steal And Borrow” me deixa boquiaberto, já que não haveria como essa música ser melhor, ela me encanta em todos os quesitos, riffs, bateria, solos e vocais. Tudo vai de encontro com o que mais me agrada no Thrash Metal. “Wipe The Slate” traz um ar inicial de suspense, do mesmo tipo que sinto em “Rainning Blood”, porém quando a canção esquenta de fato, tudo se transforma em um jeito Desecrator de ser.
Mais pancadaria australiana
“Maniac”, a qual possui uma pitada Crossover, é a mais acelerada do trabalho, se diferenciando das demais, porém ela não deixa de conter as características típicas da sonoridade da banda.
“A Light In The Dark”, embora seja homônima da música do Metal Church, não tem relação alguma com a mesma. Ela começa lenta, somente com guitarra dedilhada e voz, carregando consigo um clima sombrio. Além disso, quando baixo e bateria entram em ação, ela continua mais cadenciada, sendo quase que uma “Balada Heavy Tradicional”, acelerando bem pouco com o passar do tempo de duração da música, sendo a mais diferente dentre as dez faixas. Porém, ainda assim, ela é muito boa dentro do contexto geral do registro.
As guitarras dão show de riffs, arranjos e solos em “Smoke ‘Em If You Got ‘Em”. O som do Desecrator, apesar de suas influências já supracitadas, não se parece explicitamente com outra banda em momento algum do disco, característica essa que quando atingida, sempre, deve ser aplaudida.
Grande finale
“The Devil You Know” encerra esse brilhante trabalho mantendo todos os ingredientes da saborosa receita que o inspirou. O Thrash Metal que iniciou 2021 aquém dos anos anteriores, mas os bons lançamentos vieram e ainda há muita coisa boa por vir.
Se você é fã de Thrash ou Power /Thrash Metal da velha escola americana, com características mais melódicas, esse full lenght é, portanto, aprovado e indicado para você.
Quem esperar peso, facilmente, vai encontrar, mas se esperar uma pegada mais extrema, definitivamente, se decepcionará, pois não é esse o tipo de Thrash do Desecrator. Vale a pena cada segundo de audição.
“Você pode me ouvir a gritar de dentro da barriga da besta?”
“Você pode me ouvir a gritar de dentro da barriga da besta?”
Nota: 9,0
Integrantes:
- Riley Strong (vocal e guitarra)
- Andrew Hudson (guitarra)
- Jared Roberts (bateria)
- Gerad Biesboer (baixo)
Faixas:
- 1.Raise The Dead
- 2. Summoning
- 3.Hate Of The First Sight
- 4.Belly Of The Beast
- 5.Beg, Steal And Borrow
- 6.Wipe The Slate
- 7.Maniac
- 8.A Light In The Dark
- 9. Smoke ‘Em If You Got ‘Em
- 10.The Devil You Know
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz