“El Juicio de Osiris” é o terceiro full lenght da banda espanhola de Power Metal, Knights Of Blood.
Fundado em 2015, na cidade de Cuevas del Campo/Andalusia na Espanha, o quinteto de Power Metal Knights Of Blood lançou seu primeiro registro, EP “Revolución”, em 2017. Em seguida, veio o primeiro full lenght, “Falsa Realidad”. Há três anos, em plena pandemia, saiu “El Lado Oculto”.
No início do ano atual, no dia 27 de janeiro, em formato independente, chegou o seu terceiro disco, “El Juicio de Osiris”, o qual será o tema de nossa análise.
A dupla de guitarristas
A dupla de guitarristas José Ramón Vilchez e Javier Jesús Molina, assim como a cozinha formado pelo baixista Alejandro Sola Jimenez e o baterista Kyle Jon O’Brien são comandados pela belíssima vocalista Mireia Fontarrosa Zamora, dona de uma linda voz, capacidade técnica e interpretação sensacional.
A frontwoman tem ao seu lado quatro músicos absolutamente competentes, responsáveis pela execução de um instrumental que reúne melodia, agressão e peso, cada qual em sua equilibrada medida.
“Caída a los Infernos”
A abertura do álbum fica por conta do single, o qual foi tema de videoclipe, “Caída a los Infernos”. Não surpreendentemente, a letra, que é em espanhol, e a história do clipe seguem a mesma linha temática sobre a morte, o espírito, os demônios que residem em cada um de nós, o início e o fim de cada parte do ciclo existencial. Mireia mostra domínio total sobre a canção possuidora de um enredo que envolve seu corpo e sua alma, pois, é humanamente impossível permanecer indiferente ao profundo refrão, que acaba servindo de reflexão a todos os seus ouvintes. Vilchez e Molina, ao mesmo tempo, contrastam riffs pesados e solos melódicos. Tente ouvir uma única vez sem repeat e falhe grosseiramente!
“A Queda aos Infernos”
“Eu abri meus olhos, enquanto eles me sufocavam e conseguiam que eu agonizasse até o meu fim”
“Eu estava neste mundo frio, tão diferente de tudo”
“Minha sorte não existe”
“As verdades são trevas”
“Saiba distinguir o começo do fim”
“Presos nas sombras, eles estão vindo atrás de mim”
“A fuga é impossível, eu vou sucumbir”
“Eles me submetem a este teste e é minha vontade”
“Enfrento meus demônios e no julgamento minha alma será libertada”
“Eu estou dormindo submersa em um loop que vai quebrar”
“Murchadas minhas asas permanecerão trancadas dentro do vidro”
“Tão clara é a luz que guia minha caminhada, nadando nas águas do mal”
“Presos nas sombras, eles estão vindo atrás de mim”
“A fuga é impossível, eu vou sucumbir”
“Eles me submetem a este teste e é minha vontade”
“Enfrento meus demônios e no julgamento minha alma será libertada”
“O teste decisivo que enfrento na jornada da alma desperta meus medos”
“El Viaje del Alma”
“El Viaje del Alma” inícia como uma power ballad, mas logo ganha velocidade e bastante peso. A letra parece continuar a reflexão da faixa de abertura. Destaque para a performance rítmica de O’Brien, que consegue encaixar bateria de Metal extremo em Power Metal, combinando e soando lindamente, aliás, ele faz isso em vários trechos do registro, porém não tanto quanto na segunda música.
“No me viste al nacer, jamás me escuchaste y nunca seré la sierva que tú buscaste en tu cielo yo no estar é / No podrás convencer a quien al infierno vino a caer, ahora sé bien cual es el camino que debo hacer”
“Susurro de Apófis” mantém um ritmo mais cadenciado e constante. É minha obrigação elogiar o ótimo trabalho de gravação, mixagem e masterização presentes em uma produção independente. Dessa forma, temos que tirar o chapéu para Knights Of Blood. Creio que temos aqui um álbum conceitual, pois “Apófis”, citado na letra, é a entidade egípcia conhecida como o “Deus do Cáos”, semelhante ao que já pesquisei sobre Abbadon e Apollyon. “Luna de Sangre” já introduz rápida e brutal. O híbrido entre Heavy, Thrash e Power Metal funciona bem demais. Há um curto, porém surpreendente solo de baixo de Jimenez. Enfim, chegamos à faixa título. Depois de “Caída a los Infernos”, o melhor vocal gravado por Mireia Zamora é justamente o de “El Juicio de Osiris”. Osiris, na mitologia egípcia, era o deus que julgava as almas desencarnadas.
Batidas extremas de Kyle Jon O’Brien
Mais uma constatação sobre o trabalho de Kyle Jon O’Brien, já que nos primeiros 17 segundos de “Castigo Eterno”, ele executa uma linha de bateria comum em Black Metal. Pois, digo que caiu como uma luva, no mais, o restante da canção conta com algumas interessantes variações em seu andamento e há também guturais como vocais de apoio, que trazem a composição uma atmosfera diferenciada na obra musical.
As batidas de Black Metal voltam a surgir pouco tempo antes de seus últimos acordes. O tema instrumental “El Libro de los Muertos” encerra o disco com mais ares egípcio, não restando dúvidas que se trata de um trabalho conceitual.
“Mírame, estoy aquí postrada y sé que en mi alma no habrá amanecer que ya nunca más podré volver
Créeme, el tiempo ha borrado lo que soñé
La magia perdida en el ayer, anhelos quebrados que no veréSentenciada a toda la eternidad, fui juzgada por ti
La balanza que se ha inclinado hacia el lado que me hace sufrirCondenada en este infierno no verás la luz del día
Mis cenizas no me sirven para renacer
El abrazo te adormece en la cuna de tu muerte
Sepulcrada en el destierro de… Nunca despertarFue mi voz que se apagó, el silencio me atormenta, sucumbiendo al dolor de saber que…
Fue mi voz que se apagó, el silencio me atormenta, arderé hasta el final sin piedad”
“Felicitaciones a Knights Of Blood por el excelente álbum”
“Congratulaciones a Mireia Zamora por la divina voz e interpretación”
Nota: 8,8
Integrantes:
- José Ramón Vilchez (guitarra)
- Mireia Fontarrosa Zamora (vocal)
- Alejandro Sola Jimenez (baixo)
- Kyle Jon O’Brien (bateria)
- Javier Jesús Molina (guitarra)
Faixas:
- 1.Caída a los Infiernos
- 2.El Viaje del Alma
- 3.Susurros de Apofis
- 4.Luna de Sangre
- 5.El Juicio de Osiris
- 6.Castigo Eterno
- 7.El Libro de los Muertos
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz
As mulheres sempre serão bem vindas no Metal, valeu!!!!