Resenha: Charlotte Wessels – “The Obsession” (2024)

Charlotte Wessels e “The Obsession”, um mergulho na alma!

Após sua saída do Delain, a cantora e compositora holandesa Charlotte Wessels traçou um caminho que é nada menos que inspirador. Se em Tales From Six Feet Under (Vol. 1 e 2) ela demonstrou sua versatilidade artística e criatividade sem limites, “The Obsession” marca um novo capítulo em sua carreira — mais maduro, mais ousado, e agora com o suporte da Napalm Records. Este é o álbum que confirma não apenas sua força como compositora, mas sua capacidade de transformar dor e superação em arte.

Produzido a partir de seu estúdio caseiro, Six Feet Under, mas elevado por um elenco de músicos talentosos, incluindo o ex-colega de banda Timo Somers nas guitarras, “The Obsession” encontra equilíbrio entre o peso do Metal Sinfônico e a sensibilidade de uma artista que está em constante evolução. É um trabalho que exala intensidade emocional, reflexões profundas e uma paleta sonora rica que vai do Gótico ao Progressivo, com pitadas Pop em suas melodias.

Uma produção lapidada para emocionar

O álbum abre com a envolvente “Chasing Sunsets”, uma faixa que mescla riffs pesados e orquestrações sofisticadas, evocando o melhor do Metal Sinfônico contemporâneo. Já “Dopamine”, uma colaboração de tirar o fôlego com Simone Simons (Epica), é uma joia emocional. A canção não só destaca a química vocal entre as duas artistas como também reflete sobre as nuances da busca incessante por prazer e equilíbrio emocional. A parceria é marcante e digna de ser lembrada como um dos grandes momentos do gênero em anos recentes.

A reimaginação de “Soft Revolution”

Entre os destaques está a nova versão de “Soft Revolution”. Onde anteriormente tínhamos delicadeza e introspecção, agora há um vigor quase cinematográfico. Os arranjos, aliados à performance vocal sublime de Wessels, transformam a faixa em uma experiência catártica, culminando em um solo de guitarra poderoso que só intensifica sua grandiosidade. É o tipo de releitura que não só honra a versão original, mas a supera em todos os sentidos. Composição belíssima.

Histórias tecidas com maestria

Cada faixa de “The Obsession” parece ter sido desenhada para contar uma história própria. “The Crying Room” combina melancolia gótica com explosões de intensidade que lembram o auge de Delain, enquanto “Praise” surpreende com suas harmonias Gospel e uma energia quase contagiante. Por outro lado, “The Exorcism” mergulha no peso e na teatralidade, com arranjos intrincados e uma performance vocal que é, ao mesmo tempo, feroz e vulnerável.

Ainda destacando as participações especiais, há também “Ode to the West Wind”, com Alissa White-Gluz em outro grande momento.

Crescimento pessoal e artístico

Charlotte Wessels floresceu artisticamente após sua saída de Delain, e “The Obsession” é a prova definitiva de sua capacidade de se reinventar. A colaboração com Timo Somers é uma adição vital, trazendo guitarras que oscilam entre agressividade e melodia, enquanto Vikram Shankar e Elianne Anemaat adicionam texturas instrumentais que elevam o álbum a um nível quase orquestral.

“The Obsession” não é apenas um marco na carreira de Charlotte Wessels; é um testemunho de sua resiliência e do poder transformador da música. Em um álbum que equilibra peso, melodia e lirismo com maestria, ela reafirma seu lugar como uma das artistas mais versáteis e inovadoras da atualidade. Para fãs de Metal Sinfônico e além, este é um álbum que não pode passar despercebido.

Faixas:

• 1.Chasing Sunsets   
   
• 2.Dopamine    
• 3.The Exorcism     
• 4.Soulstice   
• 5.The Crying Room   
• 6.Ode To The West Wind    
   
• 7.Serpentine  
• 8.Praise     
• 9.All You Are 5
• 10.Vigor And Valor   
• 11.Breathe;    
   
• 12.Soft Revolution (2024)