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Para John Corabi, sucesso não se mede pelo tamanho da conta bancaria, “se é assim, falhei miseravelmente”

Há uma discussão muito antiga entre fãs, músicos e praticamente todas as pessoas envolvidas de alguma maneira com a música.

   

Como avaliar o sucesso? Como saber se estamos diante de um artista de sucesso ou não?

Para muitos, quando um artista realmente faz sucesso, isso se reflete diretamente na sua conta bancária. Segundo os que defendem esta tese, como alguém poderia ser bem sucedido na música ou no show business sem ter ganhado muito dinheiro?

Mas existem aqueles que defendem que é tudo uma questão de ponto de vista. A arte precisa ser boa o suficiente e não apenas um enlatado comercial voltado para as massas.

John Corabi, ex-vocalista do Motley Crue e, atualmente, envolvido com o The Dead Daisies, emitiu a sua opinião sobre o assunto no podcast Bumping Into That Sound. Quando questionado se em algum momento ele chegou a pensar que “tinha chegado lá e poderia tirar o pé do acelerador”, John Corabi disse o seguinte:

   

“Não. Bem, deixe-me dizer isso. Depende de como você olha para a vida. Agora, eu poderia sentar aqui e arrancar meus cabelos porque minha conta bancária não parece a mesma que a do baixista do Motley Crue, Nikki Sixx, ou do vocalista do Aerosamith, Steven Tyler. Se é assim que estou julgando, então eu falhei miseravelmente. Mas a única coisa que direi, e isso não me deixa menos faminto, eu ainda estou faminto por coisas diferentes.

Mas lembro-me de ter uma conversa com Nikki quando estávamos sentados e ouvindo o disco do Motley Crue que eu fiz, o principal, e estávamos todos sentados lá, tipo, ‘porra’. Todos nós sentimos que aquele disco era simplesmente forte. E eu fiz um comentário do tipo, ‘bem, rapazes, não importa se essa coisa vende cinco cópias ou cinco milhões, fizemos um trabalho foda’. E Nikki ficou puto com esse comentário.

Eu não estava medindo o sucesso pelas vendas de álbuns, eu estava medindo pela qualidade do que eu sentia que alcançamos musicalmente. E Nikki se ofendeu com isso. Ele disse, ‘essa é uma atitude idiota de se ter’. E eu digo, ‘não, não é. Só estou dizendo que, de um ponto de vista musical, acho que podemos ter um bom trabalho aqui’. Agora, novamente, se eu sentasse e olhasse para isso de uma perspectiva monetária, eu tenho o sucesso que Nikki tem? Não. Eu não moro em uma mansão de 10.000 metros quadrados. Eu moro em uma casa de 1.500 metros quadrados que eu acho muito confortável. Somos eu e minha esposa. Eu fui casado três vezes, então meus filhos estão todos crescidos. Eles não moram aqui. Somos eu, minha esposa e três cachorros. Eu tenho um trailer legal. Eu tenho algumas Harley-Davidsons legais. Nós temos Jeeps, uma caminhonete e eu tenho um quintal enorme para os três cachorros. Eu só tenho que simplesmente sair para fora, brincar, correr, jogar uma bola para eles e fazer minhas coisas.

Ei, olha, eu adoraria poder ir até uma concessionária Maserati e comprar uma? Sim, claro. Quero dizer, quem não gostaria? Mas eu não vou deixar a questão do dinheiro me deixar louco.

Nós possuímos tudo o que eu acabei de dizer. Então eu tenho uma vida muito confortável. Eu tenho uma esposa linda. Todos são saudáveis. Meus filhos são saudáveis. Meus netos são saudáveis. Todos são boas pessoas. Então tudo depende de como você mede o sucesso. Agora, eu me sinto como… Eu sento e ouço músicas como ‘Bohemian Rhapsody’, do Queen, ou eu ouço ‘Stairway To Heaven’, do Led Zeppelin, ou eu ouço ‘Still The Same’, de Bob Seger, e eu apenas ouço essas músicas brilhantes e eu digo, ‘porra. Eu ainda não escrevi uma música como essa’. Então eu sou meu pior inimigo. Eu ouço caras como Bob Seger e eu digo, ‘porra, esse cara é um gênio liricamente. Ele é um gênio como compositor’. Eu escuto, como eu disse, ‘Bohemian Rhapsody’. Eu quero desenterrar o falecido Freddie Mercury e dar um soco na cara dele e depois colocá-lo de volta no chão. Então tem essa parte que me move. Eu preciso escrever o que eu considero essa música, seja ela qual for. E ela sempre vai estar lá. Você está sempre se movendo esperançosamente para cima e para frente, em vez de para trás e para baixo. Então essa parte é como eu avalio o sucesso.

Eu sinto que esse último disco do Dead Daisies que fizemos, ‘Light ‘Em Up’, é, digamos, há um crescimento ali. Eu sinto que estamos crescendo. Continuamos melhorando. Continuamos melhorando e ficando mais rápidos no estúdio. Nós sabemos o que queremos. Mas eu já estou ansioso pelo próximo disco, tipo, ‘ok, como podemos superar o que acabamos de fazer?’, de um ponto de vista de declaração. Financeiramente, e especialmente agora nesta época com streaming e as pessoas não comprando mais discos, é tipo, porra, quem sabe o que vai acontecer? Minhas chances de ganhar aquele dinheiro do Motley Crue ou do Aerosmith ou dos Rolling Stones são mínimas. Mas quem sabe?”

   

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