Motörhead: “Ele era tão único. Nunca haverá outro como Lemmy”, diz Phil Campbell

Lemmy Kilmister, a figura icônica por trás do Motörhead, deixou um legado imensurável para a história do Rock. Apesar do grupo britânico nunca ter recebido o reconhecimento que merecia, foi certamente uma daquelas bandas que ajudou a estruturar a música pesada como a conhecemos. E não foi apenas isso, Lemmy representava fisicamente em sua vida privada o espírito libertário que cantava nas letras. Sendo assim, ele não negociou sua honestidade artística por um segundo e viveu até o fim o próprio lifestyle.
Diversas homenagens a Lemmy tem surgido no decorrer dos anos e inegavelmente a mística de sua figura parece estar mais forte agora. Em uma nova entrevista a Greg Phillips, do Australian Musician, o guitarrista de longa data do Motörhead, Phil Cambpell, falou sobre o legado deixado por Lemmy.
Questionado sobre sua satisfação ao ver tantas pessoas ainda hoje falando sobre o músico e o tendo na mais alta conta, Campbell disse:
“Sim, bem, ele mereceu. Lemmy, ele era um personagem tão único e honesto. Ele era uma pessoa honesta, um músico honesto. É só olharmos para a vibe dele, ele era tão único. Nunca haverá outro como Lemmy. Ele adorava conhecer os fãs e tudo mais. E a música inspirou muitas bandas também. E ele se manteve firme. Ele não se comprometia com ninguém. Suas letras eram incríveis, mas no mundo da música eram muito subestimadas, eu acho. Suas letras são absolutamente incríveis. Ele estava sempre lendo um livro. E ele tinha sua máquina de apostas pessoal no camarim, onde ele ganhava seu próprio dinheiro de volta.
Eu costumava entrar no camarim dele e dar a ele meu troco — eu dava a ele, tipo, cinco moedas ou 10 moedas, o que quer que eu tivesse por perto, e ele as colocava. E era disso que ele gostava. E não haverá outro personagem como Lemmy surgindo tão cedo. Mas sim, é ótimo que ele seja homenageado e lembrado. E sim, ele deveria ser, porque ele foi um ícone do Rock and Roll, eu acho.”
Em uma recente entrevista no podcast “Everblack”, pouco antes do último show de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath, acontecido em 5 de julho, Phil Campbell foi questionado sobre caras como Ozzy e Lemmy serem pessoas absolutamente únicas no mundo do Rock. Provavelmente, figuras como essas nunca mais aparecerão.
Confrontado com este posicionamento, Campbell disse o seguinte:
“Bem, nunca se sabe, mas não consigo ver ninguém chegando perto de ser Lemmy. Ele era Rock and Roll — ele vivia e respirava isso. Ozzy também é único; ele tem sua própria persona. Mas essas pessoas não aparecem com muita frequência, se é que aparecem. Eles são personagens totalmente individuais e únicos, e isso é uma coisa maravilhosa. E quando essas pessoas param, esses personagens excêntricos, o mundo fica mais triste, um lugar mais escuro. Precisamos de pessoas como Lemmy e Ozzy. Não essa besteira politicamente correta que todo mundo quer hoje em dia. Você não pode nem assobiar mais que você é preso aqui.”
Phil Campbell ainda mencionou em uma entrevista ao portal Heavy, que ainda sente a presença de Lemmy quando está no palco:
“Até hoje, às vezes no palco eu estou tocando e tenho a sensação de que Lemmy está por perto ou um dos outros membros da banda está por perto.”
Lemmy faleceu no dia 28 de dezembro de 2015, 4 dias depois de ter completado 70 anos de idade. A causa da morte foi arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca. O músico lutava contra um agressivo câncer de próstata, além de enfrentar problemas em decorrência da diabetes.