A banda Burning Witches acaba de lançar seu mais novo trabalho intitulado “The Dark Tower”, via Napalm Records.
Pelo segundo ano consecutivo, teremos o quadro Mulheres no Metal, no qual, normalmente, apresentamos quatro lançamentos de bandas com integrantes mulheres ou totalmente formadas por elas. Esse quadro, anteriormente, pertencia à linha editorial de nossa página no Facebook, mas, desde 2022, migramos em definitivo para cá.
Assim como no primeiro e segundo capítulos de 2023, ainda não haverá quatro indicações, mas sim uma resenha escolhida por seu redator. As primeiras quatro indicações do ano ficaram para uma futura publicação.
Estaremos diante de “The Dark Tower” (2023)
Você pode até achar isso normal, mas a consolidação de uma banda formada em sua totalidade por mulheres é algo a ser bastante comemorado. Inclusive, pode aumentar o estouro de fogos, rojões e morteiros, pois a Suíça, pequeno país neutro do maravilhoso chocolate e dos excelentes queijos, está se tornando um celeiro comum, seguro e tradicional do Heavy Metal. Graças a essa abençoada terra temos a honra de prestigiar o alcance atingido pelas amazonas do Burning Witches, banda que através do seu mais recente full length intitulado “The Dark Tower”, coloca seu quinto trabalho de estúdio na prateleira da história da boa “múzga”.
Mas o disco é bom mesmo assim como seus antecessores? Veremos juntos a seguir.
“The Dark Tower” foi lançado via Napalm Records no dia 5 de maio e marca a consolidação não somente da banda como também de seu lineup, que por vezes sofreu alterações. O novo disco representa a perseverança e fibra dessas bravas guerreiras que não desistiram do Heavy Metal ao longo da jornada, o que é bem comum por sinal. Elas resistiram e estão colhendo os frutos, pois não é toda banda mais recente que alcança tal marca citada.
Sabemos que o começo da jornada de uma banda é marcada por um disco de estreia que pode ou não surpreender a público e crítica, e que o segundo full length deve manter a banda nos trilhos para que a trinca de ases possa ser concretizada logo adiante. O quarto trabalho mostra a ideia de uma banda que deseja ou não permanecer com suas tradições de seus três álbuns anteriores. Em contrapartida, o quinto álbum, este sim, será aquele que tornará consolidado o nome da entidade em evidência, tornando a banda conhecida, respeitada e respaldada no certame mundial.
Claro que a premissa é mais um pensamento de quem analisa de longe, mas ao comparar o histórico e a trajetória de grandes e menores ícones do Metal, fica mais tranquilo e cômodo de realizar determinada análise. O que deveremos saber aqui é se “The Dark Tower” apresenta pontos para que haja a consolidação desta que já é uma das gratas novidades dos últimos anos, e ainda mais por se tratar de uma banda formada por mulheres, até mesmo pelas helvéticas já terem passado por reformulações em seu lineup.
A conversa está boa, mas vamos logo passear e conhecer o universo da nova obra das representantes da terra dos Alpes (Burning Witches)!
Indo direto ao ponto, a banda suíça apresenta em seu leque de novidades uma intro instigante por causa de um modo tradicional de apresentar o álbum. Dessa maneira, com um dedilhado melancólico e envolvente, a voz suave surge e ganha dobras. Seu nome atende por “Rise Of Darkness” e serve bem como um belo rito de abertura para “Unleashed The Beast”, a primeira pedrada certeira da obra e um dos três singles com videoclipes lançados. Iniciada pela sedenta bateria de Lala Frischknecht, energizada pelo Traditional Metal, a rifferama acontece do mesmo modo plural e natural, desencadeando a besta através de cada nota.
Decerto, os solos de guitarra são o ponto de parada, dando mais peso e efeito para a raivosa canção, tornando-a mais encorpada e vibrante com pedais colocados de maneira feroz e equilibrada. “Trabalhando das nove às cinco, uma vida contada / Totalmente preso na rotina sem chance de relaxar / Preso em uma bola e uma corrente, sua liberdade pelo ralo / Apenas imagens coloridas de rosa mostradas na estrada da memória” – a sede de sangue aumenta e da escuridão vem uma besta desencadeada. Certamente, é o momento certo para liberar a raiva e buscar por liberdade, escapando da gaiola mental e do trabalho sufocante para algo muito melhor.
É bom reforçar sua armadura! O aviso foi dado.
A outra pancada na nuca acontece com “Renegade”. Seu estilo pra lá de oitentista com refrão grudento e riffs marcantes puxam para a aclamada década. As cavalgadas que entrelaçam os acordes, deixam a faixa ainda mais viva e assassina, quanto aos ouvidos mais sensíveis, cortesia das guitarristas, Romana Kalkuhl e Larissa Ernst. Com um “Q” de Hard Rock em certos momentos, há uma pequena pausa após o ótimo solo com vocal meio falado e apoiado por baixo e bateria. Sendo assim, os versos relatam sobre alguém que não está nem aí para as tradições da realeza e prefere seguir seu próprio caminho.
Com sua condenação encaminhada, o inferno se prepara para receber mais uma alma perdida, mesmo que seja muito resistente. O início em modo de ritual maquiavélico apresenta a próxima música. “Evil Witch” traz o poder da cavalgada sonora e dos pedais duplos intensos. Vocais com drives distorcidos e pequenas linhas agudas trazem à tona a grande e maquiavélica feiticeira. Surpreendentemente, como uma viagem na montanha russa, a canção segue sob efeito de poção da bruxa má, corrompida pelo lado negro e alimentada pelo puro mal. Visto que, magistrais são os solos de guitarra e toda a estrutura sonora em homenagem à cadela infernal. Fique com o refrão:
“Evil witch
Hunts you down like a hound
Hellish bitch
Spells are cast with a blast
Evil witch
You can’t run you can’t hide”
Essa é sem sombra de dúvida a faixa que melhor representa o significado de Burning Witches!
Hora das chamas em forma de feitiço musical invadirem o mundo do ouvinte!
“World On Fire” é o segundo single e traz em seu arsenal de guerra a famosa linha de notas harmônicas, acobertadas pela tônica do baixo de Jeanine “Jay” Grob para que as primeiras palhetadas em sequência possam acontecer e ditarem o ritmo da canção. Os riffs e dedilhados dos refrãos se assemelham a uma volta rápida de automóvel com efeito de tomar conta de cada curva da pista. Alternando entre a cadência e a velocidade tradicional nos refrãos, a canção ganha em questão de variação, porém, antecedendo os solos, temos mais variações com efeito enriquecedor para a mesma.
Os solos possuem ampla magnitude e bom gosto, complementando nesse sentido muito bem a faixa que exalta a vivência pela paixão e pela dor. A dor das vítimas que veem suas próprias carnes queimarem após o beijo da serpente. Visto que, presos a correntes, não há escapatória e um vórtice de almas é criado, tamanha a quantidade de corpos, um verdadeiro mundo em chamas. De fato, Ela (a bruxa) está vivendo para o mal.
“Tomorrow” é a balada plena do álbum e mostra toda a versatilidade da vocalista Laura Guldemond, tendo habilidade e grande técnica ao lidar com tons mais limpos e melódicos ao mesmo tempo em que se arrisca no mundo dos drives e guturais. A saber que, se o anúncio diz que amanhã é um novo dia, faça diferente do que dizem por aí, não dando a mínima para as gargantas alopradas de plantão. Provoque algum caos e demonstre ser importante também. Não para os outros, mas para si próprio.
“You are not a softly whispered amen
Be sure to show the world some mayhem”
O ritual de bruxaria arcana continua…
Agora, inicia-se uma intro que remete ao circo de horrores, aos palhaços medonhos, aos filmes trash dos anos 80 com palhaços assassinos e coisas do tipo… Ou melhor… Bruxas assassinas! Elas estão sedentas de sangue e precisam dos seus glóbulos vermelhos para que mantenham a juventude eterna. Venha e divirta-se! As portas estão abertas para a “House Of Blood” (barulho de porta rangendo)… Só um segundo, meu querido! Só funciona se doer… Na emenda da epístola, é chegada a vez do terceiro single da banda e também a detentora do nome do disco, “The Dark Tower”, que dessa forma, conta com uma abertura pesada, aguda e chocante, que logo puxa para um solo inicial e entrega de bandeja a receita do sucesso para os vocais incríveis de Laura.
Os riffs mais contidos abrem vazão para o contrabaixo potente de Jay. Os riffs e harmonias de Romana e Larissa te chamam para bangear com toda a turma, enquanto a condenada é pega e trancada na torre. Posto que, a trama da malfeitora, que aliciava e eliminava os jovens, foi descoberta e agora ela se tornou a amante número um de Satanás, que cuidará da sua bagunça diante dos solos de guitarra magistrais e arrebatadores de pútridas almas penadas.
Batimentos congelantes indicam a frieza dos versos em contraste com o fogo infernal das notas
“Heart Of Ice” é a próxima flecha atirada aos céus infernais com um início mais contido entre bases tônicas pesadas e notas mais agudas. O cenário é ideal para implementar um Heavy Metal autêntico e de boa conduta. As notas sequenciais abafadas trazem um charme especial para a trama. Os solos alá Maiden são de uma desenvoltura sem tamanho. Destaque também para o baixo de Jay e suas importantes aparições nos espaços propositais presentes.
Tudo se completa e forma um Megazord em forma de “múzga”! Os solos possuem variações totalmente condizentes com o andamento das bases velozes em alusão às estações que continuam passando e servem de ponte ideal para o refrão sobre os pesares de um coração congelado. Assim sendo, se fosse coração peludo, diria que era uma homenagem ao detentor do nanquim virtual. “Frieza é o preço / Perdido no coração de gelo / Até você encontrar seu paraíso / No coração de gelo” – os batimentos cardíacos congelantes impedem a passagem dos bons pensamentos e das grandes ideias, tornando a própria alma gelada e sem vida.
Apenas uma velha e uma viúva doente que está prestes a continuar o ciclo do fim da vida e seu renascimento, mantendo o girar da roda. O granizo caindo ao solo, representa os seus erros e o ar congelante a sua respiração constante. O preço é toda essa frieza para o encontro do mundo pessoal ideal.
Diante do décimo mandamento sonoro
“Arrow Of Time” é a décima faixa, mas se você eliminar as introduções, poderá colocar como oitava música. Mas, como no trackilist se apresenta como número 10, então seguirá firmemente assim. A flecha do tempo segue sempre para frente e nunca poderá retornar ao passado que você tanto almeja. Deverá acompanhar essa trilha e seguir adiante para que possa desfrutar da melhor forma dessa passagem, desse tempo que lhe foi permitido fazer algo de valor.
Na estrada escura e ventosa, apenas pare de tentar desafiar o tempo. Sendo seu amigo ou inimigo, ele seguirá, quer queira ou não. “Como sempre queremos o que não podemos obter / Você não pode colocar um preço no tempo que não recebe” – junto à canção que inicia seu percurso de modo cadenciado com bases em palhetadas com intervalos, lembrando um pouco os moldes utilizados pelo saudoso The Voice, o eterno mago dos versos e inesquecível Ronnie James Dio.
O refrão demonstra grandiosidade quanto ao tipo de composição sem se esbaldar em contradição, mantendo o equilíbrio e o nível elevado da obra. Chimbal e prato de condução são ouvidos em sequência para que o alicerce formado por Lala, seja mantido de forma intacta e coesa. Os solos envolvem o ouvinte de maneira que possa cantar junto, principalmente nos momentos finais, na qual as vozes se exaltam, tornando a canção ainda melhor do que se apresentou inicialmente.
As chamas da torre indicam a força das próximas linhas sonoras
Temos mais presentes e “Doomed To Die” chega com todo o aparato musical a seu favor. “Tudo vai voltar ao pó / Em que você colocou sua confiança / Nós somos as vozes do poço / Até breve, no inferno” – estamos condenados a morrer e a figura ainda se atreve a colocar sua vida em risco, colocando sua mão no fogo, mesmo sabendo que o fim está próximo. Preso entre o cabo de guerra do céu e do inferno, deve fazer a escolha certa, enquanto ainda há tempo para que não seja o fim definitivo. As primeiras notas pesadíssimas indicam que a bordoada será sem dó nem piedade. Vocais de apoio inserem mais poder de fogo com vozes mais carregadas, enquanto a voz principal de Laura guia o ouvinte pelas camadas de pensamento dos condenados à morte.
Com duas guitarras, as coisas caminham muitíssimo bem em prol do Heavy Metal, hora com bases mais fixas e precisas, hora com linhas distintas que se completam durante a jornada. Palmas para Romana e também para Larissa! Que dupla! E o que dizer dos solos? Mais um pouco e botam fogo nos instrumentos em alusão ao eterno mestre das seis cordas, Jimi Hendrix. A interpretação e os diferenciais da canção são os pontos-chave para o sucesso da mesma. “Into The Unknown” começa com um dedilhado melódico calmo e contínuo, enquanto as bases carregam a bagagem com toda a segurança necessária. Com cara de hino do Metal, a canção ganha corpo conforme o tempo vai passando.
Seguindo pela trilha
Ao seguir pela trilha longe de casa, a sonoridade toma uma forma esperançosa, indicando que é preciso arriscar para conseguir contar boas histórias, ou fazer parte delas. Contudo, ficar parado não faz parte do tratado e a hora de explorar o desconhecido chegou. Siga em frente, apoiado pela trilha sonora do Burning Witches, pelo hino que vai de encontro ao oculto, que te fará lutar por sobrevivência, e o tornará cada vez mais forte e sábio. Ao encontrarmos amigos e inimigos, a sorte favorece os ousados e em gloriosa vitória, estamos moldando novas histórias não contadas, que serão atualizadas em um momento futuro.
Procurando por ouro, tesouros antigos em novos terrenos musicais, acabando por refugiar-se na floresta onde reinam os animais selvagens em forma de solos de guitarra. A canção ganha tons mais dramáticos em proximidade com o seu momento mais insano. Laura invoca seus demônios e de forma rasgada, vocifera de forma entrelaçada com os solos macabros, antecedendo o retorno dos poderosos refrãos, e após isso, os riffs de finalização do que pode ser chamado de hino.
De frente com a perdição
“The Lost Souls” traz mais riffs e bases poderosas da super dupla do Burning Witches, Larissa/Romana com refrãos intensos e linhas vocálicas dobradas. Em se tratando de voz, temos que citar o nome da Laura novamente, muito por conta das suas mudanças vocálicas, hora com voz limpa e melódica, hora com rasgados, beirando o gutural mais denso e estridente. Os solos alternam seus dedilhados, dando mais emoção e empatia para a canção que fecha o tracklist normal de “The Dark Tower”. Jay conduz seu baixo de maneira perspicaz para que a estrutura siga favorável ao melhor de sua sonoridade. Lala contorna e amplia a qualidade do alicerce com as linhas produzidas em seu kit.
Um grito desesperador, acompanhado da última linha de voz melódica, encerra os trabalhos de maneira exuberantemente brilhante. “Não há descanso para os ímpios / Escravizado para sempre / Seus corpos mutilados inquietos / Virando-se em seus túmulos” – almas perdidas estão gritando de dor e em vão com fantasmas dançando em terras amaldiçoadas. Na chaleira, restos de uma bebida de bruxa. Isso pode ter ocasionado a prisão das almas penadas.
Em síntese, a consolidação de uma ideia
Para sempre escravizado no abraço da morte. As destemidas amazonas helvéticas de Brugg, Aargau, mostraram o quanto são capazes ao reunirem toda a garra, energia e vontade de tocar seu puro e verdadeiro Heavy Metal sem forçar a barra e sem apelar para nenhum tipo de estrelismo, por assim dizer. Você ouve “The Dark Tower” e percebe a naturalidade com a qual ele foi concebido. As mentes, olhos e mãos que ajudaram a dar vida ao quinto álbum, foram de grande valia para esse grande acontecimento. Musicalmente é um álbum que as consolidam no cenário bastante disputado e isso mostra o completo empenho da banda. Resta aguardar para que possam retornar em terras brasileiras como atração principal ou até mesmo no próximo Summer Breeze, que já foi confirmado e anunciado! O tapete vermelho-sangue será estendido para as representantes do território suíço.
Curiosidades e considerações pecaminosas finais sobre o Burning Witches:
Aproveitando o vislumbre apoteótico sobre “The Dark Tower”, devemos mencionar as dobras vocais e os duetos com os backing vocals com a nítida intenção de oferecer mais força no entrelaçar dos versos, dando mais destaque ás estrofes e pontes para os refrãos. O que pode fazer um pouco de falta é ter mais partes com os vocais isolados da Laura, embora as linhas de apoio agudas complementem muito bem os drives e guturais “médios” da cantora. Essa tática pode ser bem observada nas guitarras de Romana e Larissa, na qual linhas graves e agudas se unem em diversos momentos, conforme acontece com as vozes. Jay e Lala realizam uma cozinha com todos os aparatos necessários para alcançar um patamar maior em cada faixa.
Sabem ser simples nos momentos mais retilíneos e exploram muito bem seus respectivos instrumentos durante os pontos em que as canções pedem por conjuntos maiores de notas, sejam através de diferenciais, solos ou viradas, principalmente em relação à bateria, além das partes percussivas muito bem encaixadas. Outra curiosidade, que não é bem uma curiosidade, já que faz parte da sonoridade da banda, é o breve flerte com o Power Metal.
Longe de ser algo voltado para o Heavy/Power, mas são percebidas nuances bacanas voltadas para o subgêneros das espadas e escudos milagrosos. E, respondendo a pergunta que inaugurou o texto, digo que sim. O nobo álbum do Burning Witches,não apenas é ótimo, como supera grande parte dos trabalhos anteriores. Isso se não for o melhor! Mas, para isso vale um exercício completo, passando por toda a discografia da banda.
Informações sombrias adicionais:
Há em edições especiais, dois covers, “Shot In The Dark” (Ozzy Osbourne cover) e “I Wanna Be Somebody” (W.A.S.P. cover). Ambas carregam o estilo e o jeito de tocar do Burning Witches, porém, das duas faixas bônus, a segunda se encaixa melhor nos moldes da banda, embora ambas tenham ficado muito boas e são belos registros de homenagens aos reais donos das canções.
“The Dark Tower” foi produzido pelo icônico vocalista e baixista do Destruction, Schmier e V.O. Pulver (Pänzer), e que também ficaram a cargo da mixagem, juntamente com Damir Eskic. O novo álbum contou com a habilidosa Courtney Cox (The Iron Maidens) como guitarrista convidada. A arte de trabalho foi elaborada por Gyula Havancsák. O álbum contou com coros especiais de peso: além de Lala e Romana, integrantes da banda, também participaram Jenny Gruber, Inga Pulver, Schmier e Damir Eskic.
“I need your blood
Give it to me
Eternal youth
Beautiful skin
So young
So beautiful
Just one second my dear
It only works if it hurts”
Nota: 9,2
Integrantes:
- Laura Guldemond (vocal)
- Romana Kalkuhl (guitarra)
- Jeanine “Jay” Grob (baixo)
- Larissa Ernst (guitarra)
- Lala Frischknecht (bateria)
Faixas:
1. Rise Of Darkness
2. Unleash The Beast
3. Renegade
4. Evil Witch
5. World On Fire
6. House Of Blood
7. Tomorrow
8. The Dark Tower
9. Heart Of Ice
10. Arrow Of Time
11. Doomed To Die
12. Into The Unknown
13. The Lost Souls
Redigido por Stephan Giuliano