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Resenha: Anthem – “Crimson & Jet Black” (2023)

“Crimson & Jet Black” é o décimo nono trabalho de estúdio na discografia do incansável Anthem. Saiba todos os detalhes sobre o disco através de nossa análise!

   

Do Japão para o mundo!

Existem algumas afirmações incontestáveis que podemos fazer à respeito de nosso gênero musical favorito. Uma delas é o fato do Heavy Metal ser diferente conforme transitamos de um lugar a outro do globo. Traduzindo: dependendo da origem da banda, ela carregará características locais e um DNA musical referente aquela região.

Reprodução

Algumas partes do planeta são mais prolíferas com relação à música pesada e outras nem tanto. Em alguns países temos uma cena bastante efervescente, com nomes que ousam desafiar suas próprias fronteiras e, em busca de um sonho, partem rumo à dominação mundial.

Essa é a lógica que a maioria segue e respeita, porém, em alguns países este mecanismo funciona de uma forma um tanto diferente. No Japão, por exemplo, as bandas focam no sucesso regional e dificilmente tentam se aventurar para longe dos limites de sua nação de origem.

Existem as exceções? Sim, mas são poucas e hoje vamos falar sobre uma delas: o Anthem!

   

Mais de 4 décadas dedicadas ao Heavy Metal

Formada em 1981 e com a impressionante marca de 19 álbuns de estúdio na discografia, não é um absurdo dizer que o quarteto original da cidade de Tokyo é uma das mais antigas e tradicionais bandas de Heavy Metal do planeta.

É verdade que nestes mais de 40 anos, o grupo passou por diversas fases e experimentou trilhar múltiplas estradas, mas desde seu retorno às atividades em 2000 (após um hiato de 8 anos), o Anthem mantém uma regularidade incrível em seus lançamentos.

Desde o álbum “Absolute World”, em 2014, e passando pela chegada de “Engraved”, em 2017, é nítido que a proposta da banda tem se consolidado na perspectiva de conceber músicas cada vez mais elaboradas, com uma produção moderna, técnica afiada e melodias viciantes. Tudo isso, obviamente, sem descaracterizar a forte identidade da banda.

Nestes novos trabalhos dificilmente você vai ver o vocalista Yukio Morikawa cantando versos em japonês e outros em inglês com um sotaque carregadíssimo, como era de praxe e, inclusive, pode ser conferido em “Nucleus”, de 2019. Confesso que achava essa prática um charme, além de ser um total diferencial para a banda, mas é perfeitamente entendível estarem dando atenção a este lado mais profissional/empresarial. E interessante que, ao visar o mercado fora do Japão, provavelmente, estamos diante do disco mais próximo da perfeição técnica se comparado com qualquer outro da discografia do Anthem.

Perfeito tecnicamente

“Crimson & Jet Black” chegou às lojas no último dia 21 de abril, via Ward Records, mas antes disso, os singles de “Wheels Of Fire”, “Snake Eyes” e, posteriormente, “Blood Brothers”, já nos preparavam para o quão forte poderia ser o full-lenght.

   

As primeiras informações que você deve receber à respeito deste novo material são as seguintes: para qualquer admirador ou entusiasta do Heavy Metal contemporâneo, este é um disco basicamente perfeito e sem deslizes. Quanto mais você ouvir, mais vai ficar viciado. Quanto mais prestar atenção nos detalhes, mais vai descobrir a existência de inúmeros deles. É equilibrado, criativo, melodioso, agressivo e, certamente, fará com que o grupo aumenta bastante a sua base de fãs em diversas localidades do mundo.

Como você pode imaginar, “Crimson & Jet Black” é um álbum básico de Heavy Metal, mas com algumas inserções que podem nos remeter ao Power. Ele contém algumas das músicas mais marcantes já gravadas pela banda e, através da produção moderna (na medida certa) associada com uma timbragem de instrumentos um pouco mais groovada, chega-se a uma combinação de ingredientes peculiares que resultam na concepção de um registro impecável.

Tem pra todo mundo!

Ao mesmo tempo que podemos bangear loucamente com as propícias “Blood Brothers”, “Master Of Disaster”, “Faster”, “Danger Flight”, além das já mencionadas “Snake Eyes” e “Wheels Of Fire”, é bom que se saiba, o tracklist não é composto apenas por faixas que pisam forte no acelerador. A sequência de canções é muito bem montada e abre espaço para composições absolutamente necessárias como a cadenciada e pesadíssima “Roaring Vortex”, a belíssima instrumental “Void Ark” e belezuras cheias de identidade própria como “Burning Down The Wall”, “Mystic Echoes” e “Howling Days”.

Reprodução/Youtube

O novo trabalho de estúdio dos japoneses pode, finalmente, fazê-los recolher todos os louros pelos muitos anos de serviços bem prestados ao Heavy Metal. Potencial para isso, “Crimson & Jet Black” possui com sobras.

Um monstro chamado Akio Shimizu

Enfim, em um disco que recebe tantos elogios por conta do primor técnico, não há como não mencionar o talento ímpar do guitarrista Akio Shimizu. Este cara, caso o Anthem fosse uma banda inglesa ou estadunidense, isto é, com alcance maior, seria uma das maiores referências mundiais em seu instrumento.

   
Photo: Mikio Ariga

Além da habilidade, da virtuose e da enorme variação técnica utilizada, Akio ainda é um monstro no quesito feeling. Não existem solos do Anthem feitos ao estilo “improvisação”. Cada solo é criado com todo o cuidado que merece, as melodias fazem sentido, as frases se completam, a virtuose entra quando tem que entrar e o feeling está lá sempre que é necessário. O trabalho de Akio é um primor e, em tempos onde presenciamos guitarristas enormes como Kirk Hammett, dizendo aos quatro cantos que quer apenas improvisar e tocar livremente a cada noite, temos em uma banda japonesa um guitarrista fenomenal capaz de te arrancar arrepios a cada solo e a cada nota tocada.

Sério candidato a disco do ano no quesito Heavy Metal. Em 2023, “Crimson & Jet Black” é audição obrigatória.

Nota: 9,2

Integrantes:

  • Naoto Shibata (baixo)
  •    
  • Yukio Morikawa (vocal)
  • Akio Shimizu (guitarra)
  • Isamu Tamaru (bateria)

Faixas:

   
  • Snake Eyes
  • Wheels Of Fire
  • Howling Days
  • Roaring Vortex
  • Blood Brothers
  •    
  • Master Of Disaster
  • Void Ark
  • Faster
  • Burn Down The Wall
  • Mystic Echoes
  •    
  • Danger Flight

Redigido por Fabio Reis

   

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