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Metallica: “Sentimos que éramos cuidados por eles”, diz a banda ao homenagear a família Zazula

O Metallica é detentor de várias honrarias e conquistas ligadas à sua música. Você pode discordar de uma série de coisas, mas é de fato incontestável que eles conquistaram o topo do sucesso. A fase do Metallica atualmente é tão boa que os seus integrantes vivem um momento de paz em família mesmo. James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo formam uma verdadeira família e que vai além de serem uma banda de Metal.

   

Em nome da fundação All Within My Hands, o Metallica tem ajudado diversas pessoas dos mais variados lugares, seja dentro dos Estados Unidos ou ao redor do mundo. Inclusive, só para ilustrar, a banda enviou valores importantes para o Rio Grande do Sul recentemente, logo após a tragédia das enchentes. Portanto, sempre receberão todos os aplausos por suas atitudes. E não é por serem o Metallica, mas por serem pessoas que se importam com a dor das outras e ajudam como podem e como mandam os seus corações. Ninguém pede ajuda ao Metallica, é o próprio que se coloca a estender a mão. E isso sim é que é bastante valioso e digno.

Com ícones da música é a mesma coisa. O Metallica sempre prestou homenagem aos seus principais ídolos, vide Lemmy Kilmister sendo homenageado em vida durante uma emocionante apresentação, além de Brian Tatler, guitarrista do Diamond Head e atualmente no Saxon, só para exemplificar.

Metallica e o reconhecimento para com a importância da família Zazula em sua trajetória

Em um episódio recente do The Metallica Report, o podcast que oferece atualizações semanais privilegiadas sobre tudo o que acontece no Metallica, James, Lars e Kirk relembraram o fundador da Megaforce Records, Jon “Jonny Z” Zazula e sua esposa Marsha Zazula. Em suma, o selo Megaforce é amplamente creditado por alçar os primeiros voos do Metallica ao lançar os dois primeiros álbuns da banda, “Kill ‘Em All” de 1983 e “Ride The Lightning” de 1984. Tudo isso antes da banda fechar um grande contrato com a Elektra, por assim dizer. Além disso, a lista do Megaforce também inclui artistas como Anthrax, Testament, Overkill, Ace Frehley, Ministry, King’s X, S.O.D. e Raven.

Lars abriu a conversa:

   

“Era a primavera de 1983, e tínhamos acabado de nos mudar para São Francisco. Recebemos uma ligação, um convite de um Jonny Zazula muito entusiasmado, que estava em Nova Jersey.”

James falou sobre o contato com Jonny por telefone a qual havia pego a fita de gravações da banda:

“Lembro-me de ir à casa de El Cerrito, a mansão METALLI, ir até uma cabine telefônica com Lars e ele falando com Jonny pelo telefone. E ele disse, ‘É, acabei de me conectar com esse cara que pegou nossa fita.’ E naquela época a troca de fitas era a coisa. Era assim que você fazia sua música circular. Eu só lembro de falar com ele no telefone e Lars apenas dizendo, ‘Ei, esse cara em Nova Jersey realmente gosta de nós e ele é apaixonado por nós e isso é ótimo. Parece certo.'”

Ulrich deu sequência à lembrança:

“Estávamos prontos para qualquer coisa naquela época. Jogamos todas as nossas coisas em um caminhão U-Haul. Passamos cerca de uma semana viajando pelo país e acabamos em Old Bridge, Nova Jersey.”

Hetfield também seguiu com o relato:

“Nós nunca tínhamos conhecido [Jonny], nunca o tínhamos visto — nada. E nós entramos neste U-Haul e saímos. E eu lembro quando chegamos na casa dele eventualmente, uma das primeiras coisas que tivemos que dizer a ele foi, ‘Ei, estamos aqui e estamos nos livrando do nosso guitarrista principal [Dave Mustaine]’. Ele disse, tipo, ‘Ok. Bem, vamos continuar.’ Nós compartilhamos a mesma visão. Então parecia absolutamente certo na época.”

Kirk também disse:

“Bem, quando cheguei pela primeira vez ao prédio da música [na Jamaica, Queens], lembro de conhecer aqueles caras, o resto dos caras da banda, e começamos a ensaiar imediatamente. Nós ensaiamos, tipo, dois ou três dias. E alguém estava dizendo, ‘É, Jonny, ele é o cara que está começando a gravadora, que está nos contratando.’ E então nós íamos para a loja de discos [de Jonny] pela primeira vez em Nova Jersey, Rock N’ Roll Heaven. Então todos nós nos amontoamos no carro. E então a primeira foto que tirei com a banda foi naquele dia no estacionamento depois de ver Jonny e Marsha no Rock N’ Roll Heaven. E em algum momento se tornou intolerável ficar no prédio da música. Não havia água quente, nem aquecimento, era inverno, havia neve. Foi simplesmente horrível. Então, todos nós nos mudamos para a casa de Jonny, para o porão. E então isso foi alguma coisa.”

Lars ressaltou referente ao início da jornada:

   

“O marco zero para tudo que era Metallica e os Zazulas estava em Old Bridge, Nova Jersey, era a casa deles. Acredito que era a 60 York Street. A maioria de nós não tinha o mais alto grau de habilidades sociais, mas conseguimos passar por isso sem que ninguém ficasse muito chateado. E por baixo disso, obviamente, havia um sentimento de amor e um sentimento de conexão e um sentimento de apreciação pelas portas que foram abertas.”

Todavia, James acrescentou:

“Sim, fomos acolhidos por Jonny e Marsha e eles estavam nos sustentando com comida e lugar para dormir, abrigo, meio que como pais, o que era legal, o que era necessário na época. Nós éramos selvagens e meio indisciplinados, e sabíamos o que queríamos fazer, mas não sabíamos como chegar lá. E ele nos ajudou a chegar lá. Sim, muito, muito, muito gentil e amoroso. Ele e sua família estavam lá, e somos como uma família estendida agora. O Metallica está na casa. [Risos]”

Kirk relembrou o apreço por alcançarem um teto:

“Nós gostamos porque era como um teto de verdade sobre nossas cabeças e que não estávamos hospedados em um prédio de escritórios. Quer dizer, parecia que estávamos em uma casa, mesmo sendo apenas o porão. Foi ótimo.”

O baterista do Metallica enfatizou sobre a situação da banda à época:

“Nós, basicamente, dormíamos no porão. Fazíamos refeições com eles, a família, as crianças. E definitivamente havia uma energia muito comunitária sobre tudo isso. Jonny e Marsha, obviamente, eram meio que pais não apenas de seus próprios filhos, mas de todos nós, e eles eram muito pacientes e gentis em nos deixar dormir e meio que habitar todo o mundo deles.”

James destacou a bebedeira e as loucuras daqueles tempos quando eram mais novos:

“No final da adolescência, começo dos 20, [nós] meio que bebíamos muito e enlouquecíamos, safavam, destruíam coisas e assaltavam o armário de bebidas deles. Eu lembro que nós — sim, não havia mais bebida e nós abrimos uma garrafa de champanhe, e ele ficou puto. Ele disse, tipo, ‘Cara, eu estava guardando isso. Esse era o champanhe do nosso casamento.’ E é tipo, ‘Oh.’ Então eles aguentaram muita merda da gente. Ele nos encontrou um lugar para morar depois disso, na casa do Metal Joe, mais para uma área de fazenda, onde poderíamos ser animais selvagens e não destruir a casa dele.”

Kirk revelou que não havia ninguém que os pudessem socorrer, sendo Jonny e Marsha os anjos que os salvaram. Ele disse:

   

“Não tínhamos mais ninguém. Não havia mais ninguém para nos ajudar naquele momento na Costa Leste. E não tínhamos dinheiro. Não tínhamos aliados na Costa Leste. [Não podíamos] ligar para [ninguém] e dizer: ‘Ei, posso ficar no seu sofá?’ Nenhum de nós tinha nada disso. Então, Jonny e Marsha abrirem a casa para nós foi uma coisa incrível.”

James destacou a paixão pela música que os Zazulas tinham:

“O que diferenciava os Zazulas era que eles eram extremamente apaixonados. Eles eram metalheads. Eles amavam Metal. Eles tinham trabalhado com Anvil. Eles tinham feito algumas coisas com Venom e Raven. Sim, eles tinham outras bandas com as quais estavam trabalhando, mas sentíamos que éramos cuidados por eles. Eles estavam representando bem o Metallica. A maioria das outras empresas de gestão tinha uma lista completa de bandas e você meio que tinha que [dizer], ‘Olá, podemos ter algum apoio para a turnê?’ ou ‘Ajude-nos’. Era um a um conosco.”

Lars finalizou sobre a importância de Jon e Marsha Zazula:

“Mas eles eram apenas uma ótima equipe, Jon e Marsha. E Marsha era a espinha dorsal e realmente mantinha todos esses caras lunáticos na linha. Por baixo de tudo isso também havia um amor pela música, um amor pelo marido, amor pela família, amor pelas bandas. Mas ela teve que usar muitos, muitos chapéus e fez isso muito, muito bem. Mas ela definitivamente conseguia manter todos na linha quando era preciso, mas por baixo disso, obviamente, sabíamos que ela fazia parte da gangue, por assim dizer.”

   

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