Qualquer pessoa ávida por Heavy Metal, certamente, já ouviu algo da banda americana Queensrÿche.
Seja uma música em particular ou um disco (mesmo que por curiosidade) ou apenas leu algo sobre Geoff Tate, e ao descobrir que o mesmo integrou a banda, passou então a buscar algo do quinteto.
Falar da banda é simplesmente “chover no molhado”, já que estamos falando de um dos nomes relevantes do Heavy Metal que simplesmente dispensam apresentações.
Completando 40 anos de vida e uma trajetória de 16 álbuns (oficiais) lançados, o grupo conseguiu em todos esses anos formar uma legião de admiradores ao redor do mundo, incluindo o Brasil, onde se apresentaram em várias ocasiões. Em uma delas, no famoso Rock In Rio Festival, em 23 de janeiro de 1991. Na época o grupo divulgava um de seus discos mais influentes e de grande repercussão mundial, o todo poderoso “Operation Mindcrime”.
Porém aqui, a bola da vez é “Empire”, quarto registro da carreira e um dos trabalhos mais “comerciais” (ok, essa não seria a palavra ideal), bem como um dos discos de maior sucesso do quinteto.
Lançado oficialmente em 20 de agosto de 1990, “Empire” nasceu dois anos após o arrasa quarteirão e já citado, “Operation Mindrime”.
Contendo 11 faixas inéditas, o álbum trazia a difícil (e quase impossível) missão de superar o sucesso comercial de seu antecessor. Ou seja, a responsabilidade aqui era grande e na pior das hipóteses, um “empate técnico” nas vendagens já estaria de bom tamanho.
Gravado em Vancouver (Canadá) no Vancouver Studios e produzido por Peter Collins, responsável por trabalho ao lado de nomes como Rush, Alice Cooper e do próprio Queensrÿche, o disco trouxe a mesma fórmula dos trabalhos anteriores, de uma banda que estava no auge já que “Operation Mindcrime” foi um estrondoso sucesso em países como Suécia, Suíça, Holanda, Alemanha, Japão, Reino Unido, Estados Unidos, etc. Além disso, a banda alcançou a 50a posição da Billboard americana e tal feito foi mais que comemorado já que o grupo assim como tantos outros não tinha suas músicas executadas em rádios.
Não obstante, revistas de renome como Kerrang, Terrorizer, Decibel, Sounds, Classic Rock e Rolling Stones, se ajoelharam perante o sucesso avassalador do álbum. Um verdadeiro arrasa quarteirão.
Voltando a Empire: Diferente de seu antecessor que foi um disco conceitual, aqui, as composições abordam temas mais realistas e mais pessoais, onde os músicos abordam assuntos, como por exemplo, o comércio crescente e desenfreado do tráfico de drogas nos Estados Unidos e seus crimes relacionados, que inevitavelmente traria o colapso social para a sociedade americana, ou ainda sobre pessoas com deficiência e sua determinação em alcançar seus objetivos e seguir na direção certa.
Os singles de maior sucesso foram “Best I Can”, “Jet City Woman”, “Silent Lucidity” e “Empire”. Porém, canções como “Another Rainy Nights (Without You), e “Anybody Listening” também ganharam videoclipes que figuraram a exaustão na programação da antiga MTV, quando este era de fato um portal que nos levava ao mundo da boa música.
A ascensão do “Empire” já era realidade, o grupo comemorava os números expressivos de venda, ao mesmo tempo que se destacava nas paradas de sucesso do Reino Unido (13a posição), Noruega (14a posição), Japão (18a posição), Alemanha (22a posição), Suíça (22a posição), Suécia (26a posição), Holanda (56a posição), Canadá (18a posição) e Nova Zelândia (50a posição).
Na parada da Billboard Americana, o disco atingiu a 7a posição e seus principais singles também obtiveram posições importantes ao se destacarem em vários países e mais uma vez, também na parada da Billboard.
O sucesso em especial da canção “Silent Lucidity” contribuiu para que o lançamento fosse um fenômeno de vendas já que seu clipe tornou-se popular, bem como a música em si que já figurava nas programações das rádios convencionais, quebrando assim algumas barreiras, abrindo espaço para algumas bandas que musicalmente faziam a mesma linha sonora do Queensrÿche.
Rumo ao topo e elevando o nome da banda, “Empire” certificou o disco em países como Estados Unidos (3 x platina), Canadá (1 x platina) e Reino Unido (1 x platina).
Apesar de todas as faixas merecerem destaques e em nenhum momento a banda perder o equilíbrio musical, os singles que se destacaram foram: Best I Can, Jet City Woman, Empire (faixa título) e Silent Lucidity. Esta última, talvez uma das power ballads mais conhecidas nos últimos tempos e para alguns “novatos”, a canção tenha sido talvez a porta de entrada que os levou a conhecer a obra musical da banda.
Para celebrar o auge de sua popularidade comercial, o quinteto embarcou em uma turnê denominada “Building Empire”, agora como banda principal.
A turnê durou 18 meses, sendo esta a mais longa e também a mais extensa desde então. A turnê também adicionou uma página negra na história do quinteto. Durante show em Ichtegem, Bélgica, em novembro de 1990, uma briga na plateia resultou em um fã americano esfaqueando um fã belga fatalmente no peito.
O gerente de turnê Howard Ungerleider imediatamente interrompeu o show já que a banda estava tocando apenas a sétima música do set list, “Roads to Madness”.
Em maio de 1991, nos dias 10, 11 e 12, a banda gravou um show que resultou no disco ao vivo, “Operation: Livecrime”, lançado no final daquele ano. A turnê também incluiu uma aparição no MTV Unplugged no Warner Hollywood Studios em Los Angeles em 27 de abril de 1992.
O resultado da extensa turnê e seu sucesso levaram a banda a lançar “Building Empires” em versão “VHS”. O vídeo conta com 19 faixas e abrange todas as fases da banda, desde o Ep de estreia, passando por “The Warning”, “Rage For Order”, “Operation Mindcrime” e o referido “Empire”.
Observações acerca do disco:
* Nos Estados Unidos, ele alcançou a 7a posição e vendeu mais de 3 milhões de cópias. Mais do que os três discos anteriores juntos.
* Lançado em setembro de 1990, “Empire” é o single de estreia do álbum, o qual atingiu a 66a posição da UK Singles e a 22a posição da US Billboard Mainstream Rock.
* Lançada em dezembro de 1990, “Best I Can” atingiu a 28a posição na Billboard Mainstream Rock e a 36a posição na UK Singles.
* Lançada em fevereiro de 1991, “Silent Lucidity” foi o maior hit da banda, alcançando a 9ª posição na Billboard Hot 100 e a 1ª posição na parada da US Mainstream Rock. A canção ainda figurou na US Radio Songs (34a posição), Canada RPM (7a posição), UK Singles (18a posição), Canada Top Singles (69a posição) e US Top Singles (82a posição).
* Lançada em maio de 1991, “Jet City Woman” atingiu a 6a posição da US Billboard Mainstream Rock e a 39a posição da UK Singles. A faixa integra a trilha de Guitar Hero: Warriors Of Rock.
* “Silent Lucidity” também foi indicada em 1992 para o Grammy Awards de Melhor Canção de Rock e Melhor Performance Vocal de Rock ou Grupo.
O álbum ganhou o Prêmio Northwest Area Music de 1991 de Melhor Gravação de Metal.
Em 2003 o álbum ganhou relançamento. Em sua nova versão foram adicionadas 3 faixas bônus.
Em sua edição comemorativa de 20 anos, a nova versão traz um disco bônus contendo 10 faixas gravadas no famoso Hammersmith Odeon, em 15 de novembro de 1990.
* Em entrevista em junho de 2019, o ex-vocalista Geoff Tate anunciou suas intenções de tocar o álbum ao vivo na íntegra em comemoração ao seu 30º aniversário. Ele também disse que haverá um novo box set da edição do 30º aniversário.
N do R: “Empire” marca a fase áurea da banda que seguiu lançando discos irrelevantes e desnecessários, troca de integrantes, confusões envolvendo seus membros e finalmente a demissão de Geoff Tate, em junho de 2012.
A entrada de Todd La Torre (ex Crimson Glory) marca uma nova fase da banda que melhorou musicalmente seus discos e suas composições, porém, mesmo La Torre sendo a escolha perfeita para o posto, é fato que a banda ainda deve um álbum à altura de seus vocais, bem como um disco que traga a essência do que foi o Queensrÿche sem seus tempos áureos.
Faixas:
- 1.Best I Can
- 2.The Thin Line
- 3.Jet City Woman
- 4.Della Brown
- 5.Another Rainy Night (Without You)
- 6.Empire
- 7.Resistance
- 8.Silent Lucidity
- 9.Hand on Heart
- 10.One and Only
- 11.Anybody Listening
- Relançamento 2003 com bônus.
- 12.Last Time in Paris
- 13.Scarborough Fair
- 14.Dirty Lil Secret
Edição comemorativa do 20º Aniversário contendo Disco Bônus.
- 1.Resistance
- 2.Walk in the Shadows
- 3.Best I Can
- 4.Empire
- 5.The Thin Line
- 6.Jet City Woman
- 7.Roads to Madness
- 8.Silent Lucidity
- 9.Hand on Heart
- 10.Take Hold of the Flame
Integrantes:
- Geoff Tate (vocal)
- Chris DeGarmo (guitarra, vocal)
- Michael Wilton (guitarra)
- Eddie Jackson (baixo)
- Scott Rockenfield (bateria)
Músicos adicionais:
- Michael Kamen: Arranjos orquestrais em “Silent Lucidity”.
- Randy Gane: Vozes eletrônicas em “Empire”
Redigido por: Geovani Vieira